Capítulo 8 - Ali,era onde eu devia estar

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Leon



Entrei no meu carro e o liguei.  Por alguns instantes fiquei  matutando o que eu diria a ela,assim que  eu estivesse novamente a sua frente. Não  me vinha nada. Ela tava certa,mais eu não  queria que  ela soubesse  disso.

— Leon, já  vai sair? — Indagou-me a minha mãe,depois de chamar a minha atenção  com duas batidas no vidro do carro. Abaixei de forma manual ,e a olhei. Ela esperava impaciente a minha resposta.

— Vou passar o dia fora. Preciso descansar um pouco,tô  cansado.
— Justifiquei e ela sorriu sem jeito.

—  A mãe  agiu mal,não  foi? — Eu me deixei sorri,ao ver o quanto ela ficou chatiada consigo mesma.

— Não  tem problema mãe. Alguma hora a senhora tinha  que fazer essa obra.
— Ela animou-se um pouco. Abri a porta do carro  e me aproximei dela.
— Venha,me dê  um abraço?
— Pedi e ela me abraçou.

— Não  vai tomar café? — Murmurou  em meus braços. 

— Vou tomar na rua. — Beijei o topo de sua cabeça,já  que ela era bem mais baixa que eu. — Agora vou indo,tá  bom? — Ela assentiu e nos soltamos. Voltei a entrar no carro ,e ela acenou pra mim antes que eu saísse da frente da casa.



Uma hora depois



Estacionei o carro na frente do prédio  da Aly. Puxei a minha mochila do banco de trás  e as sacolas de compras que eu havia trago comigo, após  ter parado no caminho em um super mercado, do banco do passageiro. As levei comigo até  a porta do prédio.  Apertei interruptor, e logo a Aly atendeu.

— Bom dia ,quem é? — Indagou-me,com aquela voz sonolenta de quem  acabará  de acordar.

— Sou eu... Leon. — Olhei para cima,e a vi pela janela.

— O que você  quer? — Foi ríspida,como eu imaginava que  seria.

— Conversar? — Ela ficou em silêncio e sumiu da janela. — Aly? — A chamei novamente.

— Tá! Pode subir. — Murmurou. Puxei o molho de chaves  do bolso de minha bermuda e destranquei a porta que dava acesso aos apartamentos. A tranquei  novamente e subi algumas escadas. Respirei fundo,assim que cheguei no andar de sua casa. Antes que eu pudesse bater na porta,ela a abriu.
— Você é corajoso, sabia? — Vi o ódio  em seu olhar. Avaliou-me e sorriu ao notar as sacolas em minhas mãos. 
— Não  foi corajoso suficiente para aparecer aqui sem nehuma comida a tiracolo?

— Posso entrar? — Ela assentiu e me abriu passagem. Entrei e deixei  as sacolas sobre a mesa de madeira de sua cozinha/quarto. — Com fome?
— Ela fechou a porta e se sentou na cadeira, encostou seus cotovelos na mesa e focou seus olhos cerrados aos meus.

—  O que acha? — Engoli a seco ao perceber o quanto ferrado eu estava. A Aly estava pronta pra pular em meu pescoço,no momento em que eu desse um passo em falso. Retirei a minha mochila das costas e a depositei no chão,ao pé  da mesa. Abri as sacolas e comecei a retirar  os ingredientes  do sanduíche que ela adora. Vi seu sorriso se acender assim que retirei  um pote de sorvete de chocolate da sacola.

— Acha que vou te perdoar só  porque  me trouxe comida? — Murmurou e eu respirei fundo,tentando manter a calma,ela tá  magoada, eu sei disso.

— Só  quero te agradar,não  posso?
— Rebati, e ela arqueou a sobrancelha para mim. Ela levantou-se e seguiu para o banheiro. Deixou a porta aberta e eu a vi se despir de costas para mim. Voltei a minha atenção  para o nosso café  da manhã. Puxei de dentro do forno a frigideira, coloquei sobre a pia, o peito de frango e o limpei.  Tirei do armário a panela de pressão ,a enchi com água o suficiente para que o peito de frango cozinha-se. Liguei o fogo e deixei a panela pegando pressão. Arrumei sobre a pia,os pães integrais que a Aly adora,o requeijão e os temperos pro frango. A Aly ainda se mantinha dentro do banheiro,depois de uns longos minutos,o frango já  estava cozido. Retirei a água  da panela com cuidado , após  deixar todo vapor sair,e a fechei novamente. A sacudi rezando para que  o peito se desfisesse sem nenhuma dificuldade,e foi o que aconteceu. Respirei aliviado após  abri-la novamente e perceber isso.

— Pretende ficar por quanto tempo?
—Murmurou a Aly, ao sair do banheiro enrolada em uma toalha.

— Acabei de chegar. — Murmurei de volta. — Mais se quiser, posso ir agora. — A olhei. — É  isso que você  quer?
— Ela me ignorou e saiu em direção ao seu guarda  roupas. Eu sorri. Isso era um bom sinal. Coloquei  na frigideira uma quantidade razoável  de frango para nós  dois. Temperei,e assim que experimentei e me certifiquei de que estava delicioso misturei o requeijão. 

— Pode usar o banheiro,tá  livre.
— Murmurou, já  vestida ao se colocar do meu lado. Ela roubou um pouco de frango  da frigideira e o colocou na boca. Vi sua feição  de aprovação  assim que sorriu satisfeita com o sabor. — Eu termino. — Garantiu-me, a olhei e ela assentiu. A deixei tomando conta da cozinha e puxei minha mochila do chão  e a levei comigo até  o banheiro. A olhei, antes de fechar a porta. Me despi e rapidamente abri o chuveiro e me deixei relaxar. Ali era onde eu devia estar. Pensei comigo.

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