Fantasma

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                        Alan

Murilo e eu estávamos desesperados, porque isso foi acontecer com Hiago? Eu deveria estar naquele avião com ele, nós iríamos morrer juntos, mas me recusei a ir por causa dos meus pais, eu não sei como agir nesse momento a não ser chorar muito porque era só isso que eu conseguia fazer nesse momento, Hiago está morto. Eu olhei para Murilo que estava chorando de cabeça baixa sentado no sofá, eu me sentei ao lado dele, peguei sua mão, ele me olha com lágrimas saindo dos seus olhos.

- Posso te abraçar? - Perguntei

- Pode! - Ele responde muito triste.

Eu o abracei muito forte, minha cabeça estava doendo muito só de pensar nessa tragédia que acabou de acontecer.

- Eu sinto muito filho. - Minha mãe coloca a mão em meu ombro. - Vai ficar tudo bem.

- Como tudo bem mãe? Hiago morreu! - Gritei - Ele estava dentro daquele avião.

- Eu sei filho, mas e se ele estiver vivo? - Ela tentava de todas as formas ser positiva.

- Um avião caiu do céu e explodiu, como ele poderia estar vivo? Ele não é um super homem.

- Calma Alan, não precisa falar assim com sua mãe também. - Murilo me olha.

- Como vocês me pedem pra ficar calmo numa hora dessas, eu não sei ficar calmo, eu quero ele de volta. - Minhas mãos tremiam.

- A gente não pode fazer nada mano, aconteceu. - Murilo parecia mais calmo.

- Ele era seu melhor amigo Murilo. - Olhei para ele sem entender.

- Eu sei, mas... - Ele tenta achar uma forma de consolo.

- Eu vou sair daqui daqui pouco. - Me levantei do sofá e fui para fora.

Entrei no elevador do prédio, eu estava destruído por dentro, acho que nada seria capaz de me consolar nesse momento, eu só quero meu Hiago de volta, quero ele nos meus braços agora. Comecei a caminhar pela rua sem um rumo, eu não conseguia tirar o seu sorriso dos meus pensamentos, nosso último sexo juntos, sim parecia até que eu tinha previsto isso, não é justo isso estar acontecendo comigo, eu vou te amar pra sempre Hiago assim como eu prometi para você. Me sentei num banco em uma praça que tinha ali perto, eu só queria ficar sozinho por algum tempo, eu precisava entender porque isso foi acontecer com a gente, eu lutei pra ficar em São Paulo com você e tudo desmorona o mais rápido possível, um avião resolve cair com você dentro, porque a vida estava sendo tão cruel com  gente? Porque passamos por tudo que passamos? Seria pra eu ficar mais forte agora? Será que não é com você que eu devo ficar para sempre Hiago? Eu tenho medo do que está por vir, tenho medo de não conseguir superar a sua morte. Fiquei um tempão sentado no banco da praça, até que vejo Murilo vindo de longe. Ele se aproxima e se senta ao meu lado com cabeça baixa, Murilo acabou de perder o seu melhor amigo também, o seu único melhor amigo, ele deve estar destruído por dentro até mais do que eu estou.

- Como você está? - Perguntei.

- É difícil Alan, muito difícil, eu só tinha Hiago, agora eu não tenho mais nada. - Ele levanta a cabeça e me olha.

- Não fala isso, você tem a mim? - Sorri para ele.

- A gente se odeia. - Ele esboça um sorriso.

- Mas isso não tem que continuar, não precisamos continuar com esse ódio que temos um pelo outro. - Peguei em sua mão, olhei em teus olhos. - Eu quero ver em você oque o Hiago via.

- Eu também quero isso. - Ele sorri.

- Amigos? - Falei.

- Amigos. - Ele ri.

- Você vai ser a única lembrança que eu tenho de Hiago agora Murilo, não quero que seja uma lembrança ruim.

- Eu também não quero isso Alan. - Ele apertava minha mão. - Eu quero muito te perguntar uma coisa, quando você me beijou a mando de Hiago, foi tão ruim assim? Porque eu gostei de ter beijado você.

- Foi estranho Murilo, eu estava com raiva de você. - Falei achando estranho a pergunta.

- É pra mim também foi um pouco. - Ele ri.

De repente o meu celular começa a tocar, era a irmã de Hiago, oque eu faço? Se eu contar que Hiago morreu a mãe dele pode piorar no hospital ao saber dessa notícia, oque eu faço?

- É a Alice. - Falei para Murilo - Oque eu faço?

- Não podemos falar nada por enquanto.

Eu atendo o celular.

- Oi Alice. - Falo sorrindo.

- Oi  Alan, cadê Hiago, eu ligo mas só cai na caixa postal, tive notícias de um avião que vinha pra cá, estou com mal pressentimento. - Ela estava desinquieta.

- Ele está bem Alice, não se preocupe. - Tive que mentir - Ele perdeu o celular por isso só cai na caixa postal.

- Passa o seu celular pra ele ai Alan.

Oque eu faço agora?

- Eu não estou em casa, mas assim que eu chegar eu ligo para você.

- Tu...

Desliguei o celular, não queria continuar mentindo para ela, mas a mãe de Hiago não pode sofrer por isso agora.

- Vamos voltar pra casa? - Murilo sorri.

- Vamos. - Sorri para ele também.

Fomos para casa, eu estava um pouco melhor, ja não conseguia chorar por causa de Hiago, eu queria pensar agora nos momentos felizes. Eu não parava de olhar para Murilo enquanto caminhava, eu queria começar a enxergar oque Hiago enxergava nele, acho que Murilo poderia ser meu amigo a partir de agora. Ao entrar no apartamento, minha meu pai estava com minha mala na mão.

- Oque vocês estão fazendo? - Perguntei achando estranho.

- Hiago se foi Alan, não tem motivos pra você ficar aqui. - Os dois me olhavam.

- Eu acabei de perder o cara que eu amo e vocês só pensam em si mesmos. - Falei com raiva - Sai daqui agora.

- Mas Alan...- Minha mãe tenta falar.

- Sai! - Gritei.

Eu empurrei eles para fora do apartamento, bati a porta o mais forte que eu pude. Corri para o quarto me sentei na cama e voltei a chorar, o cheiro de Hiago estava em todo canto.

- Está tudo bem? - Murilo pergunta entrando no quarto.

- É tão difícil pensar que hoje de manhã estávamos deitados nessa cama. - Sorri - O cheiro dele toma conta desse quarto.

- Eu vou sentir muita falta dele. - Murilo também se entristece.

- Nós dois iremos Murilo. - Fiquei de cabeça baixa.

O silêncio tomou conta do quarto, minha cabeça doía muito, eu quero Hiago de volta. A campanhia começa a tocar.

- Deve ser meus pais de novo. - Falei para Murilo - Eu não quero eles aqui.

Me levantei e fui correndo abrir a porta, eles não vão me levar embora agora. Ao abrir a porta...

- Kaic? - Me assusto.

Será que estou vendo um fantasma? Ele estava com Hiago desmaiado no colo.

- Você não estava morto? - Murilo pergunta assustado.

- Eu posso explicar. - Ele responde.

Será que era Kaic mesmo ou um fastama dele e de Hiago?  Eu estou muito assustado agora...

Meu melhor amigo - Part 2 (Romance gay)Where stories live. Discover now