Capítulo 10

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|Olha só quem apareceu 💁🏻‍♀️
Boa leitura <3|

Capítulo 10

O avião tocou o solo do aeroporto de Boston, meu exílio havia começado.

Desembarquei antes do almoço, o aeroporto fervilhava de gente, e se não fosse o inconfundível cachecol verde musgo que eu dei a ela quando tinha 10 anos de idade demoraria a encontrá-la...

Minha vó me esperava no saguão, pensei que ia ouvir um sermão, ou talvez levar mais um tapa, mas pelo contrário, ela me abraçou muito forte, o perfume também continuava o mesmo, uma mistura de almíscar com um toque amadeirado.

Ela falou docilmente, mas com descontentamento estampado em seu rosto enquanto caminhávamos abraçadas em direção ao carro:

- E vejo tudo se repetir meu amor. Como a vida é engraçada, o ciclo ainda não se fechou, o que ficou mal resolvido volta à tona.

Minha vó era metida a astróloga, gostava de coisas místicas e esotéricas, tudo para ela girava em torno dos astros e da metafísica. Minha mãe achava tudo isso uma bobagem, eu sempre achei intrigante.

Imediatamente parei. -Do que você está falando vó?

-Ué, você não sabe? Do passado da sua família com os Sprouse? Ihhh. Acho que falei mais do que a boca, esqueça! - Ela foi andando rapidamente, corri atrás dela.

-Como assim? Claro que não, pois agora você vai me contar, por favor, se tem a ver com Cole eu preciso saber.

Paramos em um café a poucos metros do aeroporto e entre cappuccinos e expressos, minha vó começou a contar algo que me deixaria sem dormir por dias. Ela deu um gole no café e pensou por uns instantes antes de começar a falar:

-Bem, quando Amy tinha mais ou menos a sua idade, ela e Matthew Sprouse, o pai desse rapaz, tiveram um romance, namoraram às escondidas durante um bom tempo, dois anos talvez. Seu avô não queria que ela se envolvesse com ele porque ele era um rapaz pobre, trabalhava num supermercado. Eu admito que nunca tive nada contra ele, o achava um bom rapaz, mas seu avô era implacável. Queria que Amy namorasse alguém de condições melhores. Eu sabia quando ela saia para vê-lo, às vezes fingia que não e deixava que ela tivesse um pouco de paz.

Minha cara de espanto foi impagável, eu desabei. Ela continuou:
-Eles se amavam muito, sua mãe era louca por ele, fugia, mentia para se encontrar com ele, mas o seu pai era obcecado por ela. Nunca gostei muito dele, você sabe, naquele tempo ele já era muito insistente, muito arrogante. Seu avô o apoiou porque ele tinha acabado de se formar em direito, e ele não parou até conquistá-la. Assim que Matthew foi preso ele deu o bote. Acho que sua mãe casou com Phill por pura desilusão, não o amava, estava na cara, talvez não o ame até hoje. Depois que Matthew matou o amigo de Phill, ela passou a odiá-lo, e agora vejo a história quase se repetir com você. Que sina dessas famílias, a missão de acabar com ela é sua Lil.

Não consegui tocar no café, eu tentava montar os cenários na minha cabeça e imaginando minha mãe como personagem principal. Não fazia sentido.

-Vó, eu não estou acreditando em tudo isso, só pode ser brincadeira.

-Não, não é. E é por isso que ela abomina a ideia de você se envolver com um Sprouse. Mocinha, me prometa que vai se comportar, eu sou velha, mas não sou louca, sei como é estar apaixonada, mas você precisa ouvir os seus pais, a família Sprouse é um problema, você tem que esquecer esse rapaz, para o bem de todos.

-Desculpe vó, mas o que você está me pedindo é impossível, eu o amo muito e vamos ficar juntos, vocês querendo ou não, é só uma questão de tempo. E o universo, a sina, o ciclo, o carma, seja lá o que for, que se dane.

Mar de Tubarões | Sprousehart [Concluída]Where stories live. Discover now