Capítulo 6 - The One With Mom

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Andrea's Point Of View

No dia seguinte ao bolo de Miranda, eu decido fazer uma visita de última hora para meus pais, sabia que ela viria atrás de mim até conseguir o que queria. Então, logo pela manhã, olhei os voos para o aeroporto de Simsbury que ficava a mais ou menos 20min da minha cidade - que é muito pequena para ter um - e peguei o que sairia daqui 3 horas. Arrumei uma pequena mala, pois sabia que minha mãe mantinha roupas minhas guardadas lá, e fiz hora no sofá até dar o horário de sair.

Saí cedo e fiz um caminho calmo até o aeroporto, sem me preocupar com horários. Daí em diante tudo fluiu rapidamente, quando vi já estava descendo do táxi na porta da casa que havia passado grande parte da minha vida. Não havia avisado meus pais sobre a minha pequena visita, pois queria fazer uma surpresa, e consegui com sucesso.

No instante que minha mãe abre a porta da frente, parece que iria cair para trás, fica branca como se tivesse visto um fantasma. Sai do choque inicial e me puxou para um abraço de urso quase me sufocando, não me importei, pois tudo o que precisava agora era o amor dos meus pais.

Após muitos beijos e abraços, mamãe finalmente me puxa para dentro e começa seu discurso sobre a filha relapsa que tinha. Puro drama, afinal, ligo para eles 3 vezes por semana, mas não vou negar que vão fazer meses que não os visito, meu sobrinho já está com quase um ano e ainda não o havia conhecido pessoalmente.

Como cheguei cedo, só estava minha mãe em casa, peço para que ela não avisasse meu pai da minha chegada, visto que queria fazer surpresa e não o deixar ansioso no trabalho. Deixo minha mãe terminando o almoço e vou tomar banho, coloco meu celular pra carregar, já que fugi de Miranda e não do mundo, ainda podia ter alguma coisa no trabalho que precisasse de mim.

No momento que entro no chuveiro parece que a água expôs tudo o que eu quis esconder com minha pequena fuga. Sem que percebesse, lágrimas se juntaram a água morna enquanto meus braços abraçavam meu corpo procurando um pouco de acalento. Me sentia estúpida por estar sentindo falta de Miranda, por estar procurando desculpas para ela não ter ido, ou, ter tido a consideração de avisar-me, por estar fazendo uma tempestade num copo d'água por conta disso, por estar cada vez mais apaixonada, e acreditar que ela, Miranda Priestly, a dama de ferro do mundo da moda, mudaria por mim. Agora sei que não fugi de Miranda e suas desculpas, mas sim do turbilhão de sentimentos que me tomavam com a simples menção do seu nome.

Perdida em pensamentos meu banho durou muito mais que deveria, a ponto de meus dedos ficarem enrugados. Saio sentindo-me mais leve por ter colocado os pensamentos no lugar, e com a decisão tomada de que conversaria com Miranda assim que voltasse, no entanto, durante este final de semana a deixaria no escuro sobre meu paradeiro, assim como ela me deixou ontem. Nunca disse que não era vingativa.

Saio do banheiro já vestida, ainda perdida em pensamentos, quando vejo minha mãe sentada na cama com meu celular em mãos e o semblante sério, fazendo-me paralisar.

- Por que essa mulher não para de te ligar? Que eu saiba você não trabalha mais pra ela a tempos. – Questiona séria, com um tom de desgosto ao se referir a Miranda. Sim, Miranda, meus pais a odiavam pela forma com que ela me tratava quando eu trabalhava na Runway e, principalmente, por quando foram perguntar a Lily o motivo do meu termino com Nate e ela disse que era porque eu "estava apaixonada demais por minha chefe para ligar para as pessoas ao meu redor". Lily não sabia do meu caso com Miranda, entretanto também não era cega, então antes de deixar minha vida, a mesma plantou na cabeça dos meus pais que Miranda era a causa do meu rompimento com todos ao meu redor, e a semente da dúvida sobre minha sexualidade.

- E-eu.. Não sei?.. - Minto e muito mal por sinal. Eu não sabia mentir para meus pais, e neste caso precisava de uma desculpa muito boa.

- Não minta pra mim, Andrea! Por que Miranda Priestly não para de te ligar?

- Mãe, eu.. - Não conseguia sequer terminar uma frase, não sabia o que dizer, não tinha coragem de dizer a verdade.

- Me diga que você mentiu quando nos disse com todas as letras que não tinha nada com ela!

- Eu não tinha!

- E agora você tem?

- Mãe, eu não tenho nada com Miranda Priestly! - De fato eu não estava mentindo, nunca cheguei a ter nada concreto com Miranda além de sexo, só que essa parte minha mãe não precisava saber.

- Então me explique isso. - Minha mãe aperta com fúria a tela do meu celular fazendo a voz da minha ex chefe soar pelo quarto.

"Andy, minha querida, se você estiver escutando essa mensagem eu apenas lhe peço para que não esqueça nada do que eu lhe disse essa semana, era tudo a mais pura verdade e eu farei de tudo para que valha a pena a segunda chance que você me deu, espero que não tenha se arrependido dela..."

Aquela mensagem de Miranda havia mexido comigo, seu tom de voz quase desesperado, sua quase suplica ao dizer que iria fazer valer a pena a segunda chance. Não gostava de vê-la assim, nem mesmo por mim. Gostava de ver a minha Miranda forte, imponente e que não abaixa a cabeça pra ninguém. Agora sei os efeitos que tenho causado nela, e não quero ser conhecida como seu ponto fraco, mas sim aquele que ela se apoia e se fortalece.

Meu celular toca novamente e o pego rapidamente da mão da minha mãe, o atendendo sem me importar com sua presença.

- Alô..

- Andy, graças a Deus, aonde você está? Eu estou tão preocupada. - Miranda dispara a falar assim que ouve minha voz.

- Estou na casa dos meus pais, mas ainda são 12:45pm não precisava toda essa preocupação.

- Menina tola, eu me preocupo com cada pequena coisas que acontece com você. Desde como acordou à o que aconteceu durante o seu dia. - Diz com a voz mais calma e firme, não continha o sorriso que se formou em meus lábios a partir do "Menina tola"- Quando você volta? A gente precisa conversar, eu sinto muito por ontem.. - A interrompo.

- Não precisava explicar, sei que você teria me ligado se pudesse. Sobre me arrepender de ter te dado uma segunda chance, saiba que eu tenho uma lei de não me arrepender das coisas que faço. - Brinco fazendo-a rir baixo, sabia que devia estar vermelhinha agora. - Voltarei no domingo à noite, provav.. - Antes que pudesse continuar, minha mãe se levanta da minha cama chamando minha atenção para sua presença, a mesma me lança seu melhor olhar decepcionado antes de sair batendo a porta do quarto.

- O que aconteceu? - Questiona Miranda.

- Apenas alguns problemas familiares que terei de arrumar um jeito de resolver até domingo. - Suspiro fundo.

- Se precisar conversar, ou, de ajuda com algo.. - Fala meio sem jeito fazendo-me sorrir abertamente. Tão fofa, Miranda Priestly, quem te viu quem te vê.

- Acho que precisarei de abraço e cafuné quando voltar..

- Tenho certeza que posso providenciar isso o mais rápido possível, não quero que tenha que recorrer a outra pessoa.

- Ciumenta, Miranda Priestly?

- Você melhor que ninguém sabe o quanto eu prezo pelo que é meu.

- E quem disse que eu sou sua?

- Se ainda não for, em breve será.

- Como pode ter tanta certeza disso?

- Não tenho, só tenho certeza que sou sua, só resta saber se mereço a recíproca desse sentimento. E se não, trabalharei arduamente para que sim. - Responde sincera e meu coração se aquece. - Andrea, preciso ir tenho uma reunião com Donatella agora.

- Okay, bom trabalho.

- Irei sentir sua falta. - Já estávamos neste nível?

- A recíproca é verdadeira. - Digo ambiguamente.

- Isto é tudo. - Dizemos juntas rindo em seguida, antes de desligar a ligação.

É, já estamos neste nível. E eu gosto muito dele.

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