Capítulo 17 - Traição

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Fomos até o apartamento da amiga de Violet, Daniele. Ficava no centro de San Francisco, em um prédio que parecia de luxo. Que vida luxuosa para uma jornalista, não é?

Fomos até o 23° andar, quarto 222. Era um apartamento realmente grande, e olha que nem era a cobertura.

- Lar doce lar — disse Daniele — Vou pegar umas bebidas. É um cigarro...

- A certinha da Tina não bebe. Nem fuma — disse Violet. Eu também não sabia que ela fumava — A única coisa que ela saiu do padrão foi ter a namorada. E olha que nem sei o sacrifício que Maya teve pra ter ela.

- Mesmo? Vamos ver... — Daniele olhou bem para mim — Whisky. Tenho certeza que a única coisa que bebe na vida é coisa cara.

- Caramba... como tem tanta habilidade em dedução? — perguntei. Eu gostava bastante de Whisky, aprendi isso na parada dos motoqueiros. Mas eu nunca contei isso a ninguém, nem para Mia.

- Foi assim que subi na vida, querida — disse Daniele —  Tenho umas duas garrafas na geladeira. O resto é só cerveja e alguns sucos. Acho que uma dá para você.

Então, começou às bebidas. Eu tinha 16 anos, e já saía para esse tipo de coisa. Bebia junto com misturas de sucos. Elas criavam cada mistura que eu sentia que, se continuasse, eu iria cair de bêbada.

Não. Eu deveria manter o foco. O único motivo para eu estar realmente ali era fazer duas coisas: primeiro, impedir que elas realmente descubram algo a mais sobre mim; segundo, impedir que Violet cometesse algum erro.

- Então, Daniele, você é hétero? — perguntei. Aquela pergunta seria bem estranha, mas como ela estava bem bêbada, nem percebeu.

- Me considero mais bissexual — respondeu Daniele — E você? Como você se considera?

- Antes eu me achava que era hétero, mas conheci Mia e agora sou totalmente lésbica — respondi.

- E sua namorada? Também pensa assim? — perguntou Daniele. Não entendi bem aquela pergunta; tipo, somos um casal agora, então ela era lésbica — Sabe que, mesmo namorando uma mulher, ela pode ser bissexual também. Então, ela é lésbica ou bissexual?

- Não faço ideia — eu disse. Nunca fiz aquela pergunta para Mia, pois não achei que fosse importante. Talvez fosse o efeito da bebida, mas eu sentia que era muito importante perguntar, e eu comecei a sentir tanta falta dela...

Peguei meu celular, mas Violet pegou de mim.

- Não se estressa com isso. Apenas vamos curtir — disse Violet. Elas pegaram outro copo pra mim, dessa vez parecendo uma junção de tudo que era bebida na vida — Tome nosso especial, Whisky de Tutti-Frutti!

- Não sei. Me sinto bem perdida — eu disse. E seu bebesse, não saberia o que me esperava. Mas Violet insistia.

- Vamos, você não sabe qual é o prazer de ficar tolamente solta — disse Violet — Seja mais livre consigo mesma.

Livre. Sempre quis ser uma coisa: livre. Mas... dane-se. Peguei a bebida e tomei, era deliciosa, mas havia algo estranho. Senti um gosto açucarado junto com um bom, como se fosse um estimulante ou proteína. Aquilo era mesmo parte da bebida.

- Vou ir até a cozinha, já volto garotas — disse Daniele. Aquele era o momento perfeito para darmos o fora.

- Violet, vamos embora — eu disse. Aquela última bebida pegou bem mal, e eu me sentia tonta. Mas com energia. Como se meu coração e meu cérebro tivessem ficado mais rápidos — Eu não me sinto bem, e acho que saquei esse negócio entre vocês duas. Acho que...

Viagem AmericanaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant