Capítulo 16 - Cheonggyecheon

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Ei, môs beinz
Aqui é a Binha mais uma vez, passando pra dizer que o capítulo de hoje vai arrancar suspiros apaixonados.
Se preparem.
Love yous 💗

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— O que? – forço a minha voz, mas o som do vento passando pela gente deixando difícil para ouvir alguma coisa, se é que ele me respondeu

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— O que? – forço a minha voz, mas o som do vento passando pela gente deixando difícil para ouvir alguma coisa, se é que ele me respondeu.

Ji acelerava a moto e algo me dizia que ele estava com um sorriso estampado no rosto.
Tenho certeza que falou a palavra encontro. Que merda é essa? E porque diabos não consigo parar de sorrir?
Agarro com mais força sua cintura, sentindo um leve medo de morrer. Nunca fui muito fã de moto, mas parece que isso vai ter que mudar.
A cidade passava correndo por nos enquanto me aproximava mais do corpo do Ji, é aconchegante sentir o calor do seu corpo.
Andamos por algum tempo até que vi de longe reconheci o lugar que tantas vezes tinha visto por fotos, Cheonggyecheon
Ela é ainda mais linda do que na internet.
Ele parou e desci sem tirar os olhos de cada detalhe da estrutura em volta das águas que passavam correndo.
— Ainda não tinha vindo aqui? – a voz do Ji estava tão próxima que fez minha nuca se arrepiar.
— Ainda não tive tempo – minha voz saiu irregular enquanto virava meu corpo encarando seus olhos negros e meio sorriso lindo.
— Ótimo! – se aproximou mais dando um beijo na minha testa.
Como em nome de Zeus, um beijo na testa pode causar calores tão intensos pelo corpo de alguém?
— Vou poder tirar sua virgindade – falou baixinho me fazendo rir.
O lugar estava bem cheio enquanto descíamos para próximo ao rio ouvindo a risada das estudantes que vinham atrás de nós, junto com a conversa de um casal mais velho.
Sentia sua mão roçar na minha enquanto andávamos me fazendo trocar olhares com ele enquanto dividíamos a nossa atenção entre nós e as pessoas na nossa frente.
Para fala a verdade, achei que ele não iria mais me dar muita bola, ou viria me procurar apenas quando quisesse mais do que aconteceu. E com certeza me sequestrar para um encontro não estava nas coisas que passaram pela minha cabeça.
Quando chegamos, Ji pediu para que me sentasse enquanto pegava café para gente.
Senhor, não achei que aqui seria ainda mais lindo.
Junto com as lindas luzes de Seul, os coloridos das luzes que passavam na pequena cascata deixavam o ambiente ainda mais lindo.
O vento batia de leve, mas um pouco frio demais para a o verão. Me sentei nos degraus, não resistindo a tirar meus sapatos e deixar a água toca-los por alguns instantes.
Era difícil acreditar que não a muito tempo atrás aquelas águas eram completamente poluídas e cobertas por uma avenida.
Do outro lado um casal parecia estar comemorando alguma data especial. Estavam com estalinhos e um lindo bolo entre eles. Comeram um pedaço do bolo rosa e logo em seguida o rapaz que devia ser pouca coisa mais velho que eu, se ajoelha abrindo uma caixinha de veludo. A garota dá um gritinho falando sim o abraçando.
A minha volta algumas pessoas, sua grande maioria estrangeiros batiam palmas para felicitar o casal.
— Parece que chegamos na hora certa – Ji sorri me entregando o café enquanto se sentava cruzando as pernas.
— Corajoso ele – disse sem tirar os olhos do casal que agora trocavam alianças.
— Por que corajoso? Não acredita em casamento? – me virei para entrar um Ji com sobrancelha arqueada me fazendo sorrir.
— Não é isso. – Ajeitei meu corpo para olha-lo melhor — Fazer o pedido assim, em público, tem que ter muita certeza que não vai levar um fora. Imagina o constrangimento se ela tivesse dito não?
Dando uma risadinha Ji me olha por um segundo sem falar nada.
— Você sempre pensa no lado ruim de tudo?
Dei de ombros tomando mais um pouco do café na minha mão.
— Não é que olho o lado ruim, sou realista. Isso poderia ter acontecido.
Pareceu relaxar um pouco os seus maravilhosos ombros largos.
— Entendo. Você poderia ter dito que não viria comigo. – Com um sorriso um pouco convencido demais me olhou de lado — porque veio?
— Bem tecnicamente falando, você apenas me disse que isso era um encontro depois que já tinha subido na moto, então acho que não tive muita escolha. – Sorri de volta
— Se tivesse falado, não estaria aqui agora?
— Provavelmente não – tentei falar o mais seria que pude.
Do meu lado Ji fica inquieto, tomando mais um pouco do liquido quente entre suas mãos.
— Se quiser, posso te levar para casa. – Seus olhos passavam pelas pessoas do outro lado.
Me aproximei puxando sua jaqueta para que seu rosto viesse o caminho que não alcançava e beijei seu rosto.
— Não quero ir embora. – Continuei sorrindo — Mas se soubesse que iria a um encontro com Go Ji, iria falar para você deixar me arrumar melhor.
Seu rosto ficou vermelho, seus olhos diminuíram deixando dois riscos que acompanhavam seus lábios retorcido em um sorriso.
— Você está linda Belle. – Passou os dedos pelo meu rosto colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
Tenho certeza que estou igual a um tomate maduro agora.
— Então, assim que é um encontro com Go Ji? – tentei rir, mas um ataque de nervosismo repentino fez minha voz sair estranha.
Ji dá uma risada um pouco alta, fazendo um homem que parecia estar esperando alguém o olhar estranho.
— Decepcionada?
— Não sei bem – Fiz um leve biquinho —, talvez esperasse algo como andar de helicóptero vendo Seul anoite do alto, jantar em um restaurante chique e discreto para que não fossemos reconhecidos.
— Não sou um idol Belle. – A noite parecia bem divertida para ele que não parava de rir — A maioria das pessoas só sabe o nome da empresa do meu pai, talvez até meu nome, mas raramente procuram um rosto para ele. As que sabem que sou, não viriam aqui. – Me deu outro meio sorriso — Mas podemos dar uma volta de helicóptero por Seul.
Pegou o celular para ligar para alguém, mas seguro a sua mão antes que o faça.
— Gosto de coisas simples Ji. Isso aqui, está perfeito. – Está bem que isso é um pouquinho mentiroso. De simples não tenho quase nada, mas só quando o assunto é roupa e sapato. Adoro coisas chamativas, mas quando é esse tipo de coisa, melhor manter as coisas simples. Com certeza a diferença econômica aqui é gritante, e se quiser fazer algo para ele no futuro...não, pera, eu acabei mesmo de pensar isso. Queria Belle, só para. 
Passou o braço envolta do meu ombro me puxando de leve para mais perto de si, dando um beijo de leve na minha têmpora. Acho que senti um pouco de alivio, mas não tenho certeza.
Do outro lado vi uma mulher me olhando estranho, foi apenas quando segui seu olhar que percebi que ainda estava com os pés dentro do rio. Tirei meus pés e molhados mesmo coloquei de volta dentro dos sapatos de salto.
— Fiquei imaginando quanto tempo demoraria para alguém te olhar estranho. – Ji estava se achando o engraçado hoje.
Dei um tapa de leve em seu ombro.
— Estava tão bom que até esqueci de tirar.
Com um sorriso Ji, tira o braço do me ombro me olhando como se fosse a pessoa mais interessante do mundo.
— Me fala mais de você. – Escorou o rosto nas palmas da mão.
— De mim? – olha o tomate maduro voltando — O que quer saber?
— Tudo! – sua voz saiu tão intensa que senti meu mundo girar. — Mas começa pela sua família, ou como conheceu suas amigas.
