Limbo

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Lúcia não consegue parar de pensar na filha. Desde que a garota morreu, há cerca de dois meses, a vida da mulher perdeu o sentido e ela vive ouvindo o último áudio com a voz da filha:

- Oi, mãe, é a Bruna. Está aí? Por favor, responde. Eu não sei o que fazer. Não sei pra onde ir.

A mensagem, enviada pelo whatsapp, foi lida apenas três horas depois do acidente. Bruna estava indo visitar a mãe, que mora em outro estado, quando acabou batendo em outro veículo.

Lúcia acreditava que a filha havia se perdido na estrada e que, por essa razão, havia ligado para ela. Acreditou nisso até ontem, quando sonhou com a garota. Em seu sonho, ela estava chorando no escuro e, mesmo que a mãe tentasse chegar até ela, não conseguia.

- Mãe, está aí? Me responde. Eu não sei o que fazer. Não sei pra onde ir.

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