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ELIZON

— Preciso da sua ajuda — anuncio entrando no quarto.

— Sabe que não sou seu empregado ne? — ele diz tirando os olhos do livro para me encarar.

— Você é meu futuro genro, tem que aprender a agradar a sogrinha.

— Por fala nisso, onde está a Scarlett?

— É justamente por isso que vim aqui. Ela esta com Zeus e preciso que você traga ela de volta.

— Por quê eu?

— Você já deve saber que eu não to tendo um bom relacionamento com os deuses ultimamente. Zeus não vai entrega-la para mim. Por isso preciso que você o pressione.

— Não vou me meter em uma briga com os deuses. — ele responde voltando sua atenção para o livro.

— Não precisa brigar com ele, apenas pedir que ele entregue ela a você. Tente um acordo, sei la. Você é bom nessas coisas, sei que pode traze-la de volta.

— Espera ai, a grande e poderosa rainha Elizon está fazendo um elogio? — seu tom sarcástico quase me faz se arrepender de ter pedido ajuda dele.

Em resposta apenas reviro os olhos.

— Tudo bem — ele diz.

— Então vai me ajudar?

— Sim, mas saiba que estou anotando tudo e talvez um dia, daqui uns anos eu volte aqui e cobre cada favor.

— Estarei esperando. — respondo e saio batendo a porta.



Depois da minha conversa com Sebastyan, resolvi ir até a sala de treinamento. Minha cabeça ainda estava cheia de preocupações e aquele era o melhor jeito de me sentir em paz.

Mas me surpreendi ao ver que a sala já esta sendo ocupada.

Havia um homem socando violentamente o saco de pancadas. Ele vestia apenas calça jeans preta, e suas costas expostas me permitiu ver duas grandes cicatrizes. Um frio percorreu minha espinha. A cicatriz dele era igual as que o meu pai deixou em mim quando arrancou minhas asas.

— Não te ensinaram que é feio encarar? — ele pergunto se virando para me olhar.

Os olhos dourados como fogo de Allocen me encararam intensamente.

— Você deveria estar treinando lá fora. — respondo me aproximando da prateleira de armas.

— Lá fora é barulhento e cheio.

— Bom, então sugiro que você arrume outro lugar. Eu vou treinar aqui agora e provavelmente vai ficar bem barulhento. — respondo escolhendo as facas. Todas estavam perfeitamente polidas e perigosamente afiadas.

— Lute comigo. — o pedido dele me pega de surpresa.

— O quê?

— Lute comigo.

Aquelas palavras não eram como um mero convite para um treino, havia algo mais.

— Por que? — pergunto e aquilo faz ele abrir um sorriso malicioso.

— O Adriel quer algo de mim, mas em troca eu quero algo de você. — ele responde se aproximando.

— E o que seria?

— Lute comigo, se eu vencer você me nomeara Arquiduque do seu inferno.

— Isso é loucura...

— Se eu perder — ele continua, me interrompendo. — Eu ainda farei o feitiço para o Adriel e voltarei para minha prisão sem discutir. Mas se você roubar de alguma forma, ou lutar injustamente, lembre-se de que eu conheço o feitiço. Já o Adriel, nunca ouviu falar dele. Eu posso acrescentar algumas coisinhas nele e vocês nem vão saber...

— Está me ameaçando, ex duque? — eu sabia que a ultima palavra tinha saído como um insulto, algo para lembra-lo que ele era o arruinado.

Mas ele não se abalou nenhum pouco, envés disso sorriu e devolveu o insulto como uma flecha.

— Estou barganhando futura ex rainha.

Aquilo era loucura. Seu eu nomeasse um caído como arquiduque do inferno os lordes se voltariam contra mim. Mas se eu não nomeasse o que o Allocen poderia fazer comigo? Encarei seus olhos, o dourado vivo como fogo estava tão próximo agora que eu conseguia notar pequenos riscos como raios negros cruzando-o. Ele abriu um pequeno sorriso, e poderia até ser sensual, se eu não tivesse notado a maldade neles.

— Então quais as regras da luta? — pergunto arqueando uma sobrancelha.

Herdeira do Submundo 2 - Coroa InfernalWhere stories live. Discover now