Ten finalmente pôde ver o suposto Balenciaga do japonês no dia seguinte, mas apenas respondeu que os amigos estavam loucos e que, sim, talvez fosse verdadeiro. Não sabia como é que haveria um Balenciaga falso rodando o mundo, sendo que não era nem um tênis bonito nem nada. Johnny discordou e iniciou um discurso sobre como cada detalhe daquele tênis era precioso e mais alguns blá-blá-blá que Chittaphon decidiu ignorar.
— Gente, isso não importa! — fez um drama, empurrando a própria cabeça na mochila e mexendo as perninhas. — Como é que sou amigo de vocês? São uma dupla de fofoqueiros. Quer saber de uma? Ei, Yuta!! — chamou o menino do outro lado da sala, que veio prontamente.
— Merda, Ten! — Johnny resmungou e deu um chute fraco na canela dele.
— Estamos apaixonados pelo seu tênis, sabia? — Chittaphon sorriu para o japonês e admirou o tênis como se fosse uma obra de Van Gogh.
— Ah, sério? — Nakamoto sorriu e ajeitou a franja loira.
— É, sim — balançou a cabeça positivamente. — Onde tu comprou?
— Ah, foi na minha viagem... — ele deixou a frase no ar e, enquanto isso, Johnny estreitava os olhos. — Eu aproveitei pra comprar um. Foi bem carinho, mas valeu à pena.
— Carinho quanto? — o americano quis saber.
— Ah, bem carinho... — riu. — Vou indo, estou bem ocupado.
— Hm... Valeu — Ten continuou com o sorriso de pé até o japonês afastar-se deles, depois desmanchou-o e virou-se para encarar os amigos. — É falso.
— Aish, vocês são ridículos! — Mark revirou os olhos. — Aposta quanto?
— Não vou apostar zorra nenhuma! — Chittaphon olhou para o mais novo como se estivesse louco.
— Eu arranjo o número daquele gatinho da sorveteria pra você — Mark fez uma oferta e Johnny, que tinha os olhos no desenho de um pêssego que estava fazendo, olhou atentamente para o tailandês.
— Como é a história? — arqueou o sobrolho, interessado no babado.
— Eu falei pra você que Ten está de olho em alguém na sorveteria, Johnny. Você nunca me escuta — Mark resmungou, cruzando os braços e girando a cadeira.
— Vocês aí estão trabalhando ou jogando conversa fora? — a professora, sentada lá na frente da sala, decidiu intervir naquele barulho todo.
— Trabalhando, pró — Mark respondeu, sorrindo encantadoramente, pois sabia que aquela professora gostava dele e achava-o um anjinho e um amor de pessoa. Por que não usar isso ao seu favor?
— Em resumo: eu não vou apostar nada por conta de uma idiotice dessa. E eu não estou nem aí se você acha que estou de olho em alguém. Eu estou de olho só no meu diploma — Ten decidiu falar mais baixo, com medo daquela mulher. Tinha um pouco de ranço dela.
— Tá certa, miga — Johnny fingiu uma palminha. — O diploma te dá futuro.
— Macho também — Mark respondeu. — Vai que ele casa?
— Casamento? Eca! — Ten riu, balançando a cabeça para arrumar os fios desgrenhados.
— Então vocês vão me suportar o resto do semestre enchendo o saco em tudo, porque eu tenho razão e vou provar — o canadense passou a pintar o pêssego de Johnny com caneta hidrocor.
— Mark, a gente já te suporta, você já enche o saco — Ten respondeu. Mark fez uma cara de deboche e afastou-se um pouco dos dois, depois de mais uma reclamação da professora.
Ten respirou fundo e finalmente abriu o 3DS Max no seu computador. Enquanto o programa de modelagem 3D iniciava, furtivamente pegou seu celular e deu de cara com um direct inesperado.
ty_trck: oi dez barra dez :)
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Ice Cream ✖️ TaeTen
FanfictionAfinal de contas, havia ou não havia um motivo especial para Ten ir àquela sorveteria todos os dias e pedir o mesmo sorvete ao mesmo atendente?