Herdeira do Submundo 2 - Coroa Infernal

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ELIZON

Quando entro na biblioteca bato a porta com tanta força que suspeito que as paredes estremeceram.

— Dia ruim majestade? — Loki pergunta em um sorriso animado de sempre.

— Ruim é pouco pra descrever esse dia infernal. E o que você esta fazendo aqui? Mandei ficar no Reino dos Vampiros — digo enquanto caminho até o baú que ficava no canto da biblioteca. Quebro o cadeado com um puxão e começo procurar o que eu precisava. Depois da minha conversa com a Tâmara, ela pediu para ver o feitiço da Zuria novamente, talvez houvesse algo que tínhamos deixado passar naquela época.

— Eu estava, mas meu trabalho por lá esta completo. Sua mãe esta... instável.

— Isso não é muito reconfortante — respondo.

Havia tantos mapas, acordos do meu pai, e vários outros papeis que estava difícil encontrar o que eu procurava.

— Ela vai ficar bem, um dia. Ou talvez fique em coma pra sempre, mas isso não é problema meu — ele diz se aproximando.

— A não ser que eu torne isso problema seu

— Você ainda quer brigar comigo? Achei que eramos BFF — ele rebate.

— Até que enfim! — exclamo quando finalmente encontro o feitiço.

O papel estava velho e bastante amassado, mas ainda estava inteiro e era possível ver os símbolos ou letras esquisitas que havia nele.

— Por quê você quer um feitiço de ressurreição e imortalidade? — Loki pergunta observando o papel.

Nem escondo minha cara de incredulidade.

— Como você sabe o que é isso? — pergunto.

Havíamos conversado com praticamente todos os deuses da sabedoria e nenhum deles nunca conseguiu descobrir o que aqueles símbolos significava.

— Eu tenho conhecimento da magia, dã! — ele responde como se aquilo não fosse nada.

— E você tem certeza que isso é um feitiço de ressurreição? — pergunto.

Eu não conseguia acreditar que depois de tantos anos, alguém finalmente sabia responder o que aquele maldito feitiço significava.

— Absoluta! — ele diz sentando ao meu lado e observando melhor o papel — É um feitiço bem pesado na verdade, exigiria alguém muito poderoso. Também ia precisar de um sacrifício. Ta vendo esse simbolo? — ele aponta para um simbolo pequeno que pareciam duas cobras entrelaçadas. Aceno que sim — Ele representa ligação. Significa que você teria que pegar o sangue ou o fio de cabelo de uma pessoa viva e unir ao morto. Nesse caso você precisaria ter algo do morto. Então, o feitiço é concluído quando a pessoa morre. Uma vida pela outra e blá, blá.

Ninguém que eu conhecia tinha morrido, além do meu pai. Então as peças foram se encaixando. Meu pai ia morrer na guerra de qualquer jeito. A Zuria havia ligado a vida dele a alguém. Ele morreria para trazer alguém que ela amava de volta.

Esse sacrifício forçado chegava a ser engraçado, um homem como meu pai, dando a vida para salvar outra pessoa. Que ironia do destino.

— E então não vai me contar o que esta tramando? — Loki pergunta me arrancando dos meus pensamentos.

— Espera, você disse que esse feitiço era da imortalidade também?

— Sim, como é que você vai fazer um feitiço que não sabe o que é?

— Esse feitiço não é meu... mas me responde, o que isso significa? Que tipo de imortalidade?

— Do tipo maligno. Que não se mata com uma simples lâmina ou fogo...

É claro, as coisas nunca poderiam ser simples.

Então meu inimigo estava escravizando seres de diversas raças, controlando eles para nos atacar. E ainda por cima ele era poderoso e imortal, sem contar que era o herdeiro legitimo do trono. Um homem que poderia arrancar meu trono mas fácil que qualquer deus. E por isso eu precisava encontrar uma forma de destruí-lo.