✿ Don't scream with me!

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12 de maio de 2000, sábado

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12 de maio de 2000, sábado.

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Às vezes você era um pouco hipócrita, Jughead. Pior de tudo, era que você sabia disso.

Minhas imagens haviam sido descartadas do projeto da faculdade. Não existia uma maneira de me deixar mais aborrecida do que eu já estava. Aqueles desgraçados as consideraram “sem personalidade” e muito típicas. Talvez se eu estivesse editado-as melhor, teria feito diferença. A culpa tinha sido toda minha.

Eu deitei ao seu lado após ter enfrentado um dia estressante de faculdade e de trabalho. Sugeri um jantar no sábado e você aprovou com a maior disposição do mundo. Eu devia ter distinguido sua voz sonolenta e aturdida. Ao invés disso, fechei meus olhos e agradeci à Deus por ter um namorado como você.

Na manhã seguinte, o seu lado da cama se encontrava vazio. Quando me levantei, me deparei com você, vidrado em livros e em um trabalho. Desejei-lhe um bom dia e nem fui correspondida. Recordei-lhe do nosso jantar e você não respondeu, simplesmente assentiu com a cabeça.

Essa situação era semelhante. Eu devia ter concluído.

No início da noite, você não se esquecera da programação. Não iríamos para um local luxuoso, então não nos arrumamos muito para aquele evento. Você continuava lindo.

Há semanas não agíamos com tanta intimidade, pelo menos fora o que pensei dentro daquele carro. Você estava mais atencioso, apesar do trabalho excessivo que lidava.

Quando chegamos no restaurante, tudo andava perfeitamente bem. Mas, porra… você tinha mesmo que fazer aquele estúpido trabalho na mesa?

Minha presença não era inútil. Eu não era invisível, Jughead. Você agiu como se eu fosse. Você não atendia aos meus comentários, e fazia com que eu me torturasse para chamar sua atenção. Até nos seus fios de cabelos desbotados pela tinta preta eu mencionei.

Destarte, não fazia diferença eu estar ali ou não. Quando se trata de mim necessitando de sossego, eu sou obrigada a te dar atenção. Você não se passava de um hipócrita, e eu disse isso em um tom elevado para todos ouvirem.

Você ficou encolerizado. Dizia que dava um duro danado para sairmos daquele hotel repugnante, trabalhando e estudando. Eu fazia absolutamente a mesma coisa, Jughead. Cada coisa no seu tempo.

Não bastava você alegar isso, teve que gritar comigo na frente de todo mundo. Tem noção do quanto foi humilhante?

De qualquer modo, eu não tinha direito de escutar tudo aquilo e permanecer calada. Dei as costas, saí do restaurante e peguei carona em um táxi.

Não permiti que nenhuma gota de lágrima escorresse. Eu não determinei se aquela briga não valia à pena, ou você quem não valia.

The One That Got Away ✰ vughead. Where stories live. Discover now