Capítulo 4

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O gritos que vinham das ruas próximas ao apartamento era da morte vindo em nossa direção. Os pedidos de ajuda e o som hediondo daqueles zumbi estavam cada vez mas altos, andei até a sacada e avistei alguns zumbis invadindo uma casa na esquina, eles eram fortes e rápidos e seu número tinha aumentado bastante. No horizonte se via fumaça e muito caos em alguns prédios próximos.

Alexandre parou ao meu lado e pela primeira vez parei para notar como ele era bonito. Ele parecia aqueles soldados que vemos em filmes americanos, alto, loiro, olho azul, barba feita, tinha uma cicatriz perto da orelha, era pequena mas era possível notar olhando de perto, era bem mais alto que eu, talvez uns vinte centímetros, devia ter um metro e noventa de altura. Ele notou que eu reparava e virou o rosto para mim, encabulada disfarcei olhando para o outro lado.

— Daqui a algumas horas vai anoitecer e a cidade vai virar um inferno, — disse Alexandre — esse apartamento não é seguro, só uma entrada e saída e você mora bem no terceiro andar.

— Nós íamos para casa da Laura, não pensamos que teríamos complicações e agora essas coisas estão nas ruas.

— Eu vou chamar ajuda e vou tirar vocês daqui. — Ele tirou um tipo de telefone do bolso da jaqueta, era tipo aqueles celulares mais antigos, grande e preto, com a tela pequena e botões de dígitos, havia uma antena que ele puxou para cima.

— Acho que vai ser difícil você conseguir sinal aqui, Juliana só conseguiu falar comigo no telhado.

— É um telefone via satélite, — ele fez sinal para mim que alguém havia atendido e foi para cozinha.

Juliana apareceu do meu lado e indagou:

— O que está acontecendo? — Apontei para ela a casa que estava sendo invadida e as pessoas que estavam correndo, ela cobriu a boca com as mãos após ver os zumbis pela primeira vez, mesmo de longe eles eram horríveis.

— Mãe o que é toda essa gritaria?

Olhei para o lado e Beatriz estava ali. Minha primeira reação foi mandá-la para dentro e proteger ela do que estava acontecendo, mentir e dizer que estava tudo bem, porém manter ela dentro de uma bolha de proteção poderia significar sua morte. Segurei sua mão e a levei para a sala, sentei no sofá e coloquei ela em meu colo e disse:

— Filha você se lembra quando assistimos aquele filme de zumbis, você disse que tinha medo e eu te falei que não havia o que temer por que zumbis não existiam e que aqueles eram atores caracterizados?

  Ela balançou a cabeça em afirmação e eu prossegui. 

— A mãe não sabe como mas agora zumbis existem, eles são de verdade e estão matando pessoas. Eu preciso que você seja forte filha, — O olhos verdes dela estavam sérios e eu não sabia como falar a próxima parte sem apavorar ela — se eu ou alguém próximo a você ser mordido, você tem que correr, se alguns deles foi seu amigo ou da família não é mais, você tem que fugir e se esconder, se você ficar sozinha, sobreviva a todo custo. — as lágrimas invadiram meu rosto e eu não conseguia mais falar, imaginando o que ela poderia passar se eu não estivesse ali para ajudá-la, e em pensar que eu poderia virar uma dessas coisas e atacar ela fez meu estômago revirar e me deu ânsia de vômito. Olhei à minha volta e vi todos me olhando, Laura segurava o choro, Juliana estava séria, Alexandre me olhava com uma espécie de aprovação, como se o que eu estivesse fazendo era o certo.

— Mãe você quer que eu fuja igual a menina do filme?

— Sim, fuja se for preciso, agora eu preciso que você coloque seu tênis, amarre o cabelo e coloque floquinho na caixa de transporte.— Ela se levantou foi para seu quarto, ela era tão nova.

Cidadã ZOnde histórias criam vida. Descubra agora