A primavera chegou e trouxe todo encanto e beleza que poderia trazer as flores começaram a desabrochar a vida está exalando por toda a natureza. A brisa entra pela janela, a dispensa está cheia. Tem comida de sobra. Hoje está um lindo dia para passear, para conhecer um pouco mais desse enorme mundo que habitamos. Ele estica as pernas e todo o corpo acompanha em um só ato. Mas imediatamente uma preguiça exacerbada toma conta do seu ser e ele pensa:
- Bem, amanhã eu darei uma voltinha lá fora.
O dia passa e a noite ele se arruma no velho pedaço de madeira e começa a cantar, talvez para aliviar a alma ou para que o seu canto possa entrar em harmonia com todos os outros sons da noite. O sono começa a chegar e ele adormece. No outro dia ele acorda disposto é hora de sair. Ele tenta abrir a porta e ela simplesmente não abre. Ele pensa:
- Ué, eu entrei por ela.
Ele tenta inúmeras e inúmeras vezes até perceber que nunca conseguirá abrir. O seu bico está frágil e as penas já começaram a cair. Ele realmente comeu bastante, talvez mais do que deveria o seu corpo frágil não conseguiria quebrar uma gaiola daquelas nem mesmo de madeira. E então ele tenta gritar e gritar. Mas só o que sai é o seu belo canto. Depois de muito esforço ele se sente exausto. Lembra que ele mesmo entrou por aquela pequena portinhola. Mas havia tanta comida ali. Não ia ter que ficar procurando por aí. Agora não havia mais busca e nem tanto mais vôo. Mais uma vez se acomodou e cantou dessa vez não de alegria ou raiva mas de tristeza.
