Renascidos das Cinzas

Capítulo 1 - Max

Nunca pensei que minha vida mudaria com apenas uma simples viagem. O que era para ser a realização de um grande sonho se tornou um dos meus maiores pesadelos, e um dos momentos que eu faria de tudo para esquecer.

Tudo começou naquela manhã de sábado, a primeira semana de férias se foi rapidamente sem grandes novidades, apenas a ansiedade que só crescia a cada segundo. Motivo? Aquele sábado seria a primeira viagem que eu faria para fora do país. E o melhor? Com os meus três melhores amigos, Melany, John e Diego.

Viajaríamos para Londres, um dos lugares que eu sempre quis visitar. Antes das férias começarem, planejamos tudo desde o momento em que entraríamos no avião até a volta. Combinou que ficaríamos duas semanas em Londres. Até porque os pais de Melany, John e Diego não permitiriam que seus filhos ficassem tanto tempo fora do país.

Permaneceríamos esses quatorzes dias na antiga mansão do meu falecido avô. Ele morreu faz pouco tempo, no máximo três meses, eu não chorei e nem fiquei abalado, apenas fiquei triste, afinal nós não mantínhamos muito contato, vi meu avô no máximo cinco vezes em todos os meus quinze anos de vida. Fiquei chateado por quase não ver ele? Sim! Mas segundo meus parentes ele dedicou sua vida inteira aos seus estudos "mirabolantes" sobre qual o meu pai em especial não gosta de falar muito sobre, toda vez que toco no assunto ele finge não ouvir ou quando não tem saída ele sempre diz o mesmo:

— Seu avô nunca deu importância a sua família, tudo o que importava para ele eram as suas pesquisas.

Segundo meus tios ele estudava criaturas sobrenaturais e por isso era considerado um lunático pela família. É muito esquisito? Não posso discordar, sempre achei. Mas ele acreditava em qualquer tipo de ser sobrenatural e segundo ele vampiros eram sim reais tanto como bruxas, feiticeiros e lobisomens. Só os mais próximos de mim que sabem disso. Quando digo "mais próximos", me refiro à Melany, John e Diego. Sinceramente nem sei como eles continuaram andando comigo depois de ter revelado uma coisa dessas. Mas independente da esquisitice cercando toda a história de vida do meu avô sua pesquisa era tudo o que eu sabia dele, o resto permanecia um mistério.

Meus amigos estavam em minha casa, faltavam três horas e meia para o voo, mesmo assim minha mãe estava quase tendo um treco com as malas. Ela pedia desesperadamente que meu pai chamasse um táxi, mas meu pai ainda nem arrumado completamente estava.

Eu, Melany, Diego e John ficamos sentados no sofá, observando as pequenas brigas e confusões dos meus pais, enquanto esperávamos os mesmos.

—Você é sempre assim! Sempre o último para tudo! – Ouvi minha mãe gritar, mas meu pai estava tão pacífico que quando ele dizia qualquer coisa quase não conseguíamos ouvir. Ela gritava e ele rebatia calmamente, enquanto os dois arrumavam as suas malas. No final meu pai acabou ligando para a cooperativa de táxis enquanto minha mãe checava as malas se estava tudo de acordo com o planejado. Nada para ela pode sair dos conformes.

O táxi chegou em casa conforme o esperado, em dez minutos. Entramos aos poucos enquanto o motorista auxiliava minha mãe e meu pai a colocarem as malas na mala do carro. Isso nos custou uns cinco minutos, mas por sorte em menos de trinta chegamos ao aeroporto, o trânsito não estava tão caótico quanto costuma ser naquela faixa de horário, a impressão era que o universo estava conspirando para que tudo desse certo naquela viagem. Faltavam duas horas para a decolagem e acabamos ficando esperando alguns minutinhos para o voo.

—Animados? – Melany puxou assunto, como sempre. Ela era a mais tagarela do nosso grupo, meio tímida e engraçada. John e Diego são caidinhos por ela. Desde que eu me conheço por gente os dois são apaixonados por ela. Mas nunca assumiram nada, pelo menos não para ela diretamente. Melany demonstra nunca perceber as indiretas que de vez em quando um dos dois joga na conversa, mas no fundo sei que ela compreende as intenções dos meninos. Ela nunca foi muito aberta sobre esse assunto então basicamente quase nunca conversamos sobre esse assunto.