Capítulo X - Amor-te

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[N/A]: Notas de autor para avisar que não terá notas de autor. Me retenho, em luto a esse capítulo. 

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A porta os leva até um corredor apertado, dando acesso a pequenas salas nos fundos do antiquário. A maior parte, depósitos - com pilhas de velharias - e uma oficina diminuta para restauro de peças. À esquerda, uma escada de madeira que vai até o segundo andar do prédio.

Eles acompanham o homem, degraus acima. Keith está tentado a segurar a mão de Lance, mas ele detém-se. A situação, o lugar e a companhia do estranho estão deixando-o ansioso. Seria ótimo ter algum tipo de conforto provindo de Lance, mas ele não vai forçar intimidades. Só a presença dele já basta para deixar Keith um pouco mais calmo.

Ao chegarem no segundo andar, o homem se dirige a única porta do piso, a alguns passos da escadaria. Ele tira um molho de chaves do bolso e a destranca. O semblante, severo, não passa qualquer impressão de hospitalidade, mas as mãos os convidam a entrar, em um gesto aberto.

O local se revela um pequeno apartamento. Da porta é possível ter um panorama quase completo do lugar. Sala, cozinha, varanda e um corredor que leva a outros cômodos. Ao que tudo indica, aquela é a morada de seu anfitrião.

- Fiquem à vontade. – O homem gesticula para que Keith e Lance se acomodem no sofá.

Enquanto os convidados se sentam, ele examina uma pequena adega à procura de uma bebida e alguns copos. Keith e Lance rastreiam o local, reparando em cada detalhe que pudesse parecer suspeito ou hostil. Afinal de contas, estão em Daibazaal. Mas a casa é tão cômoda e humilde quanto qualquer outra. O homem lhes serve gim em uma bandeja de prata.

- Creio não termos sido apresentados apropriadamente. Peço desculpas por isso. Keith, não é? – Ele estende a mão em cumprimento.

- Sim. E esse é o Lance.

- Kolivan, proprietário do Eolas Bás. – O homem se apresenta. – É um prazer conhece-los. Me digam, o que vieram fazer em Naxzela?

Keith vira o copo de gim, tentando ganhar tempo para pensar em uma resposta. Lance o encara de esguelha, esperando uma reação. Ele não quer arriscar ter que responder por Keith e acabar na mesma situação de conflito com Pidge e Hunk. É melhor que Keith resolva tais assuntos de agora em diante. Afinal, ele já está abdicando de sua participação na missão, de qualquer forma.

- O mesmo que todos. – Keith dá de ombros. – Viemos pelo festival.

A resposta era boa, mas não o suficiente para convencer Kolivan.

- Garanto que se tivessem vindo pelo festival não teriam aparecido no antiquário. – Ele argumenta. – Não estou tentando interroga-los, se é o que estão pensando. Apesar de ser galra não tenho qualquer interesse em servir aos propósitos do Império. Isso inclui não entrega-los às autoridades, mesmo sabendo que são estrangeiros ilegais.

- Como sabe que somos ilegais? – Lance questiona.

- O porte de armas para civis é proibido por aqui. – Kolivan acena para a adaga de Keith. – E tem um bom motivo pra isso. É óbvio que não passaram pela fronteira, caso contrário teriam sido barrados na primeira revista.

- Por acaso, você é um membro da Resistência? – Keith tenta ligar os pontos.

As únicas pessoas que não os entregariam para o Império seriam seus aliados.

- Quer dizer um rebelde? Bom, pode se dizer que sim. Embora eu não tenha qualquer relação com o grupo a que deve estar se referindo. Não compactuo com os métodos usado por eles, e não poderia ser um rebelde nem se quisesse. Galras não são aceitos na Resistência.

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