Roubo

Capítulo XXVI

"Nada mudou", Respondeu o anão. Ele antecipou a objeção de Bilbo: "Embora eu queira ficar, não devo", disse Thorin gravemente. "O que você sabe sobre nossas leis?", Ele perguntou, pegando Bilbo de surpresa pela súbita mudança de assunto.

"Bem, eu entendo muito pouco ou nada", admitiu o hobbit cautelosamente. Então, como não havia razão para negar o que eles estavam falando, ele acrescentou: "Eu sei qual é a punição por roubo."

As mãos de Bilbo não tremiam, mas Thorin cobriu-as com as suas e levou-as à boca. Ele falou em Khuzdul, seu hálito quente fazendo cócegas nas pontas dos dedos de Bilbo. Então ele recorreu à língua comum:

"Mahal sabe que não lhe desejo mal", disse Thorin.

Mas Bilbo estremeceu e afastou as mãos de Thorin.

"Você não faz sentido", disse ele tensamente. "Eu não sei o que estamos fazendo: ainda sou seu prisioneiro".

Thorin se encolheu e Bilbo disse a si mesmo que o anão merecia isso.

"Você é", o rei confirmou, sua voz amarga, mas sua mão gentil quando acariciou o quadril de Bilbo. "Isso não significa que eu não possa conceder-lhe algumas liberdades", sugeriu ele.

"Em troca das liberdades que você leva comigo?" Bilbo respondeu, sentindo seu temperamento aumentar.

Ele ficou chateado com a escolha de palavras de Thorin, mas Bilbo também estava com medo do que os motivos de Thorin poderiam ser, com medo suficiente para atacar primeiro em vez de esperar pelo golpe. No entanto, ele não estava preparado para o cansaço no tom de Thorin.

"Nós já passamos dessa fase", Thorin falou, sua voz arrastando as palavras. Ele tirou a mão da cintura de Bilbo. "Nunca se confunda com uma prostituta porque eu nunca fiz isso. Se não consegui provar, falhei com você mais uma vez."

Bilbo não disse nada. Mas ele se moveu sob os cobertores, até que ele estava contra o peito de Thorin e ele sentiu o anão enrolar seu braço forte ao redor dele, suspirando. O coração de Thorin estava batendo descontroladamente - Bilbo podia sentir isso batendo contra sua própria carne, seu próprio coração.

Ele pensou que o rei ia beijá-lo, mas Thorin falou de novo:

"Você nunca tentou tirar vantagem disso", começou Thorin. "Você nunca falou sobre isso com ninguém, nem tentou usá-lo para melhorar sua situação. O que eu dou para você, eu dou livremente. As obrigações que sinto não são suas, mas minhas. Você pergunta, mas com seu corpo e seu coração, e não com sua própria voz." Os dedos de Thorin correram pelo rosto de Bilbo. "Eu não acho que você está ciente do quanto você está me perguntando, e ainda é pouco."

Bilbo ainda estava. Havia um estranho afeto na voz do rei, mas também sinais de tristeza e pesar que o hobbit não conseguia identificar. Ele estava com a impressão de que as palavras de Thorin não eram totalmente boas, e além da admissão de seu prazer no comportamento do hobbit havia algo estranho - parecia que Thorin estava deixando-o. O instinto fez com que Bilbo agarrasse os ombros de Thorin.

"O que você está tentando dizer?", Ele perguntou, piscando na escuridão. Ele gostaria de ver o rosto de Thorin agora, mas não se atreveu a perguntar.

"Eu sou o rei sob a montanha", respondeu o anão. "Eu estou ligado às leis do meu povo. Alguém tentou convencê-lo de que minha palavra é a única coisa que mantém você preso?"

"E não é?", Perguntou Bilbo, franzindo a testa. "Bofur disse que você poderia levantar as acusações."

Thorin disse algo duro em Khuzdul e balançou a cabeça.