Ás 3:00 AM, a noite já está estabelecida, o ápice do seu poder e mistério está enraizado nos corações e mentes dos filhos da escuridão ou nos desavisados que não conseguiram adormecer. Por não terem feito amor com os seus desejos e sim foderem com os seus problemas á noite inteira.
Erik, estava pensando no trabalho monótono e nos sonhos que deixará para trás. Em como a vida se tornará cinza desde o outono de 97, quando viajou com seus familiares para a casa na praia do tio Luiz, as férias que trariam o fim da felicidade na sua vida. "Mas deixa pra la...",
Pensou Erick após voltar a lembrar, do metrô lotado e do mendigo que o xingou por não ter lhe dado uma moeda. Como a vida veio perdendo tanto brilho, será que foi a morte da inocência? Ou inocência de crer na morte?
E entristeceu ao notar que todos os cobertores que o rodeavam, nunca iriam esquentar a sua alma, do frio que permeia o cemitério dos seus sonhos. Como um dia foi fácil sorrir, como a vida já foi leve e como um fusca e cantorias, trouxeram tanta felicidade em uma época distante. E hoje em dia era só a mesma rotina chata.
Erick passou a noite em claro até amanhecer, levantou-se da cama, tomou um banho, bebeu o seu café e logo se aprontou para o trabalho. Chegando no trabalho, preparou todo o seu discurso e colocou o melhor sorriso falso que tinha guardado. Estufou o peito e gritou:
- Bom dia criançada, o palhaço Alegria chegou!
