Hogwarts Express

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"Eu estou morto a anos. Meu coração bate, meu corpo respira mas eu não me sinto vivo, eu sou apenas alguém que não teve escolha, alguém maltratado pelo destino. Mas algo mudou, algo no meu coração estava ganhando vida mesmo com toda essa tempestade. E isso não era algo ruim. "

— Draco Malfoy

(...)

P.V Hermione

Já fazia um tempo que eu havia chegado a plataforma 9 3/4. Fiquei conversando com Harry e Rony, eles falavam o que descobriram sobre você-sabe-quem nas férias, tentei prestar atenção mas não consegui. O pesadelo ainda ficava se repetindo várias vezes na minha mente, me assustava. A cada segundo as coisas ficavam mais confusas, fiquei tentando manter o controle mas era quase impossível.

— Hermione, você está bem?- Rony perguntou me fitando.

— Por que não estaria Ron? - tentei disfarçar.

— Estamos falando sobre Malfoy ser um comensal, você ainda não deu sua opinião... Acho que nem prestando atenção você estava. Está tudo bem mesmo? - Harry estava preocupado, confesso que não estava surpresa por eles desconfiarem de Malfoy, até eu desconfiaria. Mas não acho que ele seria capaz de fazer algo tão idiota assim.

— Desculpa, estou bem sim, só com um pouco de dor de cabeça - disfarcei - sobre Malfoy, não sei, não temos provas de nada. Não podemos acusar ninguém Harry.

— Mione, o pai dele é, nada mais justo que ele ser também. - retrucou Harry

— Verdade, filho de peixe, pexinho é. - Ron concordou com Harry

— Vamos entrar, o trem já está ficando lotado. - falei pegando minhas coisas e indo em direção ao trem.

Não queria falar sobre Malfoy, já não bastava ele nos meus pesadelos, não queria ele nas minhas conversas. Entramos no trem, as cabines da frente já estavam lotadas então continuamos andando. Acabei esbarrando em uma das garotas da Corvinal, já que o trem estava lotado. Me desculpei. Elas assentiram com a cabeça e continuou andando. Logo em seguida achamos uma cabine, Ron e Harry entraram rapidamente, me ajudaram a guardar as minhas coisas e voltaram a conversar.

— Tem certeza que não desconfia nem um pouco que ele é um comensal da morte?- Harry voltou ao assunto.

— Harry, como eu disse a gente não tem prova de nada. - não sei o por que de o ter defendido. O único motivo que veio na minha cabeça foi "um garoto de 16 anos não podia ser um comensal da morte, mesmo esse garoto sendo Draco Malfoy".

— Tudo bem... - Harry revirou os olhos - mas Mione ? - Harry me olhou curioso, assenti

— Você não veio com seu colar? - olhei pra baixo, o colar que Harry me deu não estava mais ali.

Levantei e comecei a procurar por toda cabine. Harry e Rony me ajudaram mas não conseguiam encontrar. Peguei minha bolça e comecei a revirar, continuei sem achar nada. Me lembrei que eu tinha esbarrado na garota da Corvinal. Levantei e fui até o corredor. Ron se ofereceu para ajudar mas pedi para ele não se incomodar e continuei procurando. Sai da cabine, olhei cada canto dos corredores mas o colar não estava lá. Cheguei no corredor em que tinha esbarrado na garota, me agachei e comecei a procurar como tinha feito nos anteriores. Passou alguns minutos e nada. Ouvi um barulho de passos atrás de mim.

— Perdeu alguma coisa sangue-ruim? - logo reconheci a voz, era de Malfoy. Levantei rapidamente, ele estava parado atrás de mim com as mãos no bolço. Não tinha surpresa pior.

— Nada que te interesse, mas acho que você perdeu a noção em me chamar de "sangue ruim" - bufei. Ele simplesmente me tirava do sério.

— Nossa, Granger mostrando suas garras. Passou as férias estudando animago e agora vai virar um leão pra me morde, é ? - ele riu ironicamente, revirei os olhos e cheguei mais perto. Percebi que Malfoy também estava com olheiras.

— Bom, pelo menos eu tenho que virar um animago e você que nem precisa, já que parece uma doninha. - o mesmo ficou vermelho de raiva. Malfoy não parecia um doninha, ele chegava a ser até atraente mas realmente diria qualquer coisa pra me defender dele. Ele se aproximou de de mim. Segurou meus braços, seu rosto continuava vermelho. Ele segurava tão forte meus punhos que fez com que eu fosse para trás.

— Não vou deixar nenhuma garotinha fala assim comigo! - ele apertava meus punhos mais ainda, olhei nos seus olhos, eles estavam um azul escuro. Como se uma tempestade tivesse acabado de chegar. Ele nunca tinha chegado tão perto, meus olhos marejavam mas eu não iria chorar na frente dele.

— Não sabia que você seria tão covarde assim... - falei baixando minha cabeça e olhando pra onde ele segurava. A tensão do seu rosto foi se aliviando. Ele abaixou sua cabeça e acabou encostou sua testa sobre a minha, meu corpo estremeceu. Malfoy foi soltando meu pulso lentamente. Ele voltou a olhar nos meus olhos, era como se a tempestade finalmente estivesse indo embora. Estávamos tão perto que conseguia senti sua respiração. Ficamos alguns segundos sem dizer nada, a gente apenas se encarava. Eu pensei em milhões de maneira de sair de lá mas meu corpo não obedecia. Era como se nossos corpos não tivessem controle, seu rosto foi chegando cada vez mais perto. Ele se afastou, passou sua mão dsobre os cabelos loiros, se virou e foi embora sem dizer nenhuma palavra. Olhei pros pulso, a marca das suas mãos ainda estava lá. Algumas lagrimas caíram sem nem perguntar se podiam. Encostei-me em uma das paredes do vagão. Fiquei lá, tentando entender o que tinha acontecido.

P.V Draco

Minha cabeça não parava de dar voltas, não era pra ter tocado naquela sangue-ruim. Posso ser várias coisas mas covarde eu não sou. Mas o problema é que ela simplesmente faz com que eu perca a cabeça, ela me enfrenta, me faz querer gritar, jogar tudo pro alto. Ela tem algo que simplesmente me deixa fora de controle. Respirei fundo antes de entrar na cabine. Não queria ouvir a Pansy fazendo milhões de perguntas, ela não era minha namorada, a gente ficava as vezes quando eu estava muito bêbado mas ela era pior que chiclete. Não queria mais confusão por hoje e muito menos um interrogatório.

— Draquinho, guardei seu lugar! - Pansy falou apontado para o lugar ao seu lado, revirei os olhos. Eu tinha avisado pro Crabbe guardar meu lugar mas acho que esse idiota não entendeu. Sentei, Pansy começou a falar sobre as suas férias e o quanto estava com saudade. Ela acabou dormindo depois de alguns minutos. Senti algo no meu bolço, coloque a mão nele e tirei um colar, ele era até bonito, tinha um pingente de coruja. Eu encontrei jogado em um dos vagões. Pensei em devolver mas não encontrei ninguém por perto. Encostei minha cabeça na janela. Eu só conseguia pensar em duas coisas, em o quanto estava me sentido um lixo por ter tratado a Granger daquele jeito e o porque de ter passado minhas férias inteira tendo pesadelo com ela. Eu a matava, ela podia ser um sangue-ruim e também era amiga do Potter mas ela não merecia a morte. Algo me dizia que eu tinha que proteger ela, não dos outros mas sim de mim.

Bad Dream • dramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora