O Julgamento

7.5K 484 85
                                    

Ilha Fenix

_POV Narrador_

Usando um macacão laranja e algemas, Camila sentou-se, com o semblante inexpressivo e esperou para ver o que fariam com ela desta vez. Eles a atacariam com tudo. O juiz poderia mandar o caso direto para o tribunal adulto, e logo Camila teria de encarar uma sentença de prisão, uma VERDADEIRA prisão. Nada de reformatório, nada de garotas. Mulheres. Ladras, estupradoras e assassinas. Gangues e facas escondidas. Tudo. Teria sorte se sobrevivesse a um único mês , seu rostinho bonito seria marcado, não que ela se importasse com isso, mas nós sabemos o que acontece com rostos bonitos na prisão, ainda mais o de Camila que não tem paciência justamente por seu gênes.

POV CAMILA

Bom meu nome é Karla Camila Cabello Estrabão, tenho 17 anos e já estive em muitos tribunais, mas desta vez eu estou realmente apreensiva com meu futuro. Eu sou uma híbrida, sim, o verdadeiro demônio, apesar de híbrida eu sou uma Ômega, basicamente uma Loba imortal que come carne humana, e bebe sangue, a quem diga que meus olhos estavam vermelhos no dia em que Alejandro morreu e no dia em que Sinuhe morreu também, bom vou lhes contar o motivo de meu julgamento de hoje. Brigas. O por quê da briga ? Vocês Jajá irão saber, aguenta aí.
O juizado de menores do Condado de Dale não parecia uma sala de tribunal. Era somente um quarto estreito com duas mesas dobráveis, uma de cada lado. Senti cheiro de tapete novo e café fresco. As luzes fluorescentes zumbiam no teto rebaixado. Uma bandeira americana estava apoiada num canto, enrolada e presa na parede.

Evitei contato visual com meus "pais" adotivos, que se sentaram no outro extremo da mesa, perto da Sra. Snyder, uma oficial de justiça. Em vez de encara- los fitei minhas próprias mãos, contundidas e inchadas, as cicatrizes nas articulações dos dedos parecendo um mapa distorcido do longo caminho que havia percorrido até chegar ali.

No lado de fora da sala alguém que passava riu, ouvi o tinir de chaves, pelo cheiro um policial, Alfa, Alfas são podres me irritam, o cheiro o fato de serem super convencidos, o que é complemente estranho já que eu como Ômega deveria me atrair por estas características, acho que demônios não tem sentimentos e se tiver talvez eu já não tenha mais os meus depois que Sinuhe e Alejandro morreram, também tem Sofia mas ela não morreu, por isso eu me afastei, ela não merecia o mesmo destino que eles. Sai de meus pensamentos quando ouvi o rangir do coldre do polícial que já estava dentro da sala, acompanhei o olhar dele e vi o juiz folhear uma pilha alta de papéis.
Devido a espera, eu já sentia a boca seca e azeda. Do outro lado da mesa o juiz apanhou um copo de isopor branco. Ele tinha olhos úmidos e linhas profundas no rosto. O cabelo era meio cinzento, e ele precisava fazer a barba. Ao olhar mais uma vez para o copo, ele finalmente falou:

- Alguém pode me trazer outro copo de café ? Velma? Você se incomodaria ?

Uma mulher alta assentiu e se retirou da sala

- Você é órfã. - disse o Juiz

"logicamente, meus pais foram mortos eu sou órfã, achei que seu único problema era a cara mas já vi que não pelo visto é burro também" pensei

- Sim senhor. Respondi

- Diz aqui que seu pai foi oficial da polícia

- Sim, senhor

-E o que isso faz de você ?

"A filha de um Alfa fardado,que tinha doença."

Ilha Fênix - CamrenWhere stories live. Discover now