Capítulo Dezoito

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Benjamin

- Catarina, você não vai acreditar no que vi. - Digo entrando no quarto sem resposta. - Catarina? - Olho no banheiro e nenhum sinal dela.

Vejo uma carta em cima da cama, ao pega-la, percebo que a mala e a mochila dela já não estão mais no quarto. Sento na cama e abro a carta.

"Querido Benjamin, gostaria que soubesse que cada minuto que passei com você, foi maravilhoso, ouso dizer que inesquecível. Me entreguei a você, como jamais havia me entregado antes. Estou imensamente apaixonada por você, e isso me dá medo, pois sei que não estou sendo honesta comigo, muito menos com Maria Luiza que é uma velha amiga minha. Tentei sufocar esse sentimento, ao mesmo tempo que procurei um lugar para me refugiar e afastar você de mim. Sinto uma conexão entre nós dois, e isso me faz querer você mais e mais dependendo das impossibilidades.

Hoje, percebi que estava errada ao aceitar viver uma aventura com você, em busca de te ajudar a escolher entre mim e Maria Luiza. Por mais que eu queira muito estar em seus braços aconchegantes e acolhedores, não quero ver pessoas que amo decepcionas e tristes por minha causa. Agi de forma impulsiva, ao escutar meu coração no momento da sua proposta. Em outra ocasião, não me arrependeria de ter vivido toda a adrenalina, amor e paixão com você, mas acabou.

Acho que poderíamos ter feito diferente, você teria que se afastar de Maria Luiza para que a gente não vivesse escondido e longe de todos. Por um momento, gostei de viver a loucura de fazer tudo às escondidas, mas por outro lado, estava me destruindo ao saber que colaborava com um possível declínio emocional de uma pessoa que não merece. Te amo muito, muito mesmo, mas desse jeito não dá.

Com muito carinho, Catarina."

Me deito na cama e olho para o teto. Tudo pode ter começado por um desejo de apenas tê-la na cama, mas essa viagem de fato me fez esclarecer coisas que eu não tinha imaginado. Acho que aos poucos, sentia que Catarina estava se tornando mais que uma atração sexual, mas que uma amante que estava fixa em meus planos. As coisas com Maria Luiza não são as mesmas, e não sei por quanto tempo ainda vou aguentar ela, até encontrar outra mulher que me sirva como amante novamente. Posso estar enganado, mas acho que Catarina Silva, despertou um sentimento que há muito tempo eu não sentia.

...

Retorno à noite para o Rio de Janeiro, assim que entro no apartamento. Vejo Maria Luiza sentada no sofá com Rosa. Quando Maria Luiza me ver, corre em minha direção e se joga em meus braços. Rosa sorri sarcasticamente.

- Boa Noite! - Comprimento.

Beijo minha esposa.

- Chegou antes do combinado amor, aconteceu alguma coisa?

- Vou tomar uma ducha e dormir um pouco. - Beijo-a novamente. - Depois a gente conversa.

- Eu só estava aguardando você chegar, porque antes de me ligar eu tinha marcado uma reunião com um dos financiadores da empresa.

- E o que aconteceu?

- É o que eu vou descobrir

- Boa Sorte amor!

- Obrigado.

Maria Luiza se despede de mim e sai. Encaminho-me até meu quarto e me assusto ao ver Rosa nua. Mas como está mulher saiu do sofá sem ninguém ver, e veio para no meu quarto? Volto a dizer, isto é, culpa de Maria Luiza que dá liberdade a essa mulher.

- Vêm aqui aproveitar essa noite comigo. - Dá tapinhas na cama. - Deita aqui.

- Como é que você entrou aqui dentro, porra?

- Isso é de menos, agora de deita meu amor.

Pego as roupas de Rosa em cima do criado mudo, e jogo na cara dela.

- Pega seus trapos e sai da minha cama agora.

Ela se levanta furiosa com as roupas na mão.

- Porque você me rejeita tanto? Porque não rejeita aquela adultera amiga da sua esposa?

- Olha eu não estou com muita cabeça para você e suas ladainhas, Rosa.

- Não vai demorar muito para você pagar por esses e muitos outros constrangimentos. - Aproxima-se de mim e fica cara a cara comigo. - Você não foi o único a viajar para Noronha. - Ela sai do quarto.

Eu não tenho mais paciência para suportar essa mulher, como eu queria que Maria Luiza despachasse essa desgraçada para o quinto dos infernos. A odeio muito, não consigo nem respirar o mesmo ar que ela ao mesmo tempo. Não sinto mais vontade de come-la, mas Rosa insiste em querer se oferecer para mim. Tenho que dar um jeito, antes que seja tarde.

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