VI

523 91 45
                                    

Ten finalmente pôde ver o suposto Balenciaga do japonês no dia seguinte, mas apenas respondeu que os amigos estavam loucos e que, sim, talvez fosse verdadeiro. Não sabia como é que haveria um Balenciaga falso rodando o mundo, sendo que não era nem um tênis bonito nem nada. Johnny discordou e iniciou um discurso sobre como cada detalhe daquele tênis era precioso e mais alguns blá-blá-blá que Chittaphon decidiu ignorar.

— Gente, isso não importa! — fez um drama, empurrando a própria cabeça na mochila e mexendo as perninhas. — Como é que sou amigo de vocês? São uma dupla de fofoqueiros. Quer saber de uma? Ei, Yuta!! — chamou o menino do outro lado da sala, que veio prontamente.

— Merda, Ten! — Johnny resmungou e deu um chute fraco na canela dele.

— Estamos apaixonados pelo seu tênis, sabia? — Chittaphon sorriu para o japonês e admirou o tênis como se fosse uma obra de Van Gogh.

— Ah, sério? — Nakamoto sorriu e ajeitou a franja loira.

—  É, sim — balançou a cabeça positivamente. — Onde tu comprou?

— Ah, foi na minha viagem... — ele deixou a frase no ar e, enquanto isso, Johnny estreitava os olhos. — Eu aproveitei pra comprar um. Foi bem carinho, mas valeu à pena.

— Carinho quanto? — o americano quis saber.

— Ah, bem carinho... — riu. — Vou indo, estou bem ocupado.

— Hm... Valeu — Ten continuou com o sorriso de pé até o japonês afastar-se deles, depois desmanchou-o e virou-se para encarar os amigos. — É falso.

— Aish, vocês são ridículos! — Mark revirou os olhos. — Aposta quanto?

— Não vou apostar zorra nenhuma! — Chittaphon olhou para o mais novo como se estivesse louco.

— Eu arranjo o número daquele gatinho da sorveteria pra você — Mark fez uma oferta e Johnny, que tinha os olhos no desenho de um pêssego que estava fazendo, olhou atentamente para o tailandês.

— Como é a história? — arqueou o sobrolho, interessado no babado.

— Eu falei pra você que Ten está de olho em alguém na sorveteria, Johnny. Você nunca me escuta — Mark resmungou, cruzando os braços e girando a cadeira.

— Vocês aí estão trabalhando ou jogando conversa fora? — a professora, sentada lá na frente da sala, decidiu intervir naquele barulho todo.

— Trabalhando, pró — Mark respondeu, sorrindo encantadoramente, pois sabia que aquela professora gostava dele e achava-o um anjinho e um amor de pessoa. Por que não usar isso ao seu favor?

— Em resumo: eu não vou apostar nada por conta de uma idiotice dessa. E eu não estou nem aí se você acha que estou de olho em alguém. Eu estou de olho só no meu diploma — Ten decidiu falar mais baixo, com medo daquela mulher. Tinha um pouco de ranço dela.

— Tá certa, miga — Johnny fingiu uma palminha. — O diploma te dá futuro.

— Macho também — Mark respondeu. — Vai que ele casa?

— Casamento? Eca! — Ten riu, balançando a cabeça para arrumar os fios desgrenhados.

— Então vocês vão me suportar o resto do semestre enchendo o saco em tudo, porque eu tenho razão e vou provar — o canadense passou a pintar o pêssego de Johnny com caneta hidrocor.

— Mark, a gente já te suporta, você já enche o saco — Ten respondeu. Mark fez uma cara de deboche e afastou-se um pouco dos dois, depois de mais uma reclamação da professora.

Ten respirou fundo e finalmente abriu o 3DS Max no seu computador. Enquanto o programa de modelagem 3D iniciava, furtivamente pegou seu celular e deu de cara com um direct inesperado.

ty_trck: oi dez barra dez :)

Ice Cream ✖️ TaeTenWhere stories live. Discover now