Capítulo 22

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Lembrando o Passado

Will

Quando o destino tem algo a lhe dizer, escute com atenção; Pois o que vivenciei nessa vida, eu nunca acreditaria que fosse real o meu presente.

11 anos atrás...


Eu tinha apenas nove anos.

Estava indo para a classe, como sempre. Não tinha amigos, então ficava sozinho na sala. Fico sentado, lendo algo, quando o sinal toca para todos irem pra suas classes. Mas dessa vez, tinha algo diferente, dois alunos que nunca tinha visto antes, entram na sala; Eles se pareciam, mesmo sendo do sexo oposto mas, pude concluir que fossem gêmeos.

O professor entra na classe e os apresentam

— Classe, estes são Rebecca e Ryan Carter. E como devem ter notado, eles são gêmeos.

A classe ficou encantada com eles. Algúns olharam pra mim, pois sabiam que eu era um dos trigêmeos, que no caso era algo parecido; E obviamente, por eu ser tímido, me encolho um pouco, e ao notar que o garoto novo me encarava, eu desejei sumir. Logo, o professor manda todos se sentarem, e a aula inicia. Quando a aula se acaba, como sempre, eu esperava todos saírem e ficava na classe sozinho, porém, dessa vez não estava sozinho, os gêmeos tinham ficado alí também.

Estava um pouco nervoso, já que estava acostumado a ficar sozinho. Eu achava que não podia ficar pior, até ver que a garota se aproxima de mim.

— Olá! Qual o seu nome?

— E-Eu... Oi... — Estava muito nervoso — M-Meu nome é Will...

— Tudo bem Will? Eu sou a Rebecca, e aquele chato alí, é meu irmão Ryan.

Olho pro garoto, que revira os olhos com a fala da irmã.

— A-Ah sim... Legal vocês serem gêmeos...

— Por aquê todos olharam pra você, quando o professor disse que somos?

— É que eu... Sou trigêmeo...

— Nossa! Que legal! — Diz eufórica.

— Vamos logo Rebecca.

O garoto por fim pronunciou algo, e achei sua voz bonita.

— Já vou! — Ela diz meio irritada, mas logo sorri assim que volta a olhar para mim — Quer ir pro intervalo com a gente?

— Eu... Não gosto de multidão... Desculpe...

— Ah, vamos! Assim pode mostrar a escola pra nós. Somos amigos, não somos?

Eu coro um pouco quando ela diz aquilo.

— S-Somos?

— Claro que sim! Vamos!

Ela segura em meu pulso e me puxa, me levando até a saída. Rebecca parecia animada, mas Ryan sempre mantinha uma expressão neutra no rosto, e isso me incomodava, pois parecia que ele estava odiando estar alí, ou odiando eu estar alí.
Fiquei desconfortável por sair da classe.

— Onde fica o refeitório? — A garota pergunta.

— P-Por aqui...

Indiquei o caminho, e os levei até lá.
Por onde passávamos, notava que algumas pessoas nos olhavam; Claramente eu queria voltar pra sala, mas os acompanhei, porém não contava em encontrar meus irmãos no caminho.

— Will! Finalmente saiu da sala! — Kill diz de modo sarcástico.

— Quem são esses dois? — Bill pergunta.

— E-Esses são meus a-amigos! Rebecca e Ryan... Eles são gêmeos...

— Que legal! Me chamo Bill. Esse aquí é o Kill — Ele aponta o polegar — Somos trigêmeos, como podem notar as lindas carinhas iguais.

— Ah sim. Desculpe, mas nós temos que ir. Will vai mostrar o colégio pra gente.

Ela diz, meio que empurrando, e logo saímos de perto.
Tento mostrar o que podia da escola pra eles. Até almoçamos juntos no refeitório. Estava contente, por ter amigos. Acabei notando que Ryan nunca mudava de expressão, ele sempre se mantinha neutro, até mesmo pra falar, e ele quase não falou comigo, apenas poucas palavras.

Os dias iam se passando, e eu ficava ansioso pra ir a escola, ver meus amigos. As vezes os ajudava fazendo algumas lições de casa, pois a Rebecca dizia que eles ficavam ocupados, e não poderiam fazer.

— Will, a gente não vai poder fazer o trabalho em grupo... Nossa família vai viajar nesse final de semana... Estaria tudo bem fazer o trabalho sozinho?

Rebecca veio até mim, ela parecia chateada ao me contar sobre a viagem.

— Não tem problema, é fácil. Dá pra fazer sozinho, e eu ponho o nome de vocês.

— Certeza?

— Claro, somos amigos.

Eu sorrio pra ela, e ela sorria de volta. O sinal do fim das aulas toca.

— Okay! Nos vemos segunda Will!

Ela sai da classe com o Ryan, e vão embora.
Em casa fiz o trabalho sozinho, e na segunda, o entreguei e nós três ganhamos pontos.

Os dois se adaptaram bem na escola. Eram considerados os mais bonitos da escola.
Não conseguia entender, mas meus irmãos não gostavam muito deles, especialmente Bill, mas por serem meus amigos, eles não falavam nada contra os Carter.

O único prolema, era que Rebecca vivia pedindo pra fazer as coisas pra ela. De início eu não me importava, mas começou a ficar de mais. Dizia não, mas ela me convencia e no fim fazia; Porém um dia, resolvi dizer não e ser firme.

— Não vou fazer Rebecca. Você precisa aprender sozinha. Tecnicamente a maior parte da sua nota, fui eu que lhe dei...

— Então você não é mais meu amigo?

— Eu não disse isso... Só o faço pelo seu bem...

Ela se aproxima de mim e me dá um tapa no rosto, bem forte.

— Ai! Por quê fez isso?

Meus olhos lacrimejavam pela ardência no rosto. Quando olho pra ela, sua expressão séria me assusta; Nunca tinha a visto assim.

— Você vai fazer sim!

— M-Mas... Rebecca... Ai! Ai!

Ela segurou em meus cabelos, e os puxou, me fazendo inclinar a cabeça pro lado, tentando aliviar a dor.

— Pra você agora, eu sou a senhorita Carter — Ela me olhava séria, e de maneira fria — Você vai me obedecer a partir de hoje, e fará tudo o que eu mandar, sem reclamar. Se me desobedecer, eu vou te bater, ou mando os garotos do grupinho dos delinquentes, bater em seus irmãos. Então, é melhor me obedecer!

Sou jogado com tudo no chão. Ela se retira do canto afastado em que estávamos. Depois que ela sai, eu me levanto, indo correndo pro banheiro. Entro em um box e começo a chorar.
Não sabia, mas aquilo foi início da faze mais infernal da minha vida.

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Peço perdão pelos erros.

Twitter: @ Ciphault

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