Capítulo 10

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Faz cinco dias desde a primeira seleção do concurso e tive que resolver várias coisas desde então. Voltei ao escritório e tive que organizar tudo novamente, pois, por um motivo que não está claro, Olivia ficou com a minha sala na empresa. Claro que estranhei, porém eu não precisava de uma daquele tamanho mesmo. Eu tinha passado o dia levando e trazendo caixas, arrumando tudo. Estava muito cansada.

Quando entro em meu apartamento e sinto meus ombros relaxarem, observo a bagunça que estava por todo lado. Minhas roupas lavadas estavam encima do sofá, algumas sujas no chão perto do meu vaso com plantas e outras no corredor. Além disso, minha mesa de jantar estava cheia e papéis, xícaras de café e garrafas de vinhos. A casa estava uma bagunça. Observo tudo e decido ir tomar um banho. Não estou a fim de arrumar agora depois de passar a manhã inteira arrumando.

Sinto meus ombros relaxarem enquanto a água percorre o meu corpo e relembro da sensação de ter sido escolhida.. Fiquei feliz, pois eu estava voltando a ativa e me sentia satisfeita com isso. Pela primeira vez eu me senti realmente bem depois do término, literalmente no banho. Apesar de não ser uma grande surpresa para mim, pois uma das coisas que eu mais amo é um banho gelado.

Quando saio do box coloco uma camisa larga e seco meu cabelo com a toalha enquanto vou até a cozinha, torcendo para que tenha sobrado algo desde a última vez que fiz a feira. Abro a geladeira e vejo que temos leite, pudim e ovos. Em minha defesa, eu não estava com vontade de fazer feira e eu saia só para comprar vinho e queijo, então é justificável, não?

Sinto minha barriga fazer barulho de fome e olho ao redor do meu apartamento. Entre alimentação e organização, damos prioridade a sobrevivência (risos). Coloco uma calça preta, vans e um óculos escuros para ir até o Starbucks perto de casa já que eu não estava com muita fome. Continuo de blusão, pois conforto é a alma da moda e nada mais vale do que a mina opinião. Pego minhas chaves e saio, até fico surpresa por eu estar tão paciente com o meu elevador, talvez ele tenha dias que demore mais que outros ou só queira irritar mesmo.

Miami estava tranquila hoje de manhã, com o movimento habitual de sempre e o sol bem forte. Esse sol me lembra minha irmã. Nunca vi alguém reclamar de calor ou suar tanto quanto Taylor. Consigo ver claramente na minha memória quando pegávamos o ônibus para ir a sua primeira audição para uma companhia de balé. Imagine que você sente calor facilmente e ainda se soma com o nervosismo da prova? Para Taylor, aquele automóvel era uma sauna. Resultado: Eu com um pequeno ventilador nas mãos tentando secar o suor da mina irmã no seu colán na cozinha da companhia de balé, pois era o lugar com o ar condicionado mais frio. Me pego rindo da cena, pois era cada uma em que a gente se metia. Hoje ela pode ensaiar na Broadway e ter todo o frio que quiser. Sinto vontade de ligar para a mesma e realmente sinto que consigo.

Taylor. Olho no ecrã do celular. Respiro fundo, mas minha cabeça avisava que eu estava fazendo muito drama para isso. Só vou falar com a minha irmã que não me comunico á meses com ela. De repente, Connor me liga e sinto uma onda de alívio e angústia por não falar com Taylor no mesmo, mas acredito que se eu consegui agora, posso conseguir outra hora.

-Oi, Connor. –Falo enquanto pago meu café e saio do estabelecimento.

Muitas pessoas vêm para cá para almoçar também, pessoas com rotinas corridas que não querem comer algo gorduroso e, ao mesmo tempo, possa torna-los satisfeitos. Eu só estava como aquela que não comprou o almoço mesmo.

-Eu imagino que você tenha pegado outro avião, né? –Pergunta, já um pouco irritado.

Paro no meio da rua e dou mais uma mordida no meu croissant tentando interpretar sua frase corretamente. Avião?

VISUAL LOVE | Christopher Velez Onde histórias criam vida. Descubra agora