norte-coreanos

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- Pai... por favor não vá. Eu sabia que ele era um homem bom não sobreviveria aos conflitos. 

- Filha eu te amo. Cuide da sua mãe por mim ok? Ela não aguentaria perder você. Por que ele dizia isso? Ele sabia que iria morrer?

Vi minha mãe aos prantos. Eu não tinha reação eu sabia que meu pai nunca mais iria voltar, antes dele ir me deu um abraço e um ultimo beijo na testa como sempre fazia. Pai eu ainda sinto sua falta eu deveria ter aproveitado mais os momentos contigo se eu soubesse que tudo isso iria acontecer. 

Naquela noite aquela maldita noite.....Eu estava dormindo ao lado da minha mãe quando escutamos barulhos extremamente agudos. Seria bombardeio? Se fosse eles iriam tocar a sirene. Oque está acontecendo?. 

Acordei minha mãe e fomos ao porão juntas, continuamos escutando barulhos em cima da casa. Eu rezei em silêncio mesmo sendo cética, rezei para que não fossem soldados norte-coreanos. Apesar que boa parte de mim sabia que eram soldados. 

Fiquei com a cabeça entre minhas pernas esperando minha morte chegar enquanto minha mãe chorava baixinho. Mas que merda! Eu sou tão fraca aponto de deixar minha mãe me abraçar e dizer que vai ficar tudo bem? Era eu que deveria estar fazendo isso. 

Não me aguentei, esse medo é tão ruim preciso mudar isso de alguma forma....eu preciso fazer alguma coisa não posso deixar tudo acabar por isso. Me levantei, mandei minha mãe ficar escondida enquanto eu iria verificar oque era aqueles barulhos em cima. Subi as escadas na ponta dos pés oque não iria adiantar tanto o assoalho era de madeira cada passo era um barulho diferente. Eu quis chorar quis muito eu podia estar cavando minha própria cova. Abri um pouco a porta e vi exatamente 4 soldados mexendo nas fotos do meu pai, oque esses malditos queriam com ele?.

Um soldado olhou atentamente para a porta aonde eu estava. Merda ele me achou? Tentei descer as escadas de novo, por que essa porra de assoalho tinha que ser de madeira? Escutei atentamente oque cada um dizia o soldado que olhava para a porta foi chamado pelo o outro. Se algum ''Deus'' existir eu devo minha vida a ele. 

-Ei! Kim, olhe essa família. O soldado falou isso pegando uma foto aonde estávamos na praia.

-Hm? O soldado que estava vindo em minha direção apenas deu meia volta. Enquanto ela se virava eu aproveitei para descer as escadas e ficar em silencio.

Fiz sinais para minha mãe que havia soldados em cima de nossas cabeças e ela apenas colocou sua mão na sua boca para segurar o choro e a respiração. Eu nunca senti tanto medo como eu senti agora.... Por favor alguém me ajude, eu não quero morrer eu não posso... 

Fui acordada aos chutes e pontapés. Eu estava tonta não entendi oque estava acontecendo. Meu primeiro pensamento foi minha mãe que agora estava em gritos. Fechei meus olhos e senti uma força enorme na cabeça, senti minha visão turva e ficando lentamente preta. Ouvi minha mãe dizendo para me deixar viva e levarem ela.

Foi a ultima coisa que eu me lembrei até agora.Não sei como estou viva, não sei se minha mãe esta viva. 

  Agora estou num trem indo pra fronteira oque eu estou fazendo? Até esses dias eu era apenas uma mulher querendo se formar em medicina oque aconteceu? Por que estou indo para batalhar? Eu não sou isso....   

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