Chapter Five

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— VOCÊ O QUE?

Eu esperava que Sofia surtasse quando eu contasse, mas não esperava que fosse tanto.

Acho que a Califórnia inteira pode ouvir seu grito. Eu respirei fundo, sabendo das consequências que aquilo teria — Eu conversei com ele, foi.... Estranho — Concluí e antes que ela pudesse surtar de novo, eu continuei — Se você prometer não gritar e nem surtar, eu te conto.

— Eu prometo! Eu prometo! Só me conta, por favor! — Senti seu corpo apoiar na porta. — Vamos, Allie, me conte!

— Espera eu encher a banheira e entrar e aí te conto — Garanti, fazendo isso em seguida. Me despi e entrei na banheira alguns minutos depois. Ela estava impaciente do outro lado. Gritei que ela podia entrar.

— Que demora! — Sua voz estava nervosa, eu a conhecia. Sof sentou do lado da banheira, com os olhos brilhantes e acessos. —Vamos, me conte! Que loucura aconteceu hoje?

— Quando eu não estava me sentindo bem, eu precisava respirar, então, segui para a saída de emergência e corri para fora. — Dei uma boa respirada antes de contribuir — Eu fiquei lá sozinha por uns minutos e depois, alguém apareceu perguntando se eu estava bem.

— Não acredito! Era o Shawn, não era? Diz que era!

— Calma, Sof, eu ao menos consigo pensar com tanta animação — Dei risada da sua empolgação — Era. Bom, eu não sabia que diabos ele estava fazendo lá.

— Eu não acredito, Alícia. Por que não saímos pela porta de emergência nos outros shows? Maldito destino!

Por que não tivera acontecido antes? Essa era a pergunta que mais tinha em mente — O universo é mesmo louco, mas deixa eu continuar a baboseira antes que eu desista, então... —  Contei a ela tudo que havia acontecido, ela pareceu não acreditar.

— Allie, se fosse qualquer outra pessoa me contando, eu não acreditaria — Sof pareceu certa de suas palavras — Mas é você! Deus, sabe o quanto isso é incrível? Nosso cantor preferido te abraçou e se importou contigo!

— Seu cantor preferido — Corrigi. Ela estava tão empolgada com aquilo. Devia ter sido ela, merda.

— Sabe o quando a Alícia antiga ficaria feliz com esse encontro? — Ela encarou-me — Ah, ela estaria chorando. Céus, isso é tão legal.

— Alícia antiga costumava fazer tantas bobagens. Isso é idiotice. Ele deve te me achado uma idiota de moletom de gatinhos — Eu ri da situação depois de aliviar a tensão.

— Pare de ser boba! Ele foi um fofo! Ah, como eu daria tudo para ter aqueles braços em volta de mim, você é tão sortuda, Allie — Ela perdeu seu olhar no ambiente claro.

Senti uma pontada no meu peito. Acho que era culpa por ser tão idiota com as pessoas que me amavam.

— Sinto muito, Sof, sinto muito por tudo — Acho que senti as lágrimas se formarem — Devia ter sido você a abraçar ele.

— Você precisava do abraço dele muito mais que eu. Espero que isso mude sua forma de ver as coisas. Talvez seja o destino te mostrando o caminho que precisa seguir — Ela tocou meu braço e depois voltou pro quarto.

Eu continuei ali por um bom tempo, deixei que meus pensamentos me levassem para longe.

Quando voltei para cama, minha melhor amiga estava assistindo um filme aleatório.

— Sabe quem se mataria se soubesse disso? Becca — Ela riu escandalosamente. Eu ri em seguida, negando com a cabeça. Deitei ao lado e permaneci em silêncio, ela entendeu o que precisava. Me senti bem depois de muito tempo. Acredito que ficamos por uma grande quantidade de tempo, depois, pedimos comida e fomos dormir.

O dia havia sido intenso demais.

Quando as luzes de sol invadiram meu rosto pela manhã, virei-me lentamente e enxerguei minha melhor amiga descabelada do meu lado. Eu ri. Joguei meu corpo para ver que horas eram.

6h e 4 minutos.

Deixei um suspiro sair entre meus lábios. Que diabos eu estava fazendo acordada tão cedo? Fixei meu olhar no teto e comecei a pensar. Isso era terrível, suspirei novamente e percebi que precisava sair e entender o que eu estava sentindo, eu precisava de um tempo sozinha.

Levantei e fiz tudo que necessitava no banheiro, quando voltei, coloquei meu moletom de gatinho que estava pendurado na poltrona.
Coloquei o cabelo atrás da orelha e peguei o cartão que dava entrada no quadro e deixei um bilhete dizendo que havia saído para andar, sobre a escrivaninha.

Os meus passos me levaram para o fora do hotel. Eu sabia que Tongva Park Overlooks não ficava muito longe dali. Aquele lugar era... Incrível.

Caminhei por longos minutos, deixei que o vento percorresse meu rosto. Era gostoso sentir a brisa da manhã.
Olhei pela rua e parecia vazia, ver Los Angeles assim, era tão diferente do que ver suas tardes movimentadas.
Quando cheguei ao parque, andei sobre as estreitas ruas entre as árvores. Sentia-me segura ali. Natureza era reconfortante.

Subi as escadas e passei pela pequena ponte. Me dirigi até o amontoado de árvores ali perto. Joguei meu corpo sobre o chão, escorando na árvore. Deixei meus pensamentos me levarem para longe.

Tudo estava um caos. Eu ao menos podia me reconhecer. Meu mundo estava de ponta cabeça, começando por ter esbarrado com um garoto que costumava mudar minha vida.

Era tudo tão doloroso e confuso.

Escutei passos desacelerarem ao meu redor — Eu não acredito — Uma voz irritantemente conhecida penetrou meus ouvidos — Você de novo.

Abri meus olhos e não acreditei na peça que o universo estava me pregando.

Right Place, Right TimeWhere stories live. Discover now