Capítulo 6.

1.1K 90 19
                                    

Enrico se aproximou e puxou Kate pela cintura para junto si.

Brooke meneou a cabeça enojada com a presença inesperada do homem. Já devia imaginar que uma vez que pisasse no galpão de Francis seu passado retornaria dos mortos faminto como um zumbi.

- Arg! Me solta seu idiota! - a morena o empurrou afastando-se dele rapidamente.

- Seu pai não vai gostar de saber que anda se agarrando com essa cretina! - repreendeu fulminando a latina descaradamente.

- Vai ver se eu estou na esquina, ow! - ela se irritou. Apertou o interfone, e assim que se anunciou, o portão se abriu, e entrou o fechando com força logo em seguida.

Eles acompanharam cada movimento dela, depois de ela entrar, Brooke falou:

- Só tinha que ser você para estragar o momento. Os anos passam e continua o mesmo capacho do Tom. Não cansa de ser tão desagradável?

Enrico soltou uma risada forçada:

- Não sabe como desejei que apodrecesse na prisão. Mas enfim, os gênios não existem. E olha só você aqui de novo!

- Fique tranquilo - ela aconselhou subindo na moto e colocando o capacete. - Não voltei pra competir atenção contigo. Tom é a última pessoa da minha lista que penso em me envolver de novo. E me faz o favor de dar um recado pra ele?

Enrico assentiu.

Brooke girou a chave na ignição.

- Diz que a gente se vê no inferno.

Enrico sorriu como resposta, apenas a observou dar partida e ganhar a rua, sumindo na avenida.

Ela pilotou de volta ao apartamento, estacionou com cuidado na garagem, depois subiu.

Tirou os tênis e se deitou. Havia comido um sanduíche na rua e não sentia fome.

Tudo que ela queria era ajeitar sua vida para poder ajudar Sony. Nesses pensamentos acabou adormecendo.

Despertou tempo depois. Conferiu o relógio, e ainda eram três da madrugada. Deu uma volta pelo apartamento e foi parar na varanda. Admirou as luzes da cidade por alguns instantes, como a lua se escondia magicamente atrás das nuvens escuras e logo ressurgia ainda mais resplandecente. Sentiu imensa vontade de dançar ali mesmo ao ar livre. Ela começou a se alongar. Estava sozinha podia fazer aquilo. Apenas o luar seria seu cúmplice. Ninguém saberia que o desejo de se expressar foi maior que a desistência. Era só ela e a dança. Começou com os elementos básicos da Dança Breaking: um Toprock, incorporando com os movimentos das mãos. Logo o 6-step estava em execução, seguido dos Drop's, até os Power Moves e enfim os Freeze's.

Não precisava nem mesmo ligar uma música. A batida vinha de dentro de si. Deu alguns saltos, os mais simples deles, só para ter certeza que não havia perdido o jeito.

Poderia ficar nisso por horas, e foi isso que aconteceu, quando retornou a realidade o amanhecer partilhava os primeiros raios solares. A primavera havia chegado para seu desfrute. E era assim que ela se sentia naquele momento. Um sentimento novo brotava de sua alma e lhe convidava a florescer. Era como aprender a andar de bicicleta, uma vez que conseguisse se equilibrar jamais esqueceria. Os anos lhe serviram apenas para aperfeiçoar. Pelo menos agora tinha um espaço só teu para ceder aos instintos. Sim. A dança havia se tornado uma necessidade tão essencial quanto respirar. Poderia duelar com a saudade, antes que a ansiedade lhe fizesse enlouquecer. Não precisaria mostrar força todo o tempo. Permitiria que a dança voltasse a lhe dominar por completo. Seria somente ela e a dança e nem uma das duas estava disposta a compartilhar seus segredos.

Almas Dançando ( LESBIAN)Where stories live. Discover now