A loba azul

capítulo 5.

   Estou mais feroz,veloz e sanguinária sendo comandada pela lua,minha mente quer matar o primeiro ser vivo que aparecer na minha frente,não... não minha mente,mas sim a Lua. Vejo duas mulheres acampando na mata.
   _"Mate-as minha querida."
   Entro em uma luta contra minha parte loba: eu não quero matar! Eu preciso matar,me deixe em paz! Eu quero e eu vou mata-las você é minha parte loba deveria saber que está sendo manipulada! Eu sou mais forte! E você não pode me parar! Pois quando a Lua aponta seu brilho no céu é a minha vez de agir! Mesmo se não quisesse eu não poderia me controlar,você me entende.
   Perco totalmento o pouco controle que tinha,deixo que minha forma loba me assuma por completo,de corpo e alma me entrego a ela,não estou mais no meu controle.
  Avanço em uma das mulheres, estrassalhando-a,ouvindo seus gritos de socorro,suas súplicas,sem ao menos me importar com a dor que estava causando.
   Vou em direção a outra,era uma adolescente,parecia ter uns 15 anos. Olho bem no fundo de seus olhos, eram azuis e brilhantes,que no momento transparecia muito medo.
   Uma guerra novamente se reinicia dentro de mim,a minha parte loba com minha parte humana.
   "Não! Não posso fazer isso! Eu não vou fazer isso!"
   "Você não tem escolhas minha querida". A Lua sussurra em meu ouvido." Agora seja uma boa menina e mate-a!"
   Avanço sobre a garota dando a primeira mordida,porém,quando eu ia matá-la finalmente,uma flecha me atinge no peito. Com dificuldades e ensanguentada,a garota corre o mais rápido que pode.
   Direciono meu olhar para onde surgiu a flecha,vendo uma imagem masculina emergir das sombras da noite,um caçador,mas não um caçador comum,esse era um caçador de lobisomens,mais conhecido entre os lobos como "os mestrados", pois durante o dia fingem ser caçadores normais de animais mas, de noite eles se transformam para matar qualquer lobo que virem pela frente,seja estando ele na sua forma humana ou animal, para os mestrados não importa nem se sejam crianças, eles não tem dó nem piedade na hora de nos matar... porém não posso os julgar, eles não são diferentes de mim,suas mãos não são as únicas manchadas de sangue...pois as minhas também estão,e não é pouco.
    Corro em disparada para mais adentro da floresta,por lugares que ninguém conhece,atalhos que eu mesma criei.
   .....
   A cada passo que eu dou é uma pontada na consciência! Eu deveria ter limpado meu trabalho ,se não fosse aquele maldito mestrado, agora todos os lobos correm perigo,e tudo é culpa minha! Ou melhor... da Lua.
   Assim que chego em minha casa me transformo e me livro da flecha,me curando rapidamente. Vou correndo para o banheiro, me livrando do sangue que cobre meu corpo. Assim que eu o fasso, ouço alguém bater na porta.
   A abro devagar e alarmada com receio de ser um caçador,porém,o que eu vejo é bem diferente. Uma menina está se arrastando pelo chão com uma ferida na barriga,e não era uma ferida qualquer,era a ferida que eu mesma causei.
   _ Po-por favor...me ajuda...
   Eu tinha duas opções,e uma difícil escolha...
   Ou eu podia terminar meu trabalho ali mesmo,estando com a mente sã e fazendo com que ela se tornasse apenas mais um dos meus fantasmas ou se não eu a ajudaria...e consequentemente se transformaria em um monstro como eu, uma loba.