UNIÃO - Sasuke Uchiha

12 • Treinos e Testes

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Treinos e Testes

Meiruke Senju

VER SASUKE SAIR pela janela, tenebroso de raiva, como quem está prestes a fazer uma besteira, me deixou apavorada. Ele havia me acusado de traí-lo com Naruto, marido de Hinata. Eu já tinha o casal como irmãos em minha cabeça, jamais seria capaz de fazer algo tão sujo. Ainda mais com Sasuke. Eu não tinha sangue frio o bastante para trair uma pessoa que já havia perdido tantas em sua existência.

Não conseguia entender a desconfiança de meu noivo. Sei que nos conhecemos a pouco tempo, mas poxa! Ele é um shinobi treinado – um dos mais fortes de sua geração! Se pensava que havia alguma espécie de farsa vinda de minha parte, porque não me matou? Porque me trouxe para dentro de sua casa, para o seu leito, para a sua vida?

Não sei em qual momento começou, mas em certo momento, meus soluços eram o único som que preencha o quarto. Frustração, tristeza, raiva. Parecia tempo perdido planejar um casamento com alguém que me vê como traidora.

Suspirei. Lágrimas não resolveria agora. Então engoli o choro, deixando meu corpo cair na cama. O cheiro de Sasuke subiu forte dos lençóis. Eu sabia que não tinha feito nada demais. Porém, será que Sasuke pensava em desistir de mim por suas suposições absurdas? Pensar nisso apertou meu peito.

Eu gostava do moreno. Seu jeito reservado, seu humor sarcástico, a maneira como cuidava de mim, a forma como ele me olhava: como se tentasse me decifrar. Eu gostava da presença dele, do modo como se vestia e até como seus lábios se entortavam levemente em desagrado, depois de mais umas das intermináveis discussões com minha mãe...

Kuso! A quem eu estava tentando enganar?! Eu havia me apaixonando por Sasuke Uchiha. Chegar a essa conclusão não foi nenhum bicho-de-sete-cabeças, mas descobrir isso a um passo de perdê-lo era sufocante. Me enrolei nas cobertas, abraçando o travesseiro em que Sasuke costumava repousar. Será que era a última vez que sentiria o seu cheiro?

Minha cabeça começara a latejar pelo choro doido de minutos atrás. Queria esperar meu noivo voltar para esclarecer as coisas, mas o cansaço do treinamento com Naruto-nee-san parecia me reger. Contudo o silêncio da noite foi cortado pelo grasnar de um corvo. Mas já era tarde demais: adormeci sem ao menos perceber e foi quando o sonho começou.

“Eu estava de pé, no pier, perto da minha antiga casa. Não havia navios atracados ou aquela típica bagunça de carga e descarga. O mar estava limpo até onde suas águas tocavam o sol do amanhecer.

A brisa balançava meus cabelos e o vestido preto fino na altura dos joelhos que eu usava. As gaivotas voavam pelo horizonte fazendo a típica composição clichê que se espera do litoral. Então um grasnado diferente e muito perto de mim, me assustou.