Capítulo 18

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- Luca -

   A formatura de Oliver foi um tanto emocionante. Vê o meu irmão dando mais um passo para conquistar um bom futuro me faz sentir orgulho da pessoa que ele vem se tornando. Logo será a vez de Ashley, ela sonha em abrir o próprio restaurante e se depender de sua força de vontade será um sucesso.

   Conhecemos Belinda, a namorada de Oliver. A moça estuda história da arte e tem ares de artista sofisticada. Não dou mais que três meses para que o meu irmão perceba que eles não tem nada haver um com o outro. Mas enquanto ele não percebe nós a tratamos com educação e simpatia.

   Fomos todos para o clube da cidade, os nossos amigos e parentes mais próximos estavam nos esperando lá. Estava sentado junto com Emma e meus pais quando Ashley arrastou a cunhada para o banheiro e até agora não apareceu.

   _ Onde é que estão aquelas duas? _ pergunto encarando o relógio em um ato irracional.

   _ Parece que o amor te pegou de jeito. _ meu pai fala e só então noto que estamos só eu e ele na mesa _ Não para de olhar esse relógio desde que a Emma saiu com a sua irmã.

   _ Não vou mentir para o senhor. Eu ainda sinto um pouco de medo de me entregar dessa forma e no final acabar machucado. 

   _ Eu acho que com a Emma vai ser diferente. _ me conforta _ Filho, como é a sua relação com os pais dela? Vocês não falam sobre isso quando perguntamos.

   _ O pai da Emma morreu quando ela tinha uns seis anos e a mãe é um pouco difícil de lidar. _ me lembro do seu ataque por me encontrar abraçado com sua filha _A Emma sofre um pouco com essa relação conturbada.

   _ Do que vocês estão falando? _ Ash aparece sentando ao meu lado.

   _ Cadê a Emma? _ pergunto ao perceber que ela veio sozinha.

   _ Ela foi atender uma ligação da mãe dela e nos desencontramos. Achei que ela tivesse voltado para a mesa. _ responde em tom preocupado.

   _ Vai procurar por ela filho. Ela não conhece muito por aqui. _ meu pai pede também preocupado _ Eu vou ficar aqui e se ela voltar eu te ligo.

   Não penso duas vez, pego o meu celular e saio entre a multidão procurando por ela. Vejo vários rostos conhecidos, mas nenhum é o que estou procurando. Vou da piscina até a quadra de tênis, mas nenhum sinal de Emma.

   Em um último ato de desespero vou até o estacionamento. Vou olhando com atenção entre os carros até que escuto a voz dela por perto. Sigo o som da sua voz, mas não apareço ainda. Escuto quando ela suplica para que a mãe a entenda, mas parece que não dá muito resultado.

   _ Tudo bem? _ pergunto quando uma das duas encerra a ligação.

   _ Sim._ fala em um suspiro _ Ela ligou para me pedir para ir falar com ela na nossa casa na hora do jantar, mas quando disse que estava fora da cidade com você ela surtou. _ dá de ombros e se recosta em um carro.

   _ Se quiser podemos adiantar a nossa volta. _ sugiro _ Meus pais não vão se importar. _ me recosto ao seu lado _ Voltamos amanhã ao invés de segunda.

   _ Não, a minha mãe tem que se acostumar com a ideia de que não sou mais uma criança e tenho uma vida. _ fala mais para si do que para mim _ A gente tem que voltar para a festa. _ diz meio sem animo.

   _ Eu tenho uma ideia melhor. _ abro um sorriso e ela me olha com uma sobrancelha erguida _ Vem comigo. Mas antes é melhor tirar o salto. _ ela olha para os sapatos pensando um pouco se deve ou não seguir o meu pedido.

   _ Por que tenho que tirar os sapatos? _ questiona os tirando _ Por algum acaso vamos pular um muro ou invadir uma propriedade?

   _ Um pouco dos dois. _ não posso evitar rir de sua cara de espanto.

   A pego pela mão e começamos a correr em direção a uma mansão que fica nos fundos do clube. Quando mais novo gostava de pensar que seria a minha casa. É uma mansão que comportaria perfeitamente uma família com três filhos e um cachorro labrador. 

   Pulo a cerca média que divide o lado de dentro do lado de fora. Demoro uns minutos para convencer Emma a pular também. Tem uma placa de não entre no gramado, o jardim está bem cuidado e exatamente como me lembro quando via o velho dono do clube vir para cá. Mas o homem morreu e os filhos ainda não sabem o que fazer com a casa.

   _ Luca isso é muito errado. _ Emma sussurra com medo de ser ouvida _ Podemos ser presos por invadir essa propriedade.

   _ Relaxa, ninguém viu a gente. _ sussurro de volta _ Garanto que vai valer a pena correr o risco. _ falo quando por fim vislumbramos o lindo jardim que fica nos fundos da casa.

   _ Que lugar lindo. _ fala admirada com a beleza.

  _ Viu, eu disse que valeria a pena. _ a abraço por trás e aspiro o seu perfume que se mistura aos das rosas.

   Ela se vira para ficar de frente para mim e me envolve o pescoço. Me faz promessas com apenas o olhar e faço o mesmo. Sem sombras de dúvidas Emma é a pessoa que me faz sentir completo e feliz. Agora mais do que nunca sei que é ela a mulher da minha vida. Só não sei como dizer isso sem assusta-la.

   Meus lábios cobrem os dela em um beijo longo e apaixonado. Seus dedos mergulham em meus cabelos e meu toque sobre o seu corpo é cada vez mais urgente. A ergo do chão e ela coloca as pernas em volta da minha cintura. Encontro uma espreguiçadeira no caminho e a deito sobre ela. 

   _ Isso é uma loucura. _ fala com a respiração em ritmo acelerado, mas não faz nada para me afastar do seu corpo.

   _ O amor nem sempre é sensato. _ digo enquanto beijo o seu pescoço e ao mesmo tempo abro o zíper do seu vestido.

   Ela me ajuda a tirar a camisa, suas mãos percorrem meu corpo sem uma gota de timidez e faz a minha pele queimar a cada toque. O aroma das rosas faz o ambiente ficar ainda melhor. Meu corpo ansiava pelo dela de tal forma que não consegui me segurar por muito tempo.

   Nos entregamos com paixão e certeza de que somos um só. Depois de tanto tempo fugindo do amor consigo senti-lo sem medo. Sei que Emma não apareceu para partir o meu coração remendado. Ela veio cicatrizar as ferida que pouco a pouco param de sangrar. 

Uma Chance Para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora