Capítulo 4

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Reconheci a voz de Shawn e acionei todo o meu instinto "fingir de boba" para lidar com o fato de ele estar me ligando sem eu nem mesmo ter lhe dito o meu nome, quanto mais meu celular.

— Quem fala?

— Eu sei que você já sabe que sou eu — ele deu uma risada cativante — Estou ligando pra saber se você... Dormiu bem?!

— Eu dormi muito bem, obrigada — respondi a sua pergunta repentina.

— Ah que coincidência por que eu também! Fiquei sonhando com o seu sorriso e os seus olhos a noite toda e...

— Como conseguiu o meu número? — o interrompi.

— Eu sei a senha do celular da Aaliyah, satisfeita? — disse sendo irônico.

— Sua irmã vai adorar saber que você anda bisbilhotando o celular dela.

— Você não vai contar pra ela, não quando eu estava prestes a te oferecer um favor...

— Que favor? — indaguei o cortando de novo.

— Como você é novata e eu sou veterano achei que seria uma boa idéia te mostrar a escola.

— Você não tem cara de ser um veterano receptivo — fui sincera.

— E eu realmente não sou... Isso tudo é uma desculpa para passar mais alguns minutos com você — revirei os olhos e Shawn, como se tivesse enxergado o meu gesto riu como um garotinho sapeca. — Até amanhã, Antonella.

Ele desligou e eu voltei a minha atenção para o meu livro, Shawn era o perfeito mauricinho metido á galã, e por mais que ele seja o extremo contrário do meu tipo de homem, não posso negar que eu até gostava de suas cantadas, até por que eu não flertava com alguém á séculos.

— Quem era no telefone? — Tracy perguntou secando os cabelos loiros com uma toalha.

— Um cara,conheci ele na festa ontem — falei bloqueando os raios de sol que incidiam sobre os meus olhos com o livro.

— Ah... E ele já te chamou pra sair?

— Ele meio que não faz meu tipo, e além do mais eu não pretendo sair com ninguém por agora — disse dando de ombros.

— Eu entendo.

Tracy e eu entramos, minha mãe picava alguns vegetais na cozinha e Jimmy fazia churrasco, eles até pareciam pessoas normais, assim, de longe. Mas no fundo no fundo, eu não conseguia enxergá-los como uma família.

Era só eu, morando com a minha mãe e o namorado ricaço dela que tem uma filha que poderia ser confundida facilmente com uma princesa da Disney.

Passamos o almoço jogando conversa fora. Depois de comer, fui para o meu quarto e terminei o meu livro. Pus a minha playlist no último volume e comecei a checar a minha grade de horários do colégio.

You know that i could use somebody — cantarolei enquanto folheava os meus livros de história dos Estados Unidos, ouvi uma batida na porta e a figura de Lana com um telefone na mão e um sorriso envergonhado entrar no quarto.

— É o seu pai. — falou me entregando o aparelho.

— Olá querida! Tudo bem?— os meus olhos começaram a encher de água e eu respirei fundo engolindo o choro.

— Oi pai! Tudo ótimo e você?

— Eu estou bem... Você está podendo conversar agora?

— Claro que sim! — respondi abaixando o volume da música e concentrando os meus ouvidos na voz rouca do meu pai.

— Sabe aquela moça que eu estava saindo á alguns meses...

— Fabienne. Lembro, ela era um amor.

— Eu e ela estamos levando as coisas, para um lado mais sério, eu diria.

Meu pai parecia nervoso e dava uma pausa a cada palavra, esperando a minha reação.

— Pai isso é maravilhoso, quer dizer, ela me parece ser uma pessoa boa.

— Antonella, eu sei como você se sente em relação a isso tudo. Desde que eu e a sua mãe nos divorciamos parece que você faz de tudo para ficar a parte das nossas vidas amorosas, mas você tem o total direito de opinar...

— Pai. Eu tinha 12 anos quando vocês se separaram. Eu nem entendia as coisas direito e tudo aconteceu tão rápido que eu preferi deixar vocês tomarem as próprias decisões.

— Eu sei Antonella. Mas olha a forma como você se separou da sua mãe depois que ela casou!

— As coisas com a minha mãe foram diferentes! Ela não só casou como trocou totalmente de vida!

— Eu sei, eu sei — ele disse tentando me acalmar e as lágrimas que eu tentava conter saíam sem eu nem mesmo perceber. — Me perdoa. É que eu sei como as coisas são confusas para você, então eu quero que saiba que eu só vou continuar as coisas com a Fabienne se você permitir.

— Quero que você seja feliz pai, com a Fabienne ou com qualquer outra pessoa, eu só quero a sua felicidade.

Pude ouvir um pequeno soluço vindo dele.

— Eu te amo — falou.

— Eu te amo, pai.




Gente! Me perdoem pela demora! Tive um bimestre bem apertado na escola mas prometo que Lost in California terá mais capítulos, vou postá-los ao decorrer dessa semana!

Favoritem e indiquem a fanfic! Não esqueçam de comentar o que acharam! Vou adorar conversar com vocês! 

Beijinhos de mel da tia Carol! 

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Oct 11, 2018 ⏰

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Lost in California  |  Shawn MendesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora