Chapter VIII

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Taehyung olhava desconfiado para o prato que lhe era servido. Poucas coisas haviam sido ditas na noite anterior e talvez por esse motivo o semideus ainda não estivesse tão confortável ao lado do mercenário como este parecia estar ao seu.

Eles conseguiram fugir para Montpellier e por insistência de J-Hope, se hospedaram em um hotel caro. O mercenário tinha dito que ainda se sentia em dívida com Taehyung e por isso arcaria com as despesas daquela vez. Fora que eles também precisavam ficar em um local mais seguro depois de toda a luta que tiveram com os vampiros de Nimes. O assunto ia se espalhar e muitas criaturas ficariam revoltadas com o que aconteceu.

Enquanto isso, J-Hope saboreava um pouco dos pedidos que fez no hotel. Encarava o semideus e estranhava sua demora para pegar nos talheres.

— O que foi? Não gosta da comida francesa? — Questionou o mercenário.

Taehyung encarou J-Hope por um tempo. Pensando nas coisas que ele o disse enquanto fugiam. Estavam naquele hotel porque J-Hope fez alguns "serviços" por aí para recuperar seu bracelete e também para comprar as armas e ter um pouco mais de dinheiro no bolso. E era ruim de pensar nos tipos de trabalhos que o outro poderia ter feito para ter condições de pagar por tanta coisa em tão pouco tempo.

— Gosto da comida daqui, mas... — Taehyung respirou fundo, não se sentindo muito confortável ao lado do mercenário. — Como nos encontrou? Eu sei que você é bom em achar pessoas, mas passamos alguns dias viajando e... Se você estava mesmo fazendo algum serviço, não haveria como você estar aqui agora. — Encarou o mercenário que apenas sorria para si.

— Em primeiro lugar, o bracelete era um empréstimo, no? Eu sou um homem que cumpre com a palavra. — Pegou mais um pedaço de frango do Cassoulet e o colocou na boca, mastigando um pouco enquanto falava. — Depois, eu disse que não tem como alguém escapar de mim. Muito menos você que deixa rastro de fogo por onde quer que passe. — Piscou ao semideus que sentiu as bochechas esquentarem. — Além disso, você é uma pessoa bem chamativa. É difícil que ninguém repare em alguém cosí bello.

— Pare com isso... — falou baixinho, desviando do olhar imediatamente. — Não gosto quando fala essas coisas.

— Não interprete mal, esse é o meu jeito. Mas você deve admitir que tem um estilo bem chamativo. Todo mundo repara nessa capa vermelha enorme.

— Também acha que eu devo tirá-la?

— Bom... Acho que caçadores devem ser mais discretos, então...

— Não sou um caçador.

J-Hope deu de ombros, comendo mais do frango no prato.

— Certo... Mas sobre aquele dia... — Voltou a encarar o semideus que ainda não havia tocado na refeição. — Eu só estava brincando, bene?

— Não gosto dessas brincadeiras. Não o dei liberdade para que me tratasse daquela forma. Principalmente depois da conversa que tivemos.

Ehi! — J Hope levantou as mãos em rendição. — Eu sei que agi errado, mas não precisa ficar tão irritado comigo. Scusami, a última coisa que queria era magoar você. — Terminou de falar tocando a mão do semideus que estava em cima da pequena mesa dentro daquele quarto. Fazendo Taehyung puxá-la em reflexo.

Depois da noite que teve, tudo o que o semideus menos queria era alguém tocando em suas mãos. E também se perguntava o motivo dos humanos gostarem tanto de conversarem através de contato físico. As relações de afeto entre eles o incomodavam um pouco.

— Será que dava para levar a situação um pouco mais a sério? — Falou um pouco irritado também pelo fato daqueles olhos castanhos não saírem de cima de si.

Castelo de VidroWhere stories live. Discover now