Capítulo 2

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Capítulo 2

Nossa história teve início no dia em que eu resolvi me soltar das amarras da vidinha conservadora e monótona de foco cem por cento nos estudos e levantei a cabeça (literalmente).

Ao menos uma vez na vida permiti não me importar com o que pensariam a meu respeito, sem me preocupar com o que minhas atitudes pudessem causar ao imponente sobrenome Reinhart.

Afinal aos 19 anos meus pais podiam se orgulhar e dizer aos quatro ventos que eu era uma menina exemplar, prodígio; aos cinco anos de idade tocava piano como ninguém.

Tenho vergonha de dizer que nunca tinha beijado alguém de verdade.
Nunca tive um namorado, nunca havia fugido da aula, nunca tinha falado um palavrão.
Bom, havia muitas coisas que não tinha feito até aquela noite.

Os estudos sempre foram primordiais para mim.

Um dia eu teria que assumir o escritório do meu pai, já que sou filha única, e essa responsabilidade carregava comigo desde que comecei a entender do negócio da família, e meu pai descobrir que eu podia ser muito persuasiva e argumentadora quando queria.

Eu cursava o segundo ano de direito pela faculdade de Phoenix-Northwest, deveria estar em Harvard, esse era o grande sonho do meu pai, me formar onde ele se formou, mas sair de Rogers não era algo que fazia parte dos meus planos.

Bati o pé e usei da minha ótima argumentação e disse NÃO!

Cidades grandes não me agradam nem um pouco, todo aquele vai e vem de pessoas me deixa irritada. Resumindo, esse era meu objetivo de vida, me formar em direito e assumir a Reinhart & Atwill, continuar indo às missas no domingo e ajudar sempre que possível as causas da minha mãe, ainda que nem um pouco entusiasmada.

Minha vida social era assim, monótona e parada. Mal sabia eu que o destino tinha traçado planos a seu bel prazer e não incluía monotonia e muito menos quietude.

Toda minha vidinha comportada e simplória começou a mudar desde a fatídica noite em que tive aquele sonho nada conservador.

O homem do sonho é Cole Sprouse, só o mais bad boy de Rogers, um homem considerado perigoso e alguém que você não gostaria de encarar.

Desde então, não tiro o bad boy da cidade da cabeça. A simples lembrança do sonho fazia meu corpo inteiro estremecer.

Nunca antes tido nenhum tipo de contato com ele, apenas o conhecia por sua péssima fama e o temia como todos os cidadãos de bem de Rogers.

Porém, é inegável que Sprouse é um homem lindo, o tom da sua pele é acobreado, proveniente da origem havaiana do seu pai, corpo escultural, abdômen bem definidos sempre à mostra em suas camisetas justas. Sim, eu já havia reparado nele, mas nunca, nunquinha que me aproximaria dele em sã consciência.

Uma vez ficamos lado a lado no balcão da lanchonete e percebi o quanto eu parecia indefesa e frágil perto dele com seus ombros largos.

Peguei-me de boca aberta o contemplando quando percebi que ele me olhava, meu coração parou por um segundo, ele sorriu cinicamente e eu me afastei o mais rápido que pude.

Seu aspecto mais agressivo ficava completo com uma tatuagem no braço esquerdo, uma Maori, típica da cultura havaiana.

Ela tomava o ombro, antebraço e parte de seu peitoral em desenhos geométricos hipnotizantes, em sua maioria triângulos em fileiras e formas que idealizavam ondas, que por fim revelava um tubarão. Posteriormente descobri que os triângulos representam dentes de tubarão, que por sua vez, significa braveza e proteção contra os inimigos na cultura Maori/Polinésia.

Mar de Tubarões | Sprousehart [Concluída]Where stories live. Discover now