Capítulo XXIV

30 1 0
                                    

UMA SEMANA DEPOIS

Eu estava dormindo quando Matvey me deu um beijo de bom dia, sua barba por fazer me fazendo cócegas.

Dobraye utra, ptichka — Matvey murmurou. Bom dia. Era uma das poucas coisas que eu sabia de cor até agora em russo.

— Bom dia — ri.

— Você quer o que para seu café da manhã? — perguntou. — Pensei em fazer seu clássico; bacon e ovos.

— Bacon e ovos! — me animei. — Eu preciso deles, faz tanto tempo.

Matvey riu de mim, e eu gostei. O clima estava tão pesado nos últimos dias, saber que estávamos melhorando me fazia melhor. No primeiro dia, havíamos visitado Killian, e aos poucos fomos nos abrindo mais. Novamente. Era como me apaixonar por ele tudo de novo. Quando Matvey saiu da cama, pegou suas calças e desceu em direção a cozinha, me deixando sozinha na cama. Em alguns dias também havíamos feito compras online de alguns móveis, como sala e cozinha, pouco para quartos de hóspedes.

Levantando da cama, busquei sua camisa azul de listras brancas, uma das minhas favoritas para roubar pela manhã. Busquei uma presilha de cabelo e o prendi em um coque. Vasculhando com os pés de baixo da cama, encontrei minhas pantufas e fui ao banheiro.

O sol entrava por todas janelas possíveis da casa, incluindo as da escada, clareando mais a sala de estar e partes da cozinha.

— Estou quase terminando, pode se sentar — Matvey gritou, e ouvi o barulho do bacon fritando.

Me sentei na bancada da cozinha, pegando o tablet que ele deixava pela casa e acessei as notícias. Li algumas notícias sobre Fresno e outras de Nova York, não sentindo muita falta da cidade. Killian e Hayden eram os elos que me mantinham àquela cidade, e agora sem Killian e com Hayden morando em São Petersburgo, eu não tinha muitos motivos para voltar para os Estados Unidos, bem, além de meus pais e Aderyn. Eu estava pensando nas pessoas com quem eu me importava quando me lembrei de Vasilisa.

— Matvey — o chamei.

Da? — indagou, ainda fritando o bacon na frigideira.

— O que houve com Vasilisa? — perguntei, receosa com a resposta. — O mesmo que Sophie?

Matvey desligou o fogão e baixou a frigideira, se virando para mim e soltou um suspiro. Eu sabia que para ele falar o que sua família fazia era algo difícil para ele, não porque ele odiava, porque eu sabia que ele amava ajudar o irmão e sua família, mas porque eu não entendia. Não ainda, e nunca como ele.

— Hayden disparou — murmurou. — Ele... só apagou quando viu você e Killian jogados no chão, pensou ter perdido os dois — e com isso, voltou a fritar os bacons. — Ele diz que não se lembra de ter puxado o gatilho, mas ele o fez.

Fiquei parada, estática. Hayden havia matado Vasilisa? Eu sabia que descobrir Valora, seu pai e sua mãe o mudou, mas não sabia que assim. Matvey viu que eu tinha mais perguntas, e apressou em terminar nosso café da manhã.

— O que o pai biológico de Hayden fez o mudou — explicou, pondo meu prato na minha frente. — E cá entre nós, ele precisa fazer as pazes com isso. Klaus é apenas um doador de esperma, Hayden só puxou características dele. Agora, Cassandra? Ele é filho dela.

— Ele ainda não me apresentou a ela — comentei, dando uma garfada nos ovos. — Ainda vou cobrar dele.

— Sim, Cassandra é realmente muito boa para eles — Matvey comentou, sentando a minha frente com seu prato. — Acho que Dimitri pediu permissão para algo uma vez como pakhan, e foi para casar com Valora.

Velvet Hurting #2 | ✔️Where stories live. Discover now