Capítulo V -A Toda Prova

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''Eu descobri o que era amar, pelo toque do seu beijo... ''



LANA

Levantei cedo antes de todos, a noite havia sido desastrosa, havia algo estranho acontecendo, algo que eu não poderia ver, pelo menos não por enquanto. Eu podia sentir a estranheza em meu próprio pai, como se apenas para si houvesse um segredo guardado. Arrumei minha bolsa, atravessando nossa sala em direção à porta, eu parei rapidamente, quando sua voz soou tão próxima.

-Lana...

-Pai, acordado tão cedo. -Falei o vendo levantar e seguir em minha direção, de repente, eu o tinha junto a Mario, que praticamente se arrastava para fora do escritório de nossa casa, o que ele estava fazendo ali?

-Mario? Você dormiu aqui? -Perguntei um tanto surpresa, estava longe das oito da manhã ainda, o que também me estranhava já que aquilo não havia sido avisado a mim.

-Não Lana, eu não dormir. Precisamos conversar. -Eu podia sentir o medo em sua voz, à tristeza que praticamente se instalou dentro de mim.

-O que houve? Não estou entendendo mais nada. Papai?

-Eu preciso que você sente querida, temos algo muito serio que precisamos conversar.

-Não! Não vou sentar. Vamos diga, o que está acontecendo aqui? -Gritei um tanto nervosa vendo aquilo, parecia que o mundo estava prestes a desabar, e com ele, minha felicidade.

-Não esconda mais Roberto, é melhor contar de uma vez, não temos como esconder mais isso. -Avancei em direção aos dois exigindo uma explicação, eu não tinha ideia de que todo aquele suspense se tratava, eu só sabia que não era bom.

-Diga-me! Vocês estão me assustando! -As lágrimas logo se fizeram presentes em meus olhos, e o temor claro em seus rostos.

-Lana, eu sinto muito, sinto muito em te dizer que errei e que infelizmente o meu erro foi consequência do que tenho a te dizer minha filha.

-Papai... -Gaguejei.

-Seu pai está falido Lana, ele perdeu tudo. -Mario não perdeu tempo em me dizer o que eu jamais poderia desconfiar. Engoli minhas palavras e me joguei nos braços dele, eu não me importava com fortuna alguma, tudo que me interessava, era sua saúde, como ele estaria com tudo.

-Pai...

-Me perdoe Lana... Perdoe-me filha. -O apertei negando suas palavras com a cabeça. Ele não tinha que me pedir perdão, apenas ele importava ali, mais nada.

-Pare com isso, você é tudo que importa pai, tudo. Podemos conseguir tudo de novo, vamos trabalhar juntos, lutar como sempre fizemos. -Chorei, suas mãos lentamente afastaram meu corpo e seus dedos tocaram com amor minha face.

-Eu tenho uma divida querida, eu preciso pagar, caso contrário....Nossas vidas estarão em perigo.

-Não importa! Mario vai nos ajudar não é querido? Ele pode fazer isso, nos emprestar, não é? -Sussurrei para o homem que eu amava quando nenhuma palavra saiu de sua boca. Soltei os braços de meu pai e agarrei os dele, ele não podia me deixar na mão, não agora.

-Mario, me responda.

-Eu sinto muito. Sinto muito mais eu fui impedido por meu pai. O que tenho não é suficiente para sanar nem mesmo a metade da divida de seu pai, eu fiz o que pude querida, me ajoelhei para meu próprio pai e ele me negou , me ameaçou Lana... -Aquilo era um pesadelo, solucei alto não acreditando naquilo, não poderia ser possível.

MINHA INDOMÁVELOnde histórias criam vida. Descubra agora