Aquela que muito sonhava

Capitulo 1 - Os olhos negros de uma criatura branca como a neve

Era uma terça feira comum,  depois da escola como só tinha aulas de manha fui para a minha aula de equitação mas eu não sabia que iríamos ter a chegada de um novo cavalo vindo da Bélgica. Cheguei para ter a minha aula e o Sr. Manuel disse para eu ir buscar o Rúbeo, um cavalo bem grande e musculado de pelagem cor castanho cereja, com os casco e ate meio das patas branco, uma estrela aberta à frente e arraçado de Bretão com Puro Sangue Lusitano.

Eu fui buscar o cavalo e levei-o para onde os selamos, fiz tudo normalmente, ainda sem saber da chegada do novo membro da escola de equitação. Escovei-lhe o pelo e a crina e rabo, limpei-lhe os cascos e coloquei-lhe o arreio (sela, suadouro, cabeçada de trabalho com rédeas e caneleiras).

O meu treinador dá-me permissão que entre no recinto de treino para andar um pouco com o Rúbeo, mas diz para eu ir andando devagar já que ele não estaria no picadeiro ele disse que iria buscar um amiguinho novo para eu montar. Eu fiquei intrigada: "Amiguinho"? ... "eu montar"?...

Bem, lá fui eu, entrei no picadeiro, montei o Rúbeo e meti a passe para aquecer os músculos do cavalo, comecei a fazer transições do passe para o trote e entretanto o meu treinador chega ao picadeiro com um cavalo que parecia ser da raça Puro Sangue Lusitano de pelagem cor russa (branco), com uns olhos negros cor de carvão. 

Assim que coloquei os meu olhos em cima do cavalo soube logo que ele era único, não sei como mas parecia que ele tinha algo de especial. O meu treinador disse que iria sela-lo e depois eu o iria montar, mas sendo muito sincera com vocês estava com um certo receio de montar aquele cavalo, o olhar dele...parecia que...estava a tentar falar comigo e compreender aquilo que eu falava...era tão atento...e de certo modo focado.

Quando fui para lhe mexer no pescoço para o acariciar ele manteve sempre o seu olhar fixo em mim como se soube-se que eu o iria montar. Já pronto para ser montado o cavalo não desviava a sua atenção no que se estava a fazer ao seu redor, o Sr. Manuel levou o cavalo para o recinto e um banquinho ( pois sou baixa demais para subir sozinha para cima dele). Antes de montar o meu treinador dá-me instruções: "Anda devagar com ele e está atenta porque ele pode querer empinar ou mandar um coice". Quando já estava montada no cavalo perguntei qual era o nome dele e o treinador disse que ele não tinha nome ainda e que poderia ser eu a escolher o nome.

Comecei por lhe meter a passe para me habituar ao andamento do cavalo, ele era sensível e sempre muito atento o passe dele era rápido mas suave como se em vez de terra tive-se nuvens por de baixo dos seus cascos. Depois de me acostumar ao seu passe meti-lhe um trote, era magnífico o trote dele, não era nem muito rápido nem muito lento, não era nem muito furtivo nem muito suave, era sim simplesmente perfeito! Quando fui para pedir ao meu treinador para meter a galope um pouco olhei de relance para a porta e vi umas 10 pessoas a olharem para o cavalo. Fiquei um pouco nervosa mas rapidamente volto a focar-me de novo, porque eu sabia que era só preciso montar como sei, não tinha nada a temer. Mas aquele cavalo era diferente de todos os que eu já montei, era como se eu soubesse exactamente o que ele iria fazer e isso tornava tudo muito mais fácil. O treinador disse para eu preparar para meter o cavalo a galope e foi o que fiz, encurtei as rédeas coloquei a minha perna direita atrás (porque eu estava a fazer círculos e a minha perna de fora era a direita) dei um pequeno incentivo com a voz e lá foi ele um belo galope. O galope também era diferente do dos outros cavalos, era furtivo mas era um furtivo inteligente como se estivesse a espera de mais indicações minhas. Aquele cavalo era diferente por completo.

(está a ficar muito cumprido então vou começar o segundo capitulo, se está a gostar porfavor siga-me e comente)