A loba azul

capítulo 6.

   Nunca pensei que um dia teria que matar alguém estando consciente de meus atos. Ela é apenas uma garota,jovem e cheia de vida.
   O certo a se fazer era matá-la,pois eu sei do que sou capaz, sei que assim como um alfa eu posso transforma-la com a minha mordida,ela não se tornará forte como eu ou única,será como ambos os outros lobos,mas pertenceremos ao mesmo mundo.
   Já com uma atitude tomada caminho até a menina e a digo:
   _ Eu cuido de você.
    Eu não conseguia acredutar no que  estava fazendo. Peguei a garota em meus braços e a coloquei no sofá de minha casa. Ela estava fraca e se contorcendo de dor.
   _Espere um pouco...vou pegar algumas coisas para fazer um curativo.
   Mas antes que eu pudesse sair ela agarra meu braço já quase sem forças e diz:
   _Obrigada_ foi como um sussurro, tão baixo e melancólico que um humano não seria capaz de ouvir.
   Com um sorriso deixo a sala e vou para cozinha.
    Eu estava perdida,não sabia o que fazer, eu tinha que matá-la,porém era fraca para fazer isso de sã consciência.
   _Vamos lá Isabela,você não pode deixá-la viver, você precisa fazer isso!
   Volto para sala vendo a garota suando e se contorcendo ainda mais de dor,consegui ouvir seu ritmo cardíaco aumentando e sabia o que isso significava: ela estava se transformando.
   Vou até ela a passos firmes,isso deveria ser rápido... e que importância teria? Seria apenas uma morte a mais na minha lista, uma morte feita comigo estando ciente de meus atos...
   Mas era para tudo ser mais fácil,era para a Lua já ter me manipulado e matado a pobre garota,mas ela não o fez,seu brilho no céu não estava me manipulando pois ela queria me ver matando sozinha, conduzindo meus próprios atos sozinha e sendo a única culpada pela morta da menina. Ela queria me transformar em um monstro por completo, ela queria ver eu me transformar naquilo que ela sempre quis desde o começo da minha criação.
   Coloco minhas mãos na cabeça da pobre menina, eu precisava fazer apenas um pequeno esforço para perfurar seu crânio,o quebrar,a matar. Era algo tão fácil mas tão complicado ao mesmo tempo...
   A menina abre os seus olhos e me diz:
   _ Você encontrou o que precisava para o curativo?
   Sua voz fraca e suave me tiraram a pouca coragem que tinha de tirar sua vida.
   Eu não posso fazer isso! Só estarei sendo ainda mais submissa a Lua, estarei dando a ela o que ela quer ,que eu a obedeça mesmo não estando sendo controlada.
   _ Sim _digo à menina retirando minha mão de sua cabeça.
   Pego um pano molhado e limpo sua ferida ,que agora estava quase inteiramente cicatrizada.
   _Ai! Ta doendo tanto!_ ela me diz quando termino de limpar a ferida provocada por mim e coloco um curativo.
   _Fique tranquila,vai passar.
   _Ai! _Mais um grunhido de dor ela solta, mas depois desse ela não emitiu mais nenhum som de dor,foi no momento em que a ferida se cicatrizou por completo, a expressão da menina mudou-se para alívio e dúvida  ao mesmo tempo enquanto seu ritmo cardíaco se suavizava.
   _Como é possível?_ela disse confusa consigo mesma.
   _O que foi?_ perguntei me fazendo de desentendida.
   _A dor....sumiu. Como pode ser possível?
   _Eu não sei_digo para menina tendo certeza de que não era a hora certa para contar a verdade,mesmo sabendo de que ela mesma descobriria isso por si mesma na próxima Lua cheia_ venha,você precisa aproveitar para descançar um pouco enquanto ainda é noite.
   Levo-a para um dos quartos e a deixo descançar.
   Assim que a garota dorme ouço a voz da Lua como uma navalha perfurar minha mente:
   "_Menininha burra! Você não aprendeu até hoje como ser forte!? Você deveria tê-la matado na hora certa! Agora vá até a garota e mate-a enquanto ainda dorme!"
   A raiva inundava todo lugar,era como sentir o peso do mundo sobre minhas costas,a Lua não estava com raiva,ela estava irada!
   _Eu não irei matá-la._ essa pequena frase saiu dos meus lábios suavemente e explodiu como uma bomba em um campo de batalha onde ambos os lados não queriam erguer a bandeira branca.
   "_Você não tem escolha,criança...ou você faz por bem ou por mal!"
   _Cancei da sua manipulação! Eu não irei me tornar um monstro por completo! Não irei lhe dar esse gostinho!_tentei falar com um ar decidido,certa de minha escolha,mas na verdade, fiquei parecendo mais uma garotinha fazendo birra,mesmo assim não abaixei a cabeça.
   "_ Você tem que me obedecer,mate-a!"
   Corri até meu quarto e peguei o colar que Marcos me dera na noite em que conheci sua alcateia.
   O coloquei e como mágica todo o caus de minha mente se foi...como uma nuvem dando espaço para a luz do sol.
   Respirei fundo e pensei alto:
   _ A guerra só está começando.

Oi! Espero que gostem do capítulo!