۵ third: talk about you.

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JIMIN NÃO SABERIA dizer há quanto tempo estavam parados em frente a sua casa.

A rua estava deserta e a única luz ainda presente no breu era a da varanda da residência dos Park, sinal do quão tarde da noite estava e quanto tempo Jimin passara com Yoongi. Tempo no qual os últimos momentos arrastaram-se em um silêncio incômodo, interrompido vez ou outra pelo Min pedido as coordenadas da rua onde o menor morava, e que congelara no instante em que o carro parou em frente a residência e Jimin não se viu capaz de simplesmente virar para o mais velho, agradecer pela noite e ir embora, muito menos Yoongi despediu-se com uma boa noite e destrancara as portas do automóvel. Então restava apenas os dois ali, em uma rua escura e adormecida, e um silêncio cheio de segredos confusos envolvendo-os.

─ Jimin-ah, você ficou com raiva de mim por causa da história da praia? ─ A voz de Yoongi finalmente veio, baixa e cuidadosa. Ele não olhava para o mais novo e suas mãos apertavam o volante com força.

Jimin engoliu em seco.

─ Não, hyung. Claro que não. Foi legal, sério. ─ Tropeçou nas palavras enquanto sorria para acalmar o mais velho. ─ Eu só estou cansado e preocupado com a Hiyori.

Yoongi não pareceu convencido, mas abriu um sorriso pequeno mesmo assim e seus olhos finalmente viraram para Jimin. Ele estava receioso e distante, como se tivesse medo de tocar o Park e desfazê-lo em vários pedacinhos; coisa da qual o próprio Jimin não duvidava que ele era capaz. O que, na sua percepção, era um absurdo. Conhecia Yoongi há dois dias, ele não tinha o poder e nem o direito de ter tanta influência e efeito sobre si.

─ De qualquer forma, desculpa por qualquer coisa ─ o Min disse levemente e destravou as portas do carro. Jimin interpretou aquilo como um convite para que ele finalmente fosse embora.

─ Você não precisa se desculpar, Yoongi hyung. Eu só... ─ Foi interrompido pelo toque estridente de seu celular, vibrando loucamente em seu bolso.

Frustrado, Jimin puxou o aparelho e recusou a ligação sem averiguar de quem tratava-se antes de voltar o olhar para o mais velho novamente. Yoongi observava seus movimentos em silêncio e, ao ser flagrado, desviou os olhos imediatamente e soltou uma risada fraca e nasalada. Na escuridão, o Park não era capaz de notar o rubor que subiu pelo pescoço do outro e alcançava suas orelhas, mas o achou adorável mesmo assim.

─ Hoje foi divertido. Obrigado por me convidar. ─ Yoongi voltou a dizer com o olhar mais uma vez no mais novo.

─ A ideia foi do Hobi hyung. ─ Jimin o lembrou. Repentinamente, ele sentia o espaço do carro pequeno demais para abrigá-los e o olhar de Yoongi sobre si apenas parecia torná-lo ainda menor.

─ Cala a boca. Estou deixando você levar o crédito.

Os dois riram em conjunto. Jimin sentia-se leve e confortável novamente, como se todos os sentimentos desesperadores e repentinos da praia não houvessem existido, porque era aquilo que Yoongi fazia: ele pegava as coisas complicadas e as tornava simples fosse com uma palavra que deveria existir, mas não era conhecida, um gesto que era uma falta, mesmo sem ser pensado, ou até mesmo um sorriso que falava muito mais do qualquer outra coisa. Ele era todo aquele conjunto de coisas corriqueiras e iluminadas que passavam despercebidas aos olhos de muitas pessoas, mas Jimin as notava porque ele era observador. Ele gostava de conhecer as pessoas, cada pedacinho que as tornava alguém. Porque, quanto mais tempo passava com Yoongi, mais queria conhecê-lo.

StrangeloveWhere stories live. Discover now