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-Este caso é de um nível um pouco mais elevado do que aquelas que vocês estão acostumados a pegar, então estou aqui para ter a certeza de que vocês realmente querem fazer isso.
Perguntei na última reunião sobre o plano com os agentes de outras equipes, além de Hanji e Mike. A única coisa que precisávamos fazer era iniciar a operação em si. O criminoso que usaremos já está no prédio específico que determinamos para o uso da missão e os soldados especializados em tiros à distância já estão posicionados.
-Temos certeza, capitã Mello.
Um agente denominado Daisuke Saito afirmou.
-Certo. Iremos nos deslocar até o nosso destino separadamente em quartetos, todos em carros normais. Nesses carros estarão o dispositivo de transmissão para poder ouvir a ligação, então quando a mesma se encerrar, esperem pelo meu sinal e sigam até chegarem perto do prédio.
  Todos concordaram e foram para seus carros para esperar meu sinal. Eu entrei no meu, claro, e, enquanto esperava a confirmação dos agentes que estavam no prédio, fui para uma cafeteria que abriu aqui perto a umas semanas atrás. Se tem uma coisa que eu amo é chá mate e água de coco... Ok, não sei o motivo de ter falado isso, mas falei.
  Dirigi até lá e estaciono numa vaga próxima à loja denominada "Teffee", um trocadilho com "Tea" (chá) e "coffee" (café). Entro na mesma e me sento na cadeira mais próxima à saída. Pego o cardápio verde com letras desenhadas de vermelho e abro-o, vendo a quantidade de escolhas possíveis. Um tempo se passou até que eu fosse atendida por uma moça loira, baixa e olhos azuis.
-Olá, desculpe a demora, um funcionário precisou sair agora por causa de um imprevisto e estamos com falta de pessoas para atender.
  Sua voz era suave e doce, além de sua gentileza.
-Ah, não se preocupe com isso.
-Posso anotar o seu pedido?
-Vou querer um chá mate gelado e um pedaço dessa torta de maçã.
-Certo. Volto com o pedido daqui a pouco.
  Assenti com a cabeça e peguei meu celular, vendo se havia alguma mensagem nova... E tinha.

  Loiro louco: Oiiiiiii.

  Esse era Armin... Aquele amigo de Eren que falei. Como Hanji disse, ele se apaixonou por mim logo quando me viu, mas por causa da minha insegurança sobre relacionamentos, acabei dando falsas esperanças com um "vou tentar", mas isso somente o deixou de coração partido por um tempo. Ele entendeu a minha situação e seus sentimentos por mim não mudaram, pois ele ainda continua falando que irá me conquistar e coisas assim... Tirando isso, Armin é um ótimo amigo.

  Eu: Fala, loiro.

  Bloqueio meu celular após ver o último visto por último dele: 9:26. Se ele só entrou a duas horas atrás, significa que a resposta iria demorar um pouco.
  Meu pedido chegou rapidamente e eu o devorei mais rápido ainda, pagando depois e, logo em seguida, segui para meu carro. Quando fechei a porta do mesmo, meu celular vibrou e a música Hopes And Dreams tocou. Era alguém me ligando, mais especificamente, Erwin.
-Alô?
-Lara? Já pode preparar as coisas, o criminoso já fez a ligação e o grupo já está à caminho.
-O que?! Erwin, eu disse pra você me ligar antes.
-Achei melhor agora. Tenho que desligar, tchau.
O loiro simplesmente desligou na minha cara. Xinguei e joguei o celular no banco do passageiro enquanto ligava o carro e parti em uma boa velocidade. O prédio não ficava muito longe, mas se eu, a capitã de uma das equipes de investigação mais famosas dos Estados Unidos for vista por um daqueles caras, eles podem desconfiar e recuar, acabando com o plano.
  Estacionei um pouco longe do local e fui o resto à pé. Entrei no edifício e encontrei Erwin parado em uma das janelas do quinto andar, já que o lugar estava abandonado.
-Ah, você chegou.
-É... Cheguei...
  O encarei mortalmente e o loiro já entende sobre o que eu estava me referindo.
-Escuta, vou pedindo desculpas por isso, eu achei melhor você chegar agora.
  Suspirei e fechei os olhos,
-Eu confio em você, então não tenho muito o que reclamar. Só espero que tenha sido a escolha correta, por...
  Nesse momento, um barulho no rádio soou, me interrompendo.
-Capitã, um dos alvos entrou no prédio em que o criminoso está.
  Aperto o botão para responder na hora em que me ajeitei para observar.
-Espere o meu sinal.
  Os edifícios ficavam lado a lado, bem próximos um do outro. Por isso, bolei um plano para invadir o andar vizinho.
  Observei um rapaz de, mais ou menos, um metro e setenta e cinco de altura chegar no andar planejado para ir ao encontro de Saiki. Ele estava encapuzado com uma capa verde, então não consegui ver o rosto do cretino.
  A conversa entre os dois ocorreu naturalmente, mas havia algo estranho... Não sei o que era, mas havia.
-Erwin, já estão todos em posição? O plano já vai começar.
-Pelo o que eu sei, todos os agentes já estão devidamente posicionados.
  -Perfeito. Irei subir agora, então cuide para que tudo saia como o planejado.
-Cuidarei. Por falar nisso, tome cuidado você também.
  Aqueço com a cabeça e subo as escadas até o último andar, no teto do prédio e ouço a cena pela mini-escuta que coloquei em Saiki.
  Meu coração batia acelerado mais do que os outros casos em que resolvia... E eu sei o porquê. Esse caso é especial, é onde pegaremos os maiores criminosos da região.
  Um tempo se passou com a conversa entre os dois, e quando eu ia dar o meu sinal, um barulho soou das escadas, como se alguém estivesse subindo.
-Erwin?
  Perguntei. Podia ser ele desistindo de seu posto e vindo comigo outra vez... Ele detestava fazer as coisas sozinho.
  Dei de ombros quando não ouvi mais nada e logo associei o barulho com um rato ou um gato... Vai saber.
  A conversa entre os dois estava indo bem, já estava quase chegando ao ponto principal que era onde ele pedia a ajuda para se vingar da polícia.
  Tomo um susto ao ouvir um barulho de tiro muito próximo a mim, e quando me viro, vejo duas pessoas igualmente encapuzadas àquela que conversava com Saiki segurando Erwin e Hanji desacordados pelos cabelos.
  Saco a minha arma e aponto para os dois, mas ambos fazem o mesmo e miram nas cabeça dos agentes.
-Se fizer algo suspeito, esses dois morrem.
  A segunda pessoa (a mais alta e, aparentemente, uma mulher, por causa da voz) falou e eu abaixei a arma, tendo o máximo de cuidado com a situação.
-Isso mesmo... Agora, irá entregar todo o dinheiro que tiver.
  Mordo a bochecha internamente por causa do pedido. Ela havia pedido justo a armadilha de emergência...
  Pego minha carteira onde continha um spray de fumaça dentro e joguei para eles depois de ativa-lo discretamente. Pude perceber também que o loiro estava acordado por causa de um pequeno sinal que fizera para mim, e logo entendi o que ele pretendia fazer.
-O que mais vocês querem?
  Pergunto.
-Apenas que nos deixem em paz. Você irá dar o sinal para todos recuarem e deixar nosso companheiro escapar.
-Sinto dizer, mas... Não posso fazer isso.
  A fumaça começou a sair em uma quantidade enorme de repente, criando uma bolha cinza em volta dos dois. Consigo ouvir barulhos de luta, então deduzo que Erwin já está dando um jeito em um deles.
  Subitamente, o mais baixo de lá sai às pressas enquanto a outra foge também.
-VOCÊ VAI ATRÁS DO BAIXINHO.
  O comandante grita e eu aceno enquanto me preparava. É agora que o bicho pega...
  Saio correndo atrás dele e pulo para o outro prédio durante a perseguição. O cara desce as escadas e eu aviso à todos para capturarem o cara que conversava com Saiki.
  A pessoa podia ser baixa, mas tinha uma velocidade e força absurda, já que pude perceber quando ele jogou o extintor de incêndio à metros de distância para me impedir.
-PARE.
  O cara me ignorou e continuou descendo as escadas, e, por sorte, alguém abre a porta de um andar e impede a passagem.
  Pulo em cima do fugitivo com o objetivo de imobiliza-lo, mas quem abriu a porta foi seu companheiro, então caí de cara no chão quando ele puxou quem eu estava perseguindo.
-Tsk.
  Abro a porta novamente e noto que os dois estão quase fugindo pela janela (não sei o que pretendem fazer, já que estamos no quinto andar), e, de repente, outro tiro é escutado. Esse acerta no teto do andar, impedindo aqueles dois de darem o fora.
  Minha equipe chega rapidamente e imobiliza o mais alto, enquanto eu começo a lutar com o outro, já que o mesmo demostrou resistência.
-Até quando vai continuar com isso?
  Perguntei enquanto desviava de uma rasteira.
-Até desistirem.
  No momento em que o homem foi dar um soco certeiro em meu rosto, pego seu braço e o jogo no chão com toda a minha força e técnica em judô (fiz isso enquanto criança, sou faixa preta), para depois imobiliza-lo e algema-lo ajoelhado.
  Erwin chega com o resto do pessoal, e ele fica de frente ao rapaz. Retiro a capa dele e me surpreendo ao ver quem era. Era aquele cara da farmácia...
  O loiro se ajoelha para ficar à altura do moreno.
-Qual é o seu nome?
  Ele pergunta. Sem resposta... Sem paciência, pego minha arma e coloco na boca do baixinho e digo*:
-Acho melhor começar a responder, seu pedaço de merda. Não vai gostar do que acontecerá com você ou com seus colegas caso não cooperar.
  Ele me olha mortalmente e eu revido na mesma intensidade.
-Eu vou repetir: qual é o seu nome?
  O moreno fica em silêncio antes de falar.
-Levi.
-Muito bem, Levi... Eu tenho uma proposta para lhes fazer. Vocês entrarão na polícia e emprestarão sua força para nós em troca do perdão por seus crimes.
-E se eu recusar?
  Encaro o comandante e ele percebe o que eu quis dizer.
-Você e seus amigos passarão um grande tempo na prisão, simplesmente isso.
  Levi pensa por um tempo antes de responder.
-Tudo bem.
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*= imagem do capítulo
oii, o que acharam do capítulo? Vote e comente, isso me motiva muito a continuar ;*

 

Assassino PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora