Selado

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Ildrien

Meu pai recebeu uma mensagem, informando que houve um acidente no teste de aptidão.

Assim que soube da carta, confesso que a primeira coisa que me veio à mente, foi Matteo.

Estou no território dos Dragões ancestrais, junto ao conselho da academia. Iniciamos as buscas pelo rapaz.

Os demais grupos já estavam se recuperando dos confrontos, então não poderiam nos ajudar.

Antes de vir, procurei a sua equipe. Uma formação muito interessante, talvez a primeira do tipo, devo dizer. Disseram que a última coisa que se lembram, era de um enorme Dragão na caverna.

Era óbvio que se fosse o Dragão das lendas, definitivamente não restava mais nenhum Matteo para contar história.

O grande Dragão branco. Vários guerreiros se arriscaram a enfrentá-lo. Segundo a lenda, em seu peito havia um cristal que lhe proporcionava grande poder. A história desse cristal, ou como ele foi encontrado pelo Dragão branco, é desconhecida.

Entro na caverna. Alguns dragões chiavam, mas raramente arriscavam nos enfrentar.

Minha equipe decidiu separar o grupo para abrangir uma área maior.

— Detector. — Sussurro as palavras, e começo a andar sozinho, enxergando uma linha azul. O feitiço lançado podia detectar a energia de corpos que passaram por ali recentemente.

Sigo em direção a um buraco, e logo desço deslizando.

Ao cair, vejo Matteo deitado no chão. A luz solar iluminava seu rosto.

Corro em sua direção, e antes que eu pudesse sacudi-lo e despertá-lo, encaro um cristal ao seu lado.

— Isso não é o que estou pensando, é?

Ouço passos atrás de nós. E antes que chegassem, lanço uma magia que enterra o cristal no subsolo.

— Estamos aqui! — Grito verificando os sinais vitais do garoto.

Matteo

Abro meus olhos lentamente, o brilho do sol na janela me força a virar o rosto.

Observo o local a minha volta e descubro que estou em uma enfermaria.

Sento-me na cama e começo a levantar, andando em direção à janela.

— Seria bom voltar para a cama.

Olho para Ildrien que permanecia sentado em uma cadeira lendo um livro.

— Eu já estou bem. — Aos poucos lembro do ocorrido na caverna e me pego olhando as mãos.

Sinto meu amigo me encarar curiosamente.

— Você o segurou?

— Hã?

— Você segurou o cristal?

— Como sabe...?

— As lendas do grande Dragão daquela caverna são bem conhecidas, sabia?

Encaro mais uma vez a paisagem lá fora.

O HumanoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora