Seis

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Seco meu cabelo com o secador novo de Katherine. Celena quase teve um treco de quando me viu chegar na chuva, mas ficou muito feliz quando viu o meu sorriso no rosto. Ele está até agora.

- Me conte. - diz Kate batendo palmas.

Coloco novamente o dedo na frente da boca para que ninguém escute, não sei o que eu estou pensando, ou melhor, cogitando fazer.

Solto o secador e sento em minha cama, o que eu estou pensando?

Kate se aproxima e para ao meu lado.

- O que foi? - ela se senta e segura minha mão.

Conto para ela exatamente o que aconteceu hoje, ela morde as unhas em quanto eu conto os detalhes. No final de tudo ela está estéril e batendo palmas.

- O que você vai fazer em relação a isso? - diz ela ainda animada.

- Se eu for fazer isso, o que eu acho muita loucura, vamos juntas. - digo agarrando suas mãos.

- Então! essa era o oportunidade que estávamos esperando, além do mais você completa 18 anos e será livre. E eu também.

Penso sobre isso. kate está certa se fugimos e não nos pegarem até fizemos 18 anos eles não poderiam mais fazer nada. Eu poderia provar com um exame que eu domino minhas capacidades mentais.

- Mas como que vamos fazer isso? - pergunto a ela.

- Calma, vamos pensar em algo.

- Isso é loucura. - eu digo.

- Sério? - diz ela rindo - a gente já está acostumadas a loucura, então eu creio que isso não nos intimida-rá.

- Certo. - digo sorrindo.

- Vamos fazer? - ela pergunta.

- Calma. - digo.

- Não pense, simplesmente faça, não vamos ficar com medo, lembre-se é melhor nos arrependermos de ter feito de que ficar pensando em como poderia ter sido. - ela diz isso e pisca para mim. 

- Ok! - digo por fim - foda-se. 

Nos abraçamos e rimos, a chuva ainda cai incessante do lado de fora. Decidimos discutir os detalhes amanhã. Quando as luzes se apagam e eu viro para a parede fria no meu canto penso no dia, normal, que eu tive. Fico feliz com tudo. 

Morgan! - uma voz áspera me chama. tento me remexer, lutar contra a escuridão, mas não parece real, nada.

- Morgan! -  dessa vez em meio a escuridão da minha mente eu vejo um contorno se fazer, mesmo assim eu não consigo me controlar, nem fazer nada.

 Você precisa me escutar, não vai ser fácil, nem está sendo, mas você precisa confiar em mim. -  dessa vez eu vejo mais nitidamente o rosto, um garoto, quase um homem me encara, ele deve ter a minha idade. Seus olhos são diferentes de tudo o que eu já vi, ele tem uma chama. Ele não é verde ou azul, é alaranjado.

Meus olhos marejam e eu estou no torpor sem conseguir fazer nada.

- Eu sei que é difícil me responder, mas eu vou te ensinar, então eu preciso que venha! - sua imagem fica turva na escuridão, percebo em seu contorno que ele apresenta uma cara de dor.

 Não há mais tempo, venha me encontrar. -  A imagem quase que se desfaz, mas o estranho solta mais uma palavra, ou melhor, uma localização - Mississípi.








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