Cap. 15

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“Dói né? Quando você sente algo te matar por dentro, mas aí você tem que agir como isso nem afetasse você.”

Supernatural.

  

  

   Passei duas horas intermináveis na enfermaria sob observação. Todo o tempo que passei lá, a enfermeira não me derigiu a palavra. Foi como se eu não existisse, e só o Dean merecesse sua saliva. Se fiquei revoltada? Sim, claro!! Quando não sou ruim com as pessoas espero receber o mesmo. Mas aquela velha chata só dava atenção para diabinhos como o Stone.

   E quando a senhorinha finalmente abriu a boca, foi pra me mandar embora com a expressão carrancuda.

   Senhorita Scott, já está liberada! Da próxima vez não me faça perder tempo com besteiras. Você já é uma moça, lembre-se disso, a voz sombria dá bruxa ainda soava aos meus ouvidos.
  
   Na hora apenas assenti com a cabeça e aceitei seu sermão por educação. Mas ao sair da sala me segurei pra não esmurrar a parede.

Bruxa!

   Deixei o pensamento de esmurrar as coisas pra lá. Não queria volta naquela enfermaria tão cedo. E fui para o dormitório feminino. Só queria um banho... abri a porta ainda um pouco zonza e então adentrei no quarto, indo direto pro banheiro.
Tirei o uniforme sujo com dificuldade. Meus movimentos infelizmente ainda não tinham voltado ao normal.

   Me olhei no espelho em cima da pia, e me assustei com o que via. Me senti destruída. A garota refletida no espelho, parecia anos mais velha e cansada. Seus olhos fundos carregavam enormes olheiras e seu cabelo caido sobre os ombros estavam bagunçados, frizentos e sem brilho. Uma imagem deplorável pra se ter de si. Entrei no box do banheiro, ligando o chuveiro e entrando em baixo do mesmo. Enquanto a água purificava por fora, me permiti purificar por dentro também. Enquanto eu esteve-se ali, não me lembraria de nada que me deixa-se mal. Nada mesmo.

  O banho demorou mais do que o esperado. Tava tudo tão bom, que eu realmente pensei na hipótese de não sair nunca mais. Porém, como sei que tudo que é bom dura pouco, resolvi me conformar logo. Me enrolei na toalha e sai do banheiro dando de cara com um Dean descabelado e apreensivo. O garoto andava de um lado pro outro, vendo a hora fazer um buraco no centro do meu quarto.

- Com eu entrou aqui? - práticamente gritei enfurecida, fazendo com que o garoto finalmente me notasse. Dean olhou pra mim e sua expressão suavizou, como se tivesse aliviado, mas logo fechou a cara de novo.

_ Você quer me matar de preocupação, Anna Lis? _ o rapaz no meio do meu quarto, soltou enraivecido. _ Faz 40 minutos que tô te esperando... eu estava a ponto de arrombar essa maldita porta, pensando que você tinha desmaiado de novo. _ as palavras saiam avorossadas da sua boca e senti  vontade de rir com a irônia da situação. _ Eu nem sei por quê tô tão alterado, se já vi que você tá bem, mas é que achei que tinha acontecido algo de ruim. _ o garoto sentou-se na cadeira da escrivaninha e levou as mãos até seu rosto. Em seguida, as mesmas foram postas sobre os fios negros do seu cabelo aparentemente macio, bagunçando-os um pouco mais.

   Permaneci calada enquanto o garoto me encarava sério. Não sabia que falar, Dean Stone havia me deixado mais uma vez sem palavras. Sua visitas inespirada e suas ações vinham me deixando confusa.

_ Fui na enfermaria te ver e me disseram que você já tinha sido liberada... _ Voltou a falar. Agora, mais calmo. _ Queria saber se você tá bem...

_ hummm... _é a única coisa que consegui dizer.

_ Você tá? _ perguntou

_ Sim! _ Resmunguei sem encara-lo.

Sempre foi Você. 1 Vol. [Concluído]Where stories live. Discover now