Capítulo 2 - Melany

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O pouso foi lento e sem nenhuma turbulência, diferente da decolagem que achei que fosse morrer. Para quem esperava o pior, até que foi um bom vôo.

Respirei o ar de Londres no exato momento em que saí do avião e entramos no aeroporto. Olhei para Max, ele estava coçando seus olhos porque tinha acabado de acordar. Sorri animada. Saímos do aeroporto alguns minutos depois e logo em seguida pegamos um táxi que rapidamente nos levou até a mansão do avô de Max.

Quando chegamos à rua onde a mansão do meu avô se localizava, me arrepiei toda com o clima presente nela.

—Essa rua me dá medo. – Max disse.

—Parece cenário de filme de terror – Eu também opinei.

A rua estava coberta de uma névoa acinzentada parecia que a nuvem estava próxima ao chão. As casas pareciam abandonadas e eram bem velhas.

Por mais que estivesse de dia, naquele local parecia à noite.

Era uma rua sem saída.

E a mansão do meu avô era a última casa.

A rua parecia sem vida, até as árvores presentes ali pareciam estar mortas, os galhos eram finos, retorcidos e com poucas folhas, e até mesmo as folhas não tinha a cor verde. Era uma tonalidade escura mais parecida com um cinza misturado com um marrom.

Olhei para os meus amigos que mais pareciam que viram algum fantasma. Principalmente Diego, por mais que ele seja um pouco mais corajoso do que eu, era o que estava com mais medo, nem posso falar sobre John que preferiu não olhar muito. Seus olhos pareciam sair das órbitas e suas pálpebras denunciavam o seu medo

Quando o taxista chegou ficamos de frente à mansão do avô do Max.

—Chegamos. – Ed, o pai de Max, anunciou.

Fitei a mansão por alguns segundos, ela era exatamente igual das imagens que Max me mostrou, mas vê-la ao vivo trazia uma sensação bem diferente do que ao vê-la por foto. Seu papel de parede era o mesmo, até as rachaduras na parede estavam intactas, mesmo após anos. A única coisa que parecia diferente era a porta dupla de madeira na entrada que aparentava estar um pouco desgastada, ao contrário do que a imagem nos mostrou. Enquanto os outros saíam, eu ficava apenas admirando a mansão em um misto de medo e curiosidade. Ao lado dela tinha uma árvore, que assim como todas as outras da rua, tinha galhos retorcidos e folhas ressecadas, tudo naquela rua parecia sem vida, inclusive a mansão.

—Vamos saindo crianças peguem a suas malas no porta-malas. – A mãe de Max pediu e aos poucos nós íamos saindo do carro.

O taxista abriu o porta-malas e aos poucos fomos pegando nossas malas. John ficou com a dele, eu com a minha vermelha, eu peguei as duas que eram minhas, Diego pegou a dele e os pais de Max pegaram duas malas bem grandes. Após fecharmos o porta-malas acompanhamos o taxista partir até onde a nossa visão ia.

Depois que vimos que o taxi havia partido, seguimos em direção à porta da mansão. O pai de Max retirou de seu bolso um molho de chave e desse molho pegou uma chave preta maior do que o normal e encachou na fechadura. Ele girou a chave para a esquerda e com um rangido ela se abriu aos poucos como se alguém havia empurrado. O rangido ficava mais alto conforme ele abria totalmente a porta até se chocar na parede ao lado produzindo um eco forte.

Quando a porta se abriu totalmente vimos à mansão por dentro.

O local estava cheio de poeira que dificultava a respiração. Ouvi Diego tossir. Parecia abandonada há anos, mas fazia pouco tempo que o avô de Max tinha morrido, como em pouco tempo uma grande quantidade de poeira foi produzida? Provavelmente o avô do Max não se preocupava com limpeza. A mãe de Max acendeu a luz da grande sala e podemos ver totalmente como ela era. A porta se fechou atrás de nós com um barulho que produziu um eco por toda a mansão. Um clima pesado e estranho pairou sobre o local e parecia nos atingir de alguma forma. Senti um calafrio percorrer o meu corpo e na tentativa de me aquecer cruzei os braços.

Renascidos das CinzasWhere stories live. Discover now