Leon
Entrei no meu carro e o liguei. Por alguns instantes fiquei matutando o que eu diria a ela,assim que eu estivesse novamente a sua frente. Não me vinha nada. Ela tava certa,mais eu não queria que ela soubesse disso.
— Leon, já vai sair? — Indagou-me a minha mãe,depois de chamar a minha atenção com duas batidas no vidro do carro. Abaixei de forma manual ,e a olhei. Ela esperava impaciente a minha resposta.
— Vou passar o dia fora. Preciso descansar um pouco,tô cansado.
— Justifiquei e ela sorriu sem jeito.— A mãe agiu mal,não foi? — Eu me deixei sorri,ao ver o quanto ela ficou chatiada consigo mesma.
— Não tem problema mãe. Alguma hora a senhora tinha que fazer essa obra.
— Ela animou-se um pouco. Abri a porta do carro e me aproximei dela.
— Venha,me dê um abraço?
— Pedi e ela me abraçou.— Não vai tomar café? — Murmurou em meus braços.
— Vou tomar na rua. — Beijei o topo de sua cabeça,já que ela era bem mais baixa que eu. — Agora vou indo,tá bom? — Ela assentiu e nos soltamos. Voltei a entrar no carro ,e ela acenou pra mim antes que eu saísse da frente da casa.
Uma hora depois
Estacionei o carro na frente do prédio da Aly. Puxei a minha mochila do banco de trás e as sacolas de compras que eu havia trago comigo, após ter parado no caminho em um super mercado, do banco do passageiro. As levei comigo até a porta do prédio. Apertei interruptor, e logo a Aly atendeu.
— Bom dia ,quem é? — Indagou-me,com aquela voz sonolenta de quem acabará de acordar.
— Sou eu... Leon. — Olhei para cima,e a vi pela janela.
— O que você quer? — Foi ríspida,como eu imaginava que seria.
— Conversar? — Ela ficou em silêncio e sumiu da janela. — Aly? — A chamei novamente.
— Tá! Pode subir. — Murmurou. Puxei o molho de chaves do bolso de minha bermuda e destranquei a porta que dava acesso aos apartamentos. A tranquei novamente e subi algumas escadas. Respirei fundo,assim que cheguei no andar de sua casa. Antes que eu pudesse bater na porta,ela a abriu.
— Você é corajoso, sabia? — Vi o ódio em seu olhar. Avaliou-me e sorriu ao notar as sacolas em minhas mãos.
— Não foi corajoso suficiente para aparecer aqui sem nehuma comida a tiracolo?— Posso entrar? — Ela assentiu e me abriu passagem. Entrei e deixei as sacolas sobre a mesa de madeira de sua cozinha/quarto. — Com fome?
— Ela fechou a porta e se sentou na cadeira, encostou seus cotovelos na mesa e focou seus olhos cerrados aos meus.— O que acha? — Engoli a seco ao perceber o quanto ferrado eu estava. A Aly estava pronta pra pular em meu pescoço,no momento em que eu desse um passo em falso. Retirei a minha mochila das costas e a depositei no chão,ao pé da mesa. Abri as sacolas e comecei a retirar os ingredientes do sanduíche que ela adora. Vi seu sorriso se acender assim que retirei um pote de sorvete de chocolate da sacola.
— Acha que vou te perdoar só porque me trouxe comida? — Murmurou e eu respirei fundo,tentando manter a calma,ela tá magoada, eu sei disso.
— Só quero te agradar,não posso?
— Rebati, e ela arqueou a sobrancelha para mim. Ela levantou-se e seguiu para o banheiro. Deixou a porta aberta e eu a vi se despir de costas para mim. Voltei a minha atenção para o nosso café da manhã. Puxei de dentro do forno a frigideira, coloquei sobre a pia, o peito de frango e o limpei. Tirei do armário a panela de pressão ,a enchi com água o suficiente para que o peito de frango cozinha-se. Liguei o fogo e deixei a panela pegando pressão. Arrumei sobre a pia,os pães integrais que a Aly adora,o requeijão e os temperos pro frango. A Aly ainda se mantinha dentro do banheiro,depois de uns longos minutos,o frango já estava cozido. Retirei a água da panela com cuidado , após deixar todo vapor sair,e a fechei novamente. A sacudi rezando para que o peito se desfisesse sem nenhuma dificuldade,e foi o que aconteceu. Respirei aliviado após abri-la novamente e perceber isso.— Pretende ficar por quanto tempo?
—Murmurou a Aly, ao sair do banheiro enrolada em uma toalha.— Acabei de chegar. — Murmurei de volta. — Mais se quiser, posso ir agora. — A olhei. — É isso que você quer?
— Ela me ignorou e saiu em direção ao seu guarda roupas. Eu sorri. Isso era um bom sinal. Coloquei na frigideira uma quantidade razoável de frango para nós dois. Temperei,e assim que experimentei e me certifiquei de que estava delicioso misturei o requeijão.— Pode usar o banheiro,tá livre.
— Murmurou, já vestida ao se colocar do meu lado. Ela roubou um pouco de frango da frigideira e o colocou na boca. Vi sua feição de aprovação assim que sorriu satisfeita com o sabor. — Eu termino. — Garantiu-me, a olhei e ela assentiu. A deixei tomando conta da cozinha e puxei minha mochila do chão e a levei comigo até o banheiro. A olhei, antes de fechar a porta. Me despi e rapidamente abri o chuveiro e me deixei relaxar. Ali era onde eu devia estar. Pensei comigo.
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Um pedacinho do meu coração ✔
RomanceEsse é um spinoff do livro Um pedacinho de nós dois. Livro pertencente à série de livros Pedacinho meu. Disponíveis no meu perfil. O texto abaixo é a letra de uma música que o Leon criou pra Helena. Como flash te vejo em minha memória, sentados na...