Dar o troco

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Eu estava com muita saudade de minha mãe e ir ver ela vai ser muito bom, ela precisa disso, espero que melhore logo, eu não posso perde-la. Cheguei no aeroporto, sentei em um banco até da a hora do embarque, coloquei meus fones de ouvidos e fiquei ouvindo música. Comecei a pensar que eu havia deixado às duas pessoas que mais se odeiam sozinhos no apartamento, espero que eles saibam se virar  e não fiquem brigando por besteiras. De repente vi uma pessoa, nossa era muito estranho, aquela pessoa se parece muito com o falecido Kaic, mas deve ser só coincidência, as pessoas geralmente se parecem uma com a outra, fiquei olhando ele conversar com uma senhor que estava sentado perto dele, espera a voz também é muito parecida, devo estar ficando louco só pode, não é possível que eu esteja vendo um fantasma. Aquele rapaz perecido com Kaic saiu andando em direção ao banheiro do aeroporto, eu resolvi segui-lo, não é possível que se pareça tanto assim. Fui em direção à ele, chegando no banheiro ele estava lavando as mãos, eu olho para ele, nos encaramos.

- Hiago? - Ele me olha assustado.

- Kaic? - Eu me assusto muito.

Depois disso eu não consigo lembrar de nada. Acordei no sofá de casa, Alan estava me olhando, eu estava em choque ainda.

- Alan - Gritei desesperado - Eu vi o fantasma do Kaic no aeroporto.

- Não era um fantasma amor. - Ele aponta para o outro sofá.

Kaic estava ali, mas ele não tinha morrido? Porque ele está ali, eu estou muito confuso, como isso está acontecendo?

- Oi Hiago. - Ele sorri meio sem graça.

- Kaic? - Me sentei no sofá - Como?

- Ele ia começar a contar - Murilo fala me olhando - Estávamos esperando você acordar.

- Por favor Kaic, essa é a hora de você explicar tudo para nós. - Eu implorava por respostas naquele momento.

- Tá bom - Ele começa - Tudo começou depois da morte de Alex, eu cheguei em casa minha mãe estava sozinha sentada no sofá, eu comecei a chorar e contei  para ela oque aconteceu. Eu havia matado uma pessoa e poderia ir preso e para isso não acontecer minha mãe teve a idéia  de forjar minha morte, então eu escrevi uma carta contando o susposto suicídio, aqueles polícias que foram no colégio, eram atores, queríamos espalhar sobre minha morte. Minha mãe conseguiu criar um velório falso, o caixão ficou trancado o velório todo com uma foto minha em cima dele. Depois disso conseguimos uma identidade falsa. Minha mãe não queria me ver preso, e eu não tive escolha, aah meu nome agora é Robson.

- Espere ai - Falei - Tudo não passou de encenações?

- É Hiago, me desculpa. - Ele baixa a cabeça.

- Eu vou matar você Kaic. - Fui pra cima dele.

- Calma Hiago. - Alan fala me segurando.

- Você sabe como foi difícil para mim digerir a sua morte? - Gritei - Eu não posso acreditar que você fez isso sem me dizer, eu fiz parte desse assassinato, você sabe como eu me sinto todos os dias ao lembrar de um homem sendo morto na minha frente?

- Eu sinto muito. - Ele me diz meio triste.

- Quantas pessoas sabem que você está vivo? - Alan pensa em algo.

- Só minha mãe e agora vocês, porque? - Ele não entendia.

- Você pode nos ajudar em uma questão. - Alan sorri.

- Oque você está planejando Alan? - Perguntei.

- Kaic nos deve uma coisa, e ele vai nos ajudar, eu quero que ele se finja de fantasma, para assustar uma pessoa. - Ele sorri.

- Roberto? - Falei olhando.

- Meu irmão? - Ele começa a rir.

- Eu te explico melhor depois. - Sorri.

- Gente? - Murilo nos encara - Não perceberam uma coisa?

- Oque? - Perguntamos.

- Hiago está vivo Alan. - Ele fala feliz.

- É verdade. - Alan me abraça muito forte - Você está vivo amor.

- Como assim? - Eu estava um pouco confuso.

Eles me mostraram uma reportagem da queda do avião, o mesmo vôo que eu pegaria para ir a BH. Afinal, Kaic também tinha salvo minha vida, porque se eu não fosse atrás dele, eu estaria dentro daquele avião ou melhor, eu estaria morto.

- Nós sofremos muito achando que você estava morto Hiago! - Murilo fala vindo me abraçar.

- Sinto tanto pelas pessoas que morreram. - Falei me entristecendo.

- Kaic, você vai ficar aqui em casa a partir de hoje. - Alan fala o encarando.

- Eu não posso, estou morando em Portugal agora, só vim visitar minha mãe. - Ele ficou um pouco assustado.

- Ou você fica, ou contaremos a Polícia que você está vivo. - Alan estava disposto a um acordo.

- Com que provas? - Kaic sorri.

- Imagine a Polícia pedindo para abrir o seu caixão e não encontrar corpo nenhum. - Alan pisca para ele.

- Ok, eu vou ajudar vocês, mas tem muita coisa que precisam saber antes. - Ele tinha segredos - Vocês estão em perigo.

- Como assim? - Murilo pergunta.

- Lembra dos 10 mil reais que sumiram? - Ele nos olha - Roberto o roubou, ele ficou vigiando sua casa, até não ter ninguém, ele deu um jeito de entrar pela janela de seu quarto.

- Como assim? - Achei estranho - Porque ele fez isso?

- Por causa da morte de Kaic Hiago - Murilo me olha.

- Não. - Kaic nos interrompe - Por causa de você Alan.

- De mim? Mas ele culpou Hiago pela sua falsa morte.

- Roberto sempre foi apaixonado por você Alan, deixa de ser idiota, Hiago tirou isso dele. - Kaic parecia certo sobre oque dizia. - Foi ele que deu um jeito de colocar fogo na casa de vocês.

- Como você sabe de tudo isso? - Perguntei achando estranho.

- Minha mãe escutou ele conversando com um capanga pelo celular, ela sabe de tudo que o Roberto apronta. - Ele baixa a cabeça - Meu irmão está disposto a tirar a vida de vocês dois.

- Isso só faz com que prosseguimos com a minha idéia, eu quero que você assuste ele Kaic, até tirarmos uma confissão e colocar ele na cadeia.

Murilo se levantou do sofá meio nervoso, parecia que algo estava matutando sua cabeça, ele começou a andar pra lá e pra cá.

- Oque foi? - Perguntei nervoso.

- Hiago, com que dinheiro você está pagando esse apartamento? - Ele nos encara.

- Com o dinheiro da indenização do incêndio. - Achei estranho.

- As seguradoras costumam contratar uma perícia para investigar a causa do incêndio, se eles descobrirem que não foi um acidente...

- Eu posso ir preso. - Falei desesperado.

- Eles podem achar que você colocou fogo na casa de propósito para ficar com a indenização. - Murilo se aproxima.

Eu estava literalmente muito ferrado, o desgraçado do Roberto estava disposto a acabar com minha vida.

- Kaic. - Alan também fica nervoso - Você é nossa única salvação nesse exato momento, precisamos começar...

- Pode contar comigo. - Ele sorri - Eu nunca fui com a cara do Roberto mesmo.

- Estamos juntos? - Alan estende a mão.

Todos colocaram suas mãos juntas.

- Vamos te pegar Roberto! - Sorri.

Meu melhor amigo - Part 2 (Romance gay)Место, где живут истории. Откройте их для себя