Capítulo 15 - Betty Cooper

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Acabo de sorrir e ignorar o decimo cliente da noite me dar um tapa na bunda. Bando de filhos da Puta ... Ahrg! O horário de trabalho, o salário e as gorjetas que ganho do Forth Sports Bar são bons, não me levem a mal. Mas aguentar caras bêbados e abusados é a pior das coisas.

É noite de quinta  feira, Super Bowl passando no telão do bar e minha noite de lucrar. Deus sabe como vou precisar ganhar dinheiro depois de fazer a proposta para FP amanhã a tarde.

Sweet Pea esta na mesa de sempre com Toni, Jughead, Fangs e mais uns amigos que não conheço muito bem, mas sei que não são dos serpentes. O show do intervalo esta quase começando quando vejo Chic adentrar o bar. Mesmo com nosso ultimo encontro conturbado ele aceitou minha proposta e decidiu me ajudar. Aceno para ele sorrindo e ele se aproxima.

"Oi Betty.Tudo bem?" Aceno com a cabeça.

"Obrigada por vir Chic. Só eu sei como esse dinheiro vai me ajudar." Ele concorda com a cabeça.

"Meu velho ficou feliz de você finalmente vender para ele aquela belezinha de 74. Mais feliz que quando falei que estávamos namorando." Ele solta uma risada sem humor e eu passo meu peso para a perna esquerda desconfortável.

Tive uma ideia para salvar o Whyte Wyrm, mas vou ter que sacrificar Lucy, o melhor carro do mundo, a sensação de passar na rua e todos os caras invejarem seu carro é simplesmente maravilhosa. Mas vender Lucy era um mal necessário, era um sacrifício para um bem maior.

"Chic, já conversamos sobre isso. Não damos certo juntos e eu não quero te enganar em relação a nós." Ele concorda com a cabeça.

"O soco na cara no início do mês me mostrou isso, Betty. Não se preocupe." Ele me alcança um case de notebook. "O dinheiro esta ai, como você pediu. Sem depósitos no banco, o dinheiro vivo.... Posso perguntar por que diabos você precisa de 30 mil dólares de dia pra noite?" Pego o case na mão e alcanço minhas chaves para ele.

"É melhor você não saber. Só fale pro seu pai que agradeço pela ajuda e que ela faça bom proveito de Lucy." Ele ri do apelido que eu dei pro meu carro.

"Deus, Betty Cooper. Você e essa mania de humanizar objetos. Vou sentir saudades disso." Antes cortar suas intenções sinto um braço pesar em cima do meu ombro e Jughead encara meu ex com um olhar mortal. Tiro seu braço de cima de mim e arrumo a postura.

"Jughead esse é Chic Cortez, Chic esse Jughead Jones." Os dois se encaram mortalmente, só faltava eu ter de separar uma briga essa noite. Para fechar com chave de ouro.

"Não sabia que tinha trocado o pitbull que andava no seu cangote, Betty. Bom saber como as pessoas mudam." Vou responder algo mau educado, mas Jughead se adianta.

"Ainda bem que o pitbull cuida bem dela durante a noite."

"Acho bom cuidar mesmo, sem carro ela vai precisar de um cão de guarda e você cumpre bem o papel. Não é tatuado?" Jughead me olha confuso. Merda, não queria que ninguém soubesse até ter resolvido tudo. "Ah, ela não te contou que comprei o carro dela? Bom saber que quando as coisas ficam difíceis ela ainda vem até a mim." Jughead trava o maxilar, sei que ele estava se esforçando o máximo para não pular no pescoço do meu ex namorado. Seguro sua mão e aperto tentando o acalmar.

"Deu por hoje Chic. Tenho que trabalhar e você esta me atrapalhando." Ele solta um sorrizinho convencido, ele conseguiu fazer o showzinho que queria. Se despede com a cabeça e anda até a saída do bar. Me permito respirar novamente quando vejo a porto fechar atrás de si. Jughead parece relaxar ao me lado.

"Por que não veio falar comigo ou Pea sobre dinheiro. A gente pode te ajudar se a faculdade esta cara." Nego com a cabeça.

"Eu tenho bolsa quase integral, Jug. Eu vendi o carro porque precisava resolver umas coisas que ficaram pendentes depois que meus pais pararam de ajudar. Nada muito importante." Ele parece estar convencido e me abraça de lado pegando uma cerveja e voltando para a mesa.

A noite se arrasta, mas as gorjetas voam para dentro do meu bolso como esperado. No final da noite arrecado dois mil e cinquenta e seis dólares. Como eu amo o Super Bow, gente bêbada e feliz queimando seus salários em bebidas. Os meninos me oferecem carona para voltar, mas Veronica já esta do lado de fora do bar me esperando. Noite passada sentei com ela e contei meus planos, ela ficou com medo por mim, mas acabou me apoiando. Ela uma amiga melhor do que eu fosse querer.

Entre em seu carro e ela finalmente nota minha presença.

"Problemas?" Ela afirma com a cabeça. "Archie não quer dormir lá em casa porque você está. Ele ainda não aceitou muito bem esse seu envolvimento com os serpentes e ainda esta irritado por achar que você esta saindo com Sweet Pea. Quando ele descobrir que voce ta saindo com o rei deles vai ter um surto."

"Desculpa Ronnie. Não queria te arrranjar problemas com Archie." Ela nega com a cabeça arrancando o carro. " Meu namorado é teimoso, Betty. Sabe que vai ser insuportável por um tempo, mas depois ele vai aceitar."

Me limito a ficar quieta. Archie não mudaria nunca sua posição acerca dos serpentes, ele foi envenenado como todos naquela cidade. Veronica não se opôs tanto porque veio de Nova York onde realmente há crime organizado, não pequenos grupos marginalizados tentando sobreviver.

Vamos conversando até o alojamento sobre coisas supérfluas, ela estava animada em viajar com os pais no mes seguinte. Ganhou do pai uma coleção de joias que empresa lançaria com seu nome e estava muito feliz por finalmente ter alguma linha desenhada por ela.

Veronica nunca questionou minhas ações e minha integridade, ela se mostrou presente, apoiadora e uma verdadeira amiga. Isso eu nunca vou esquecer. Além de aguentar meu péssimo gosto para filmes e passar as noites de semana deitada no sofá comigo me aguentando reclamar da vida.

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O taxi para em frente ao Whyte Wyrm e eu desço com uma mochila com 80 mil dólares na mão. Na outra uma pasta que ganhei de presente dos meus pais quando passei na faculdade Direito, ela completa o "look advogada sexy" que Ronnie montou. Suspiro tentando me manter em pé em cima do saltos altos desconfortáveis e a saia justa na altura do joelho que não me deixa respirar. Arrumo o decote da blusa social branca e jogo meus cabelos por cima do ombro, Olhares curiosos estão sobre mim quando encontro FP conversando com uns caras mais velhos em um canto. Me sinto uma verdadeira aberração. Não tem uma pessoa que não me olhe feio.

"Vejo que voltou aos velhos hábitos, menina. Veio devolver sua jaqueta?" FP se aproxima com um sorriso debochado.

"Não meu caro. Vim salvar essa merda de bar. Se tiver que me vestir como a minha mãe para isso eu farei. Temos uma reunião com o proprietário em... " Olho meu relógio no pulso confirmando o horário. "Cinquenta minutos. Só que eu preciso resolver uns negócios contigo antes."

"Vamos para minha sala, criança." O sigo e ele fecha a porta atrás de si.

"Então, o que a santa Cooper vai fazer para nos ajudar?"

Sorrio convencida. Depois de hoje ele não vai duvidar da minha dedicação aos Southside Serpent's.

Whatever it Takes - BugheadWhere stories live. Discover now