— Quer mesmo saber tudo. – dei uma risadinha — Bem, meus pais ainda moram na minha cidade natal, mas meu irmão mora em uma cidadezinha do interior. Foi mandado para lá depois que passou no concurso de delegado.
— Você tem um irmão? – levantou as sobrancelhas — ele tem quantos anos?
— Vinte e quatro também. Somos gêmeos.
Sua boca fez um perfeito "o" deixando-o ainda mais lindo. Zeus, tem um jeito dele não ser essa perfeição toda? Obrigada, de nada.
— Já as meninas – tentei me concentrar no que tentava falar — bem, a Nina conheci ela em uma colônia de férias que minha escola fazia. Ela estava um ano na minha frente, mas acabou que ficamos no mesmo grupo quando dividiram os alunos. Depois disso ficávamos sempre juntas e depois de um ano mais ou menos, ela veio morar na rua que morava.
"Já a Line, conhecemos ela quando nos mudamos para São Paulo. Ela era da nossa classe nas aulas de coreano."
Escorei nas minhas pernas o olhando.
— E você? – me surpreendi em como estava interessada.
— Eu? – desfez a postura agora escorando as mãos atrás do corpo e jogando o peso neles olhando para o céu. — Acho que o Doyon é o primeiro amigo de verdade que eu fiz. Tive colegas de escola, daqueles que a gente faz umas merdas com o decorrer da vida e até tive alguns durante a faculdade, mas não mantive contato. Mas para conversar, acho que o Doyon é o primeiro, tirando meu irmão.
"Quando crianças não éramos assim tão próximos. Era infantil demais para ele – revirou os olhos rindo — mas quando nossa mãe morreu, as coisas ficaram diferentes, acho que de um jeito dolorido, fez com que tivéssemos algo em comum. Ele era o único que sabia como doía. E acho que por esse motivo sou tão próximo do Doyon. Ele perdeu a família em um acidente de carro a alguns anos"
Voltou a me olhar com um sorriso no rosto, mas seus olhos gritavam dor. Foi informação demais para poucos segundos e meus lábios apenas saíram o clichê de sempre.
— Sinto muito Ji. – Peguei em sua mão e ele apertou a minha de leve.
— Obrigada, mas já tem muito tempo. – Tentou parecer bem, mas ele não era bom nisso.
— Algumas dores nunca vão embora, e deixam cicatrizes profundas e eternas. – Aquilo era para ser para ele, mas um pequeno filme passou na minha cabeça me fazendo encolher de leve.
Ji deu um pulo ficando de pé na minha frente estendendo a mão.
— Esse encontro ficou terrivelmente deprimente. – Entreguei minha mão para ele que me puxou — gosta de karaokê?
Seu sorriso grande iluminou seu rosto que até parecias que os últimos minutos não aconteceram.
— Gosto sim – disse rindo de leve
— Então vamos comer alguma coisa e ir em um? – me puxou devagar para acompanhar seus passos.
— Claro. Mas gostei mais da ideia de comer, estou faminta.
Rindo nos afastamos do rio, mas antes que tivéssemos muito longe o parei virando seu corpo para mim.
Apoiei minha mão em seu rosto e sem ligar a mínima que me olhariam estranha, levantei um pouco meus calcanhares e o beijei.
Ji passou a mão na minha cintura sem se importar também e retribuiu o beijo segurando minha nuca com a outra.
E eu me arrepiei.
Não porque tenha sido tão quente, intenso ou até mesmo um pouco desleixado como os outros que compartilhamos.
As mãos de Ji acariciando com delicadeza onde tocavam, a forma como nossos lábios se moviam um pouco lentos juntos. Era como se estivéssemos nos conhecendo através do beijo.
De repente, eu correspondia ao seu carinho e entre um beijo e outro pude sentir muito além do seu perfume, o cheiro dele. E percebi que era o que embalava meu sono nas últimas noites, o motivo de eu não querer trocar a roupa de cama.
Como o beijo de alguém pode levar outra pessoa tão instantaneamente para a insanidade? Não faço ideia! Mas estava amando cada segundo dessa loucura.

Amores Em Seul - 러브 인 서울 [Livro I] COMPLETOWhere stories live. Discover now