Capítulo 17

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Sem revisão! Boa leitura! ♥

-Alysson! Minha filha!

Ally sorriu quando entrou pela porta da mansão Cross e viu a pequena velha correndo até si. Uma mulher com mais vigor, era evidente assim que praticamente correu até a filha sem reclamar, mesmo que aindalhe faltasse ar, com um sorriso belo e contagiante. Ally havia percebido uma melhora significativa após a troca de remédios, até mesmo na voz, que outrora falha e fraca, começava a ter mais firmeza. A Sra. Brooke estava tão radiante e feliz que consequentemente ela também se permitia sentir um pouco.

-Calma, mãe! -abraçou e beijou a velha-mãe com carinho.

-Meu amor, nunca passei tanto tempo longe de vocês duas, senti tanta saudade. -beijou as mãos da filha e a conduziu até o sofá. -E seu marido, onde está? -inquiriu quando ambas sentaram-se no sofá de couro branco na ampla sala de estar do casarão.

-Cross foi direto para empresa, tinha assuntos pendentes por lá. -respondeu somente, sem querer que seu marido se tornasse o assunto principal daquela conversa. -E Jass? Eleanor? -perguntou com um sorriso.

-Jasminea agora vive para estudos e estágio, Eleanor está em uma das ONGs que ajuda. -explicou. -E como foi a viagem? O Brasil é bonito? Aproveitou bastante? Conte-me! Estou morrendo de curiosidade.

Ally riu da euforia da mãe.

-Calma mãezinha, a viajem foi tranquila; o Brasil é maravilhoso e alguns brasileiros também; e eu aproveitei ao máximo as comidas e praias nordestinas. -sorriu deitando-se no colo de sua mãe. -Mas nada se compara ao seu aconchego, e seus carinhos. Esse é o melhor lugar do mundo! -recebeu um beijo carinhoso de sua mãe.

Havia coisas sobre Alysson que nem mesmo Arminda podia compreender. Coisas como amá-la tão incondicionalmente mesmo depois de tantos erros que cometera no passado, cuidar dela como se nada tivesse acontecido, como se tivesse sido assim toda a vida. Mas o que Arminda realmente não conseguia entender sobre a filha era a forma como seus sentimentos pareciam nunca ser vistos, era como se fosse uma barra opaca que escondia os mais profundos medos e até desejo. Era compreensível, Arminda entendia que ela tinha motivos, mas às vezes, só às vezes não conseguia compreender como e quando ela havia tornado-se tão forte. Quase intransponível, se não fosse o pequeno coração machucado que ainda batia no peito de Ally.

Como mãe, a senhora Brooke não havia sido das melhores. Errara muitas vezes, umas por inconsequência e outras por querer acertar. O problema não estava necessariamente na forma como errou mas sim como foi tão rapidamente perdoada; assim como uma criança consegue amar alguém que roubara o doce de sua boca, Alysson havia perdoado a mãe por seus inúmeros erros. Em seus pensamentos errar era tão humano que chegava a ser banal, difícil era perdoar e ainda assim quando se ama tão profundamente o perdão torna-se apenas uma questão de escolha e não um sacrifício.

Arminda tinha para si que sua doença era castigo por tantos anos de covardia e medo, quando era para se impor e reagir. Quase vinte anos vivendo sob o julgo e a ditadura da violência, sofrendo a mão de acusação que batia todas as noites contra sua face, as palavras de indiferença que perfuravam sua alma como uma bala de fuzil. Mas esse não era o pior, pois o pior era saber que tinha arrastado um ser puro para o inferno que ela mesma criara. E talvez por isso, só por isso ela merecesse as dores de madrugada e a certeza de que não aguentaria mais um dia.

-Oh, meu bebê! -beijou-lhe o nariz e sorriu acariciando os cabelos crespos. -Sabe, desde quando você um feto sem forma e cor eu desejei que você pudesse ser meu porto seguro e que eu fosse o seu. Eu era tão nova e tinha acabado de perder seu pai, eu não podia perder você também; então me dediquei e te amei desde o primeiro momento que ouvi seu coraçãozinho fazer "tum-tum". -as lágrimas rolaram no rosto marcado por anos de sofreguidão. -Sinto que falhei tanto quando permiti...

ContratadaWhere stories live. Discover now