Capítulo 2 - Injuriada

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Leon


Algumas horas antes


Eu estava sentado na minha cadeira confortável, lendo um artigo novo sobre um remédio milagroso. Minhas consultas já haviam terminado, mas eu sempre ficava um pouco mais, caso aparecesse algum caso de emergência. Eu era chamado pelos corredores da clínica como o doutor precavido. Eu só tinha aprendido a amar essa minha profissão,mas uma parte minha ainda se lembrava do meu outro amor,a música.

— Doutor Leonardo! — Bateram na porta do meu consultório. 

— Pode entrar. — Murmurei de volta. Logo ouvi o o barrulho da maçaneta ser virada.

— Já  está  pronto pra irmos almoçar?
—Indagou-me a Aly, aproximando-se de mim.

— Sim,já  acabei. — Murmurei  ao fechar meu notebook. — Ela sorriu. Segurou meu  rosto e abaixou-se para selar nossos lábios. A beijei rapidamente e ela sentou-se no meu colo.

— O que você  tem? — Indagou-me enquanto avaliava-me.

— Nada. — Lhe disse. — Não  à  nada.
— Fingiu acreditar. 

— Vamos ,estou faminta. — Eu assenti.



Alguns minutos depois



Já  havíamos  chegado ao restaurante. A Aly, havia escolhido uma mesa bem no meio do salão.  Estava cheio,e nossos pedidos já  havia chegado. Eu começava  a comer ,meu macarrão  ao alho e óleo  com frutos do mar. A Aly  havia escolhido um risoto de mariscos. Tomávamos  uma bebida refrescante  sem álcool,já  que eu a tarde teria que cumprir algumas horas extras no hospital público.

— Eu não  me canso de comer isso.
— Confessou-me entre as garfadas de seu risoto. — Leon, porque você  não  pode  tirar a tarde de folga. Queria tanto te levar naquele museu novo.

— Não  vai dar. Vamos outro dia.
— Lhe disse. — O Antônio está  me esperando. A filha dele não  anda nada bem. Eu preciso mesmo ajuda-lo.

— Você  continua sendo um babaca sabia? — Eu cocei meu rosto rapidamente.

— Se ajudar ao próximo  e ser babaca, então  eu sou. — Ela revirou os olhos.

— Doutor Leonardo Martins!
— Chamou-me,  o secretário de saúde,ao se deparar comigo em uma das mesas do restaurante. Ele aproximou-se de mim todo sorridente. Enquanto sua esposa seguia até  uma das mesas que ficava mais afastada de nós. 

—Boa tarde ,senhor secretário. — Ele sorriu ,e cumprimentou  com um aceno à moça à minha frente. Ele era um senhor já de idade,usava suas roupas caras ,e não se importava de mostrar o quanto podia gastar. Boa parte de seu patrimônio  foi construído  com o dinheiro ilícito.

— Sua esposa? — Indagou-me curioso. A Aly riu.

— Eu adoraria ser a senhora Martins,mais infelizmente o pedido ainda não foi feito. — Fez bico,e o secretário arregalou os olhos com a audácia da moça.

— Quem sabe você ainda não encontrou o homem certo! — Piscou o olho para ela,e eu ri enquanto levava minha bebida  à boca.

— E o homem certo ,seria o senhor?
— Eu não me contive e acabei rindo.  O homem ficou vermelho,e  afrouxou a sua gravata e  imendou numa crise de tosse em seguida. — Sua esposa sabe que o senhor anda flertando com desconhecidas por ai? — O secretário  olhou em direção  a sua esposa rapidamente.

— Eu não disse isso! — Tentou Justificar e a jovem gargalhou.

— Mais bem que queria ter dito!
— Afirmou ao pobre homem,que já  deixava à mostra, suas bochechas coradas.

— Foi bom lhe ver, depois passe na minha casa. Minha filha o aguarda.
— Eu assenti e ele se foi.

— Minha filha o aguarda! — Imitou a voz do secretário com desdenho.

— Alycia! —  A repreendi  enquanto franzia  a minha testa ,e ela tomou um gole da sua  bebida. —Você não devia ter o tratado dessa forma. — Ela bufou.

— Ele é um velho tarado , isso sim.
— Esbravejou irritada. Notei que alguns olhares vieram ao nosso encontro. 
— Leon,ele não tirava os olhos do meu decote! — Eu ri.

— Também,quem mandou usar um decote tão profundo. — Ela revirou os olhos.

— O que é  bonito, tem que ficar em evidência. — Eu Gargalhei,e ela levou sua bebida à sua boca. — Me fala, o que você  tem com a filha dele?
— Indagou-me curiosa enquanto voltava o copo à  mesa.

— Monique. Esse é  o nome dela.
— Ela focou seus olhos aos meus.
— E é   uma adolescente muito inteligente. Eu sempre a visito,para jogarmos uma partida  de videogame.
— Ela gargalhou.

— É  isso. — Riu.

— Sim, qual a graça? — Parei de comer e a olhei.

— Só  achei engraçado. Só  isso. — Me disse.

— Ficou com ciúmes,foi? — Seu sorriso ficou fraco.

— Não  tenho ciúmes  de adolescentes.
— Me disse. — Tenho ciúmes de uma unica pessoa. — Senti a minha garganta secar. Tomei logo um gole de minha bebida. — Helena. Não  é  esse seu nome?

— Aly,por favor...— Pedi,mais ela me ignorou.

— O que foi?— Indagou-me fazendo-se de desentendida. Você  tem que se olhar no espelho,e ver o quanto esse nome te incomoda. — Voltei a comer. —  Leon,os anos passam e você  continua um bobão. — Murmurou.

— Aly,por favor. — Fechei meu rosto para ela.

— Ela tá  nem ai pra você! — Voltou a murmurar. — Semana passada eu a encontrei na fazenda. Ela tava cheia de risinhos para um funcionário do Luan.  Ela tá  em outra faz tempo.
— Murmurou. — E eu aqui. Disposta a largar tudo por sua causa e você  faz o que? Hein... — Cutucou-me eu voltei a olha-la. — Faz nada. Esse é  o problema de nós  dois. Não  acontece nada. — Ela parou de comer e irou-se. — Nos nem namoramos de verdade. Somos um caso perdido. Sou um passa tempo pra você,até  a mulher que você  realmente  ama decidir voltar pra você.  — Ela largou seus talheres no prato e levantou-se.

— Aly,sente-se por favor. — Pedi.

— Não! — Murmurou irritada. — Não  tô  afim. — Puxou sua  cadeira para trás  e saiu em direção  a porta.

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