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Cainhamos bem devagar até o castelo, pois Julian estava bastante debilitado e só conseguia andar porque estava sendo apoiado por Luke e Alfredo. Todos nós ficamos preocupados com o fato de ele estar desmaiado no meio da floresta, mas tenho certeza que depois de um descanso vai se sentir preparado para contar tudo para a gente.
Assim que chegamos no portão, os guardas que ali estão nos ajudam a carregar Julian.
- Por favor, leve-o até a enfermaria. – Peço para o guarda que segura ele no colo e o mesmo apenas assente com a cabeça.
- Safira, não precisa de nada disso... – Julian começa a falar, mas eu o interrompo.
- Shiii! Você não está no direito de exigir nada, Julian. – Digo para que ele pare de resistir. – Vamos logo! – Peço para o guarda que no mesmo instante começa a se movimentar na direção da enfermaria.
Logo a sala está agitada com 4 crianças curiosas querendo saber como o pequeno garoto está.
- Bom, princesa. Ele não apresentou nada grave. Precisa apenas de uma boa alimentação e descanso. – A enfermeira disse e todos respiramos aliviados.
- Obrigada, Rose. Cuidaremos dele a partir de agora.
Julian precisou ficar descansando um pouco por lá, os garotos disseram que ficariam lhe acompanhando, então eu aproveitei para ir falar com o meu pai. Encontrei ele na sua sala de reuniões lendo alguns pergaminhos.
- Papai, está muito ocupado? – Perguntei para que ele soubesse que eu estava ali.
- Oi, minha pequena. – Disse estendendo uma mão e eu segurei de bom grado. Ele me puxou para seu colo e ali eu fiquei sentada. – Para você eu nunca estou ocupado, meu anjo. – Depositou um beijo em minha cabeça.
- Papai, eu e os meninos encontramos um garoto desacordado no meio da floresta. – Começo a contar.
- Ele estava morto? – Meu pai pergunta arregalando os olhos.
- Não, está vivo. Nós o trouxemos para o castelo, a enfermeira já cuidou dele. – Digo enquanto faço carinho na sua mão. – Eu queria saber se ele pode almoçar conosco.
- É claro que pode, meu amor. – Seus olhos azuis me fitam com carinho. – Você é uma princesinha incrível, Safira.
Dou um sorrisinho sincero para o meu pai. Adoro esse homem e tudo o que ele tem de bom em si.
- Obrigada, papai. – Deposito um beijo em sua bochecha e salto de seu colo, começando a correr direto para a enfermaria.
***
Depois de uma manhã inteira de preocupação, nós finalmente estávamos indo para o salão para almoçarmos. Julian estava bastante envergonhado, achava que meu pai não gostaria de lhe ver ali, mas eu sabia que o rei era um homem incrível e que não expulsaria o garoto.
Nós sentamos a mesa no mesmo instante que meus pais adentravam no salão. Olhei para o Julian e ele ficou pálido na hora, tadinho. Mamãe e papai sorriram assim que viram ele e se acomodaram em suas cadeiras.
- Olha só, temos um convidado hoje no almoço. – Meu pai disse em um tom divertido, mas Julian ainda não estava relaxado.
- Oi, pequeno. Espero que esteja se sentindo melhor e confortável aqui no castelo. Cuidaram bem de você? – Dessa vez foi minha mãe que se dirigiu a ele e vi o mesmo abrir a boca com uma expressão de surpresa.
- E-eu... eu estou melhor sim. É, obrigada. – Julian respondeu todo sem jeito e eu estava rindo bastante por dentro.
- Não precisa agradecer, querido. Faríamos isso por qualquer amigo da minha filha. – Ela disse com todo aquele ar angelical que carregava. Mamãe também era uma mulher incrível e bastante carinhosa com as pessoas.
- Me diga, Julian. O que você estava fazendo no meio da floresta? – Papai perguntou enquanto começávamos a ser servidos pelas empregadas.
- Eu não sei. – Ele respondeu, tímido e sincero.
- Mora com seus pais? – Papai insistiu.
- Não, senhor... eu, eu não tenho pais. – Pude notar a tristeza no tom de voz dele ao responder.
- Ó! Me perdoe. – Papai ficou desconcertado. – Hum, você mora com algum parente, então?
- Não... – Eu sabia que Julian ainda não estava totalmente confortável para revelar coisas pessoas, mas eu sentia que talvez ele respondesse apenas porque meu pai era o rei. – Eu morava nos fundos da casa de um padeiro do vilarejo.
- Morava? – Mamãe pergunta.
- Sim... é, bom, ele disse que não podia mais me sustentar e me mandou embora. – Cada vez que ele falava eu notava sempre a tristeza com a qual ele confessava essas informações. Estava me sentindo triste por ele, queria poder ajuda-lo.
- E para onde você foi quando ele te expulsou? – Meu pai continuou perguntando.
- Ah! Andei por aí. – Deu de ombros.
- Como assim andou por aí, querido? – Mamãe estava visivelmente chocada, e confesso que todas as outras pessoas que estavam ali também se encontravam no mesmo estado.
- Eu não tinha lugar para ir e nem o que comer, então só andei por aí, tentando conseguir comida, mas.... Bem, como os meninos viram, parece que eu não consegui. Me desculpe, não queria importuná-los. Posso ir embora. – Ele falou tudo tão rápido que quase não deu para entender.
- Ei! Calma, pequeno. – Meu pai tentou acalmá-lo. – Não tem problema nenhum você estar aqui. Não está atrapalhando nada, não é um incômodo para nós termos a sua presença aqui. – Percebi que Julian foi relaxando mais. – Sabe, eu gosto muito de ter todas essas crianças aqui, já que só tenho a minha pequena como filha. Todos eles são importantes para mim, Luke, Liz, Alfredo... Não seria diferente com você, criança. Claro, se você quiser. Não quero pressioná-lo a nada, mas ficaria muito feliz se aceitasse viver conosco no castelo.
Pude ver a expressão de alegria no rosto de cada um que estava ali, e a minha não estava diferente. Julian poderia ter um lar, amigos, uma cama confortável e muita comida. Seria incrível se ele aceitasse e eu espero do fundo do meu coração que aceite.
*** Spoiler do próximo capítulo:
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