Capítulo 37

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Raiko:.PoV

Semanas se passaram desde aquela maldita conversa entre os Lyperions e a velha Eve e mesmo assim nada tinha mudado.. Eu podia sentir o clima de desconfiança no ar como se ele fosse um tipo de odor fétido emanando de todos os lugares... No dia seguinte após aquela conversa, Dimitri Lyperion convocou uma reunião particular com os outros lideres de última hora cujo a assunto foi um mistério para todos os outros habitantes da décima segunda tribo.

Eu sabia o que era.

E por isso, qualquer mínimo olhar de desconfiança me deixava a beira de um grande colapso nervoso, cada expressão diferente era ameaçadora para mim. Até mesmo palavras ou insinuações que antes não tinham importância para mim, agora me atingiam como facas afiadas pelo sentimento de medo. Eles estavam procurando o bisbilhoteiro daquela noite e se soubessem que ele era eu, só os deuses saberiam o que seria feito de mim.

O clima estava tenso

Com a certeza da guerra se aproximando de nós, das trevas surgindo no horizonte atormentando as mentes do povo, tudo estava se dezestabilizando cada vez mais. Alfas e lupinos corajosos se juntavam ao treinamento rústico dos homens lobo para se proteger do futuro sombrio que os aguardava e apesar dessa boa notícia, tudo parecia estar dando errado. Era difícil aceitar mas no entanto eu não podia mais negar.

Meu novo lar não era mais o mesmo de antes. Tudo estava desmoronando rápido como um castelo feito de areia e em questão de semanas, a décima segunda tribo, tornou- se semelhante a meu antigo lar na corte da nobreza, com dissimulação e desconfiança, com a diferença de que não haviam nobres gordos e soberbos usando suas perucas estranhas para cobrir a calvície e sim, homens e mulheres musculosos vestindo apenas tougas e túnicas que se estranhavam como cães disparando insultos uns contra os outros. Era loucura. Brigas entre alfas tinham se tornado frequentes, mais até do que o normal, os motivos não tinham mudado mas...

Algo estava diferente.

Os doze líderes pareciam mais aflitos do que o normal e isso se tornou um tipo de tensão que quase era palpável entre o povo... Eu sabia que Dimitri, com seu pavio curto e autoridade não hesitaria em confrontar os outros líderes da tribos vizinhas... Ouvi Ares comentando com seu filho Rômulo sobre o assunto... Algo sobre um tipo de suspeita de traição, um ardil para tomar o poder. Erin andava taciturno e quieto, indo junto de seu marido para todos os lugares como um imã, com medo de ser atacado por outro alfa...

Eu tentava manter a calma, olhando pela janela da minha casa os alfas mensageiros em sua forma animal correrem floresta dentro além da pequena campina todos os dias, enviando as suas notícias alarmantes para os povos... Era triste admitir, mas minha tão pacata vida entre os teimosos homens lobo tinha se tornado sombria e incerta e a pior parte disso era que eu não fazia ideia de onde meu homem estava, se estava seguro e bem ou pelo menos vivo. Eu sabia que Hades Boullevard não deixaria nada acontecer com ele, mas ainda assim, meu coração aflito não deixava de me importunar com seus medos..O tempo passou devagar, mas passou.

Era véspera do solstício de verão e eu estava fazendo meus serviços do dia ao lado de Erin, lavando nossas roupas junto dos outros ômegas da tribo no lago Brinch quando de longe os sinos das atalaias soaram distantes vindos da entrada da tribo. Ao badalar do primeiro sino, meus pés já se moveram com toda a velocidade do mundo enquanto Erin e os outros corriam atrás de mim. Eu sabia o que aquele ressoar significava. Era meu lindo Reno, meu homem de cabelos espessos... Ele tinha chegado.. Depois de fazer o impossível de novo.. Meu peito se inundou de alívio, como se de repente o peso do mundo saísse dos meus ombros..

Quando me aproximei dos portões de madeira da entrada, avistei o grande número de alfas concentrados na porta assim como ômegas e lupinos. Sendo sincero, era provável que toda a vila tenha vindo receber os seus parentes distantes do Norte.. Ao lado de Erin, com seus olhos curiosos no portão, varri a multidão com os olhos em busca do meu marido.. Eu queria abraçá-lo e sentir o calor do seu corpo no meu. Não vi meu irmão em lugar nenhum.. Era óbvio que ele não viria  receber os Thell e o motivo era muito compreensível para mim. Por outro lado, fiquei surpreso quando vi o velho Aedion parado ao lado de Ares e dos outros onze líderes.. Depois daquele dia, jamais pensei que fosse ter coragem de encarar os seus dois filhos.

Desolação do Ômega(Romance Gay)[LIVRO 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora