Capítulo 12 - Quarteto

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Leander mexia no velho painel da mesa procurando por notícias sobre Tempus, mesmo hoje a notícia parecia estar no topo das notícias. Achava fútil como a grande maioria das pessoas queria saber dos rostos de Ruzena e Temple. O rosto de Temple não é nenhuma novidade, bastava procurar as notícias mais antigas na época da Corvus que você teria o rosto daquele homem sem problemas.

    E falando em Temple, ele estava conversando com Ruzena de forma sorridente. Lucius tinha deixado uma marca em Temple para que ele nunca tirasse de sua vida e memória. A cicatriz na diagonal começa abaixo do olho direito, pega uma parte da bochecha e chega até os lábios. Seus cabelos abaixo da orelha são lisos da cor loiro escuro. Seus olhos são castanhos e fora de batalha sua expressão é de ternura, principalmente quando está perto de Ruzena.

    Para completar o quarteto mais famoso da Armada falta Cornelio. O Líder quer resolver algumas coisas para começarem depois da festa na Morada Real. Quando está pensando, Leander fica bastante sério e quando está na presença de Ruzena e Temple, os dois ficam encarando e rindo, tentando imaginar o que se passa na cabeça de Leander.

― Olha só a carinha dele, Ruz, será que ele está pensando em pegar Vossa Majestade no colo e trazer para cá?

― Não caçoe, Temple. ― Ruzena deu um tapa de brincadeira na mão de Temple. O Líder ouve tudo, mas parece manter a concentração no que está lendo. ― Tem dias que Leander não dorme por pensar nos planos.

― Ele é realmente tudo o que Horaz falava. É por isso que conseguiu ser chamado para o posto que tem.

― Acha que o antigo Líder ficaria orgulhoso? ― A mulher perguntou com um fino sorriso.

― Horaz olhava para Leander como uma garantia. A gente brincava muito que Horaz deveria é ter cuidado senão o jovem Leander iria pegar o lugar dele. ― O velho Temple sorriu de lado, praticamente estava sentindo o coração pesado de nostalgia. ― Eu sinto saudades dele.

― Todos nós, Temple. ― Ela suspirou e segurou a mão de Temple, fazia um carinho com seu polegar. ― Mas eu sei que você é quem sente mais falta.

― Era meu amigo desde que me juntei à Armada, até que o desgraçado do Lucius deu um fim nele. ― O loiro respirou fundo. ― Apenas uma morte pelo que Lucius fez não seria o suficiente para o que sinto.

― Juntos iremos vingar Horaz, eu tenho certeza que dessa vez é a nossa chance. ― A mulher deixou um beijo nas costas das mãos de Temple, em um segundo perfeito após um ato de apreço, a campainha tocou.

― Ruz, pode abrir, é o Cornelio. ― Disse Leander.

   A morena se levantou esfregando as palmas e foi para a porta. Ela não abriu sem confirmar que era Cornelio por precaução. Assim que confirmou, abriu a porta e recebeu Cornelio com um abraço em que o homem retribuiu com um braço apenas porque na mão direta segurava uma maleta.

― Como vai, Ruz? ― O último do quarteto a chegar perguntou em genuína preocupação.

― Eu vou bem. ― Ruzena confirmou com a cabeça. ― Só falta você para começarmos.

― Eu estava já no nosso típico lugar de reuniões, mas parece que um certo Líder resolveu me inventar essa de fazer reunião na própria casa. ― Comentou olhando para Leander.

― Não chore, Cornelio. ― Com uma cara de deboche, o Líder desviou o olhar das notícias para Cornelio apenas para responder. ― Aqui é bem mais confortável.

― E também tem bebidas. ― Ruzena sentiu que precisava acrescentar essa parte.

― Já que todos estão aqui, podemos começar. ― Temple se levantou do lugar que estava sentado para se aproximar da mesa onde estava Leander. Todos fizeram o mesmo e sentaram-se.

― Temple ― Começou Leander fechando as janelas de notícias. ― eu sei que sua aparição em Tempus aumentou números de pessoa em nosso favor. Mas.... ― Temple ergueu as sobrancelhas assim que o Líder deu de ombros. ― Eu penso em Destinia. Ela poderia ter sido uma boa aliada para nós. E se tivéssemos falado que poderíamos resolver o problema dela com a Torre e o roubo do ponteiro quem sabe ela iria se abrir um pouco mais com a gente.

― E agora? Você quer que eu vá até ela e peça desculpas? ― Disse mais velho do quarteto com ironia.

― Bem capaz que eu queria que faça isso. ― Leander, por outro lado, respondeu seriamente. A resposta fez Temple bufar. ― Preciso que vá falar com ela.

― Mas amanhã vai ser impossível. ― Diz Temple fazendo um gesto com uma das mãos. ― Amanhã é a festa na Morada Real. Ela com certeza foi convidada.

― Não... Destinia foi embora da Torre, mesmo que ela receba um convite eu dúvido que ela vá.

― Parece que amanhã vou estragar a noite dela então.

― Por favor, não faça isso. ― O Líder disse com um sorriso. ― Agora você Cornelio, vejo que trouxe o que eu pedi. E então?

― Trouxe sim. ― A maleta foi colocada sobre a mesa e foi aberta. Eram os dados Nemo e um notebook que foi aberto, já estava ligado faz tempo. ― Não tenho boas notícias. ― Leander apenas deu de ombros. ― Eu decodifiquei o máximo que eu pude dos dados Nemo para descobrir a segunda parte dos dados, que é a parte que queremos, acontece que só vai abrir por completo com o sangue de algum Astra.

― Que droga. ― Resmungou Ruzena. ― E não há mais nenhum Astra para contar história.

― Não tem. ― Confirmou Cornelio. ― Mas..... ― Ele direcionou o olhar para Leander.

― A Die Sterne. ― Leander finalizou a fala de Cornelio.

― Exatamente. Die Sterne não é uma família Empírea, mas eram vassalos dos Astras como se fossem parentes distantes. Eu sei que é culpa minha. ― Ele encostou as costas na cadeira. ― Se eu soubesse que precisaríamos do sangue de um Die Sterne eu deixaria pelo menos um vivo quando visitei Nebula.

― E agora graças a isso estamos em uma caçada. ― Cruzando os braços, Leander pareceu pensativo. Em seguida se levantou e andou até o meio da sala.

― Já sabemos onde pode estar a Die Sterne que sobreviveu. ― Ruzena disse chamando a atenção dos demais. ― Então o que precisamos agora é fazer um plano mestre.

Empíreo do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora