Memories • 𝐋𝐮𝐚𝐧 𝐒𝐚𝐧𝐭𝐚𝐧𝐚 𝐞 𝐃𝐞𝐦𝐢 𝐋𝐨𝐯𝐚𝐭𝐨

Capítulo Dois

No primeiro dia de aula, resolvi me aproximar da garota de franja. Eu estava inseguro, com medo, mas mesmo assim o fiz.

Lembro de como andei timidamente em sua direção, e tive a coragem de falar.

Um "oi" tímido saiu de minha boca, e naquele momento só pude reparar em como você era linda.

Seus olhos castanhos, seu cabelo em um tom castanho acobreado, e sua boca perfeitamente desenhada.

Deus, você era tão perfeita.

Tudo que recebi foi um sorriso seu. Mas um sorriso que me encheu de alegria, e aquelas borboletas no meu estômago, voltaram como num piscar de olhos.

Sua amiga, sempre me olhava de um jeito estranho. Como se não gostasse de mim. E eu sabia que realmente ela não gostava.

Em alguns momentos ela cochichava algo, que eu não conseguia ouvir, mas sabia que não era algo bom.

Toda aquela alegria que eu sentia só de apenas ver seu sorriso, se desfez em segundos. Quando Selena disse que eu não devia estar ali, que minha atitude era patética, minha felicidade sumiu.

"Não nos misturamos com pessoas do seu nível."

Aquelas palavras tão duras direcionadas a mim, me deixaram triste. E seu silêncio, apenas deixava tudo ainda pior.

Eu realmente esperava que você me defenderia. Nem sei porque, afinal de contas, a gente nem se conhecia. Provavelmente você pensava da mesma forma que ela.

Uma imensa vontade de chorar tomou conta de mim. Eu só queria sair dali.

"Homem não chora, se controla." - Lembrei de tais palavras, que meus amigos sempre repetiam.

Diferente do meu pai, que sempre dizia que os homens assim como as mulheres, choram, sentem, amam (apesar de ser difícil acreditar).

Todos aqueles olhares em minha direção, me deixavam assustado, desorientado.

Quando voltei pra casa, bati a porta com tanta força, que quase pude sentir a casa tremer.

Mas que droga. Por que aquilo tinha que acontecer? Será que eu não era bom o suficiente para ser seu amigo?

Me joguei na cama, e afundei meu rosto no travesseiro. Só conseguia sentir as lágrimas descerem por meu rosto, ainda sem entender o motivo do meu comportamento.

Meu coração estava doendo, como se alguém o tivesse quebrado em mil pedaços.