Eu sou temático

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Feira Literária - Universidade de Seul

Sala 06 - Bloco 09

Temática Harry Potter

Os alunos no quarto semestre de Literatura Inglesa corriam de um lado para o outro atrás de figurinos e acessórios para deixarem a sala de aula com o clima de bruxos — apesar de estar repleto de trouxas. Organizaram-se entre si, há uma semana, quem levaria os livros e os filmes da saga, e discutiram brevemente sobre como ficaria a decoração do cômodo não muito grande.

Esse ano a Feira Literária veio mais tarde devido à demanda dos professores em relação aos estudos árduos de seus queridos alunos, fazendo com que a própria organização, geralmente perfeita, desorganizasse um pouco. Acontece que sete dias não era o suficiente para fazerem um trabalho perfeito como fizeram no ano anterior, com a temática de Wuthering Heights (O Morro dos Ventos Uivantes); mas isso não quer dizer que, com muita pressão e determinação, não sairia algo bom em apenas uma semana.

De fato, o resultado estava superando o esperado pelos alunos e professores com a linda divisão da sala onde deram vida a um mundo mágico que todos ali conhecem e admiram: o mundo do Harry Potter.

As cadeiras foram todas tiradas para fora, deixando apenas algumas mesas onde os livros e filmes estavam dispostos alinhados e intercalados, com as versões de colecionador, britânica, americana, traduzida e ilustrada, junto às miniaturas dos personagens principais ao lado das varinhas mágicas do querido Professor Dumbledore e a de quem-não-deve-ser-nomeado, ou, para os mais íntimos, Lord Voldemort.

Acima das mesas posicionadas contra as paredes, haviam desenhos recortados perfeitamente entre a correria dispostos entre uma janela e outra; nas paredes era possível ler, em letras de formas legíveis e bem desenhadas, os nomes das casas na língua original em que o livro foi escrito nas cores de cada uma, junto ao símbolo que os representam (por exemplo, uma serpente ao lado de Slytherin - Sonserina).

Logo na porta de entrada, para ganhar atenção do público, havia um mancebo onde cachecóis amarelos, verdes, vermelhos e azuis estavam pendurados indicando as casas do castelo, além de uma ou duas capas pretas para que os visitantes pudessem vestir rapidamente para uma ou outra foto. E, ah, claro... uma vassoura "voadora" bem ao lado da lousa, junto a um quadro mágico (comprado por um professor em uma viagem à Orlando) e uma mesinha forrada por um tecido branco, onde um caderno — o diário de Tom Riddle — estava, ao lado do Mapa do Maroto.

Na grande lousa branca estava escrito em cores e letras legíveis, porém que lembravam muito a fonte utilizada nos títulos dos livros, a seguinte frase:

Bem-vindos ao mundo dos bruxos!

Os alunos estavam todos vestidos como alunos de uma das casas, recepcionando os convidados e mostrando-lhes cada canto da linda sala. Sentavam-se para jogar xadrez juntos, beber o famoso e britânico chá da tarde, e fazer algumas brincadeiras de adivinhação, as quais diriam a que casa que eles pertenceriam. E assim que os visitantes saíam da sala, eram presenteados com as tão esperadas Cartas de Hogwarts.

Park Jimin era um dos alunos que recepcionava os visitantes com o sorriso alegre no rosto, sempre arrumando os óculos de grau e afrouxando aos poucos a gravata amarela e preta. Era um dos poucos alunos representando a casa Lufa-Lufa -- e com muito gosto, vale ressaltar.

Apesar de estar preocupado com a sua coleção de livros do Harry Potter estar em mãos desconhecidas, forçava-se a não pensar em qualquer possibilidade de um de seus preciosos ser roubado ou estragado ao caminhar pela sala ao lado de uma caloura de Literatura Inglesa, mostrando-lhe o Castelo de Hogwarts desenhado por ele mesmo na lousa, abaixo da frase de boas vindas.

